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9 de outubro de 2009
BRASIL DESENVOLVEU BEBEDOURO D' ÁGUA COM NANOTECNOLOGIA CONTRA BACTÉRIAS E TOXINAS
Empresa apoiada pelo PIPE desenvolve revestimento bactericida formado por nanopartículas de cerâmica e prata para aplicação em purificadores de água Nanotecnologia no bebedouro
7/10/2009 Por Thiago Romero Agência FAPESP
Um revestimento bactericida formado por nanopartículas de cerâmica e prata para aplicação em reservatórios de bebedouros e purificadores de água foi desenvolvido pela Nanox Tecnologia, com sede em São Carlos, no interior paulista.
A empresa, que conta com apoio do programa Pesquisa Inovativa na Pequena e Micro Empresa (PIPE) da FAPESP, desenvolveu a invenção em parceria com pesquisadores do Centro Multidisciplinar para o Desenvolvimento de Materiais Cerâmicos (CMDMC), um dos Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (Cepid) da fundação paulista.
A tecnologia consiste em uma resina aplicada internamente nos reservatórios de água, de modo a formar uma película que inibe a proliferação de bactérias e toxinas. O revestimento interno, formado por nanopartículas de dióxido de titânio (TiO2) e prata, penetra nas células dos microorganismos presentes na água para destruir suas funções vitais.
“O revestimento é aplicado nas cubas de aço inox que armazenam a água no interior dos bebedouros. A água nesses reservatórios fica imprópria para consumo depois de cerca de dois dias. Com a tecnologia, a grande vantagem é que a água pode ficar parada durante até dez dias na cuba sem perder qualidade”, disse Gustavo Simões, presidente da Nanox, à Agência FAPESP.
“No bebedouro, a água encanada passa por filtros onde é totalmente limpa e purificada. O problema é que o contato humano com as torneiras externas acaba produzindo bactérias no reservatório interno do equipamento, que é úmido e escuro – o ambiente ideal para esses microorganismos se reproduzirem e proliferarem”, explica.
Segundo ele, se não houver nenhum tipo de abrasão – ou uma raspagem vigorosa com palha de aço –, o revestimento nanobactericida na cuba interna tem a mesma vida útil do próprio bebedouro.
“A tecnologia não tem seletividade e elimina qualquer tipo de bactéria por meio de pequenos choques que ocorrem na própria cuba, em cuja superfície vivem 99% das bactérias, já que é onde elas conseguem se alimentar”, aponta.
Criada em janeiro de 2005, a empresa, especializada no desenvolvimento de materiais inteligentes por meio da síntese de óxidos e metais nanoestruturados, foi formada por três pesquisadores do Laboratório Interdisciplinar de Eletroquímica e Cerâmica (LIEC), vinculado ao Instituto de Química da Universidade Estadual Paulista (Unesp), em Araraquara (SP).
“As tecnologia da empresa vêm sendo desenvolvidas com base em um tripé que une a capacidade empreendedora da Nanox, os recursos de fomento de instituições como a FAPESP e a parceria estabelecida ao longo desses anos com a Unesp”, aponta Gustavo Simões.
As tecnologias de revestimento da Nanox Tecnologia, que recebeu o prêmio Inovação Tecnológica da Finep em 2007 na categoria Pequena Empresa, também podem ser aplicadas em vidros, metais, cerâmicas e plásticos que necessitam ficar livres de microorganismos prejudiciais à saúde.
NA DESSALINIZAÇÃO DA ÁGUA DO MAR POR NANOTECNOLOGIA*
- Dessalinização da água do mar por nanotecnologia - Brasil exporta água do mar embasada em copos - Veja Vídeo da Globo.com
* Há notícia que essa tecnologia desenvolvida em Bertioga, litoral paulista foi absorvida pelos Estados Unidos e a empresa desenvolvedora (H2Ocean), não tendo apoio aqui, transferiu-se com toda a sua tecnologia para os USA. (leia mais)
As grandes empresas globais de dessalinização e purificação e tratamento de água criaram recentemente divisões para explorar a "nanotecnologia na água", última grande estrela tecnológica no negócio do precioso líquido.
Usando nanomembranas e zeólitos nanoporosos (sólidos cristalinos microporosos) buscam limpar água suja e destruir as fontes de poluição das águas subterrâneas. Consta que o Governo Israelense está investindo pesado em nanotecnologia nas universidades de Weizmann Institute of Science, Technion, Israel Institute of Technology, Tel Aviv University e Bar-Ilan e o Governo Norte Americano está investindo cerca de US$ 2 bilhões em pesquisa e desenvolvimento de nanotecnologia.
Na Rice University, no Texas, em 2006, seus pesquisadores e cientistas, usando nanopartículas de óxido de ferro cinco mil vezes menores que a espessura de um fio de cabelo humano, descobriram que partículas criadas por engenharia de precisão eram capazes de separar muito mais contaminantes tóxicos como arsênico da água do que os filtros existentes. Também, no mesmo ano, pesquisadores da UCLA anunciaram o desenvolvimento de uma nova membrana de osmose reversa que eles alegam reduzir o custo da dessalinização da água do mar e da recuperação de águas residuais.
Dezenas de outras pequenas empresas de nanotecnologia da água estão surgindo nos Estados Unidos, incluindo KX Industries, em Orange, Connecticut; Argonide, em Sanford, Flórida; e eMembrane, em Providence, Rhode Island.
A Suez, a Veolia e a GE, as gigantes das águas, já são líderes em nanotecnologia da água. O fundo de negócios futuros do grupo químico alemão BASF dedidou uma proporção significativa de seu fundo de US$ 105 milhões para pesquisas em nanotecnologias futuras, essas e outras corporações estão se movimentando para obter o controle da melhor nova tecnologia disponível. (de artigo de Maude Barlow - autora de Ouro Azul)
A nanotecnologia nas Universidades Brasileiras
Em 2008 a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) planejava um novo campus em Xerém, no município de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. Seria oferecidos cursos de graduação em áreas novas como nanotecnologia (ciência que desenvolve soluções a base de nanopartículas), metrologia (ciências dos pesos e medidas), bio-informática (estudo da aplicação de técnicas computacionais no gerenciamento de informação), ciências forenses e biotecnologia (desenvolvimento de organismos geneticamente modificados e sua utilização para fins produtivos), com o objetivo de estabelecer um pólo de ciência, tecnologia e inovação(Abr 2008)
A nanotecnologia trabalha no nível molecular, e manipula materiais com dimensões de 100 nanômetros ou menos. Um nanômetro equivale a um milionésimo de milímetro - um fio de cabelo tem 30 mil nanômetros. "A burocracia no Brasil trabalha contra a inovação", disse Ronaldo Marchese, diretor da Nanotec, evento de nanotecnologia que aconteceu de 12 a 14 de novembro/08 em São Paulo. "Fora do Brasil, o registro de uma patente leva de 2 a 4 anos. Aqui, chega a demorar de sete a oito." Disse ainda "no Brasil, a nanotecnologia nasce na universidade e não vai para o setor empresarial."
A Revista "Fundepaq & Negócios" em entrevista com o Prof. Dr. Oswaldo Luiz Alves, da Unicamp, ao lhe perguntar se estamos preparados para a nanotecnologia, obteve a seguinte resposta:
Oswaldo Luiz Alves - "Acredito que sim. Temos um número importante de pesquisadores, em todos os estágios da carreira docente, atuando nos mais diferentes aspectos da nanotecnologia. As principais universidades do país estão com pesquisas importantes sendo realizadas e temos um parque industrial bastante competente.
O destaque aqui fica para as atividades em nanobiotecnologia e materiais nanoestruturados (nanopartículas, nanocompósitos e nanotubos de carbono). Tais atividades acompanham a tendência mundial da área. Graças a recentes investimentos, já contamos com várias facilidades focalizadas para a Nanotecnologia, principalmente na região de Campinas, no interior do Estado de São Paulo.
A relação entre o setor produtivo e a academia tem melhorado bastante nos últimos anos. É importante enfatizar que temos bons instrumentos para vencermos as dificuldades deste relacionamento. Uma melhor articulação passa pelo diálogo constante entre as partes envolvidas.
Muitas universidades brasileiras estão se aparelhando para exercer este papel no qual, não podemos esquecer, têm relevância as questões ligadas à propriedade intelectual e à cultura de patentes. Não obstante a Nanotecnologia ter sido colocada na Política Industrial como uma das tecnologias portadoras de futuro, observamos uma certa lentidão, por parte dos órgãos governamentais, nas tomadas de decisões e na vontade expressa de fazer com que ela ocupe o "status" que tem no documento de Política Industrial.
Podemos, e sobretudo devemos, ser mais céleres. Outro aspecto que gostaríamos de enfatizar é que não podemos perder de vista que a Nanotecnologia pode também ser uma oportunidade singular para o desenvolvimento do País. A Nanotecnologia pode auxiliar na solução de problemas que afetam diretamente nossos cidadãos: remediação ambiental, purificação de água, remoção dos contaminantes, melhoria e fertilidade dos solos, construção de kits de diagnóstico para doenças infecciosas e endêmicas, novas formulações de medicamentos e veículos para sua liberação, novas formas de energia, entre outros.
Não nos esqueçamos de que, em princípio, tudo pode ser mais factível quando já temos um círculo virtuoso formado, tal como é o caso do agronegócio brasileiro."
Se você tem conhecimento de trabalhos de pesquisas e utilização da nanotecnolobia da água em universidades ou empresas brasileiras, ou até mesmo dissertações ou teses sobre o assunto, favor nos comunicar para que possamos repassar essa informação para nossos internautas, considerando que pesquisando na Internet quase não encontramos relatos sobre o assunto.
Prof. Jarmuth Andrade - Equipe SOS Rios do Brasil
INSTITUTO SOS RIOS DO BRASIL Divulgando, Promovendo e Valorizando quem defende as águas brasileiras! ÁGUA - QUEM USA, CUIDA!
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muito boa essa materia.
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