Produtores de cebola, repolho e outras culturas que dependem da aplicação intensiva de agrotóxicos estão fazendo plantações nas margens da represa de Itupararanga, manancial que abastece cerca de 1 milhão de pessoas de cidades como Sorocaba, Votorantim, Mairinque, Ibiúna e São Roque.
Eles retiram a água da represa com bombas clandestinas – sem a licença do Departamento de Águas e Energia Elétrica (Daee), órgão do governo estadual – para a irrigação das lavouras. Essa água e as chuvas carregam pesticidas para a represa, pois a mata ciliar, localizada na margem, foi suprimida. O manancial e seu entorno foram transformadas em Área de Proteção Ambiental (APA) estadual pela Lei 10.100/98, mas o uso não é fiscalizado. Reportagem de José Maria Tomazela, do O Estado de S.Paulo.
Estudo realizado pela Universidade Estadual Paulista (Unesp) apontou o risco de contaminação por pesticidas no manancial que é uma das únicas reservas de águas limpas na região de Sorocaba.
O agricultor Takioshi Yamanata cultiva mais de 50 hectares com repolho, milho e cebola a pouco metros da margem. Embalagens vazias de fungicida, inseticida e lubrificante ficam espalhadas pelo terreno, que tem declive acentuado em direção à represa. As lavouras são irrigadas pelo sistema de aspersão. Um motor a diesel capta a água no manancial.
Yamanata admite que não tem autorização para fazer a captação. “A licença venceu e não renovei”, afirma o agricultor. Parte das terras é arrendada. Ele conta que faz lavouras no local há cinco anos e nunca teve problemas com o meio ambiente. “Só uso veneno com receita (receituário agronômico).” O agricultor garante que, quando adquiriu as terras, já não havia mata ciliar.
O cheiro forte de veneno chega à vicinal que margeia a represa, entre Votorantim e Piedade. De acordo com diagnóstico divulgado pela entidade ambientalista SOS Itupararanga, 42,2% dos 192 quilômetros de margens da represa estão ocupados por lavouras com alta dependência de agroquímicos. Segundo o documento, para facilitar o manejo da cultura, a tubulação do sistema de irrigação e os talhões de lavoura são dispostos morro abaixo.
PLANO DE MANEJO
A diretora Viviane Rodrigues de Freitas, que integra também o conselho gestor da APA, informou que o plano de manejo vai restringir a atividade agrícola nas margens da represa, mas aguarda aprovação da Secretaria Estadual do Meio Ambiente.
O Ministério Público de Votorantim apura o nível de degradação da represa e pediu ao Daee uma lista das autorizações para uso da água.
O objetivo é controlar a retirada indiscriminada e eventuais fontes de poluição. Além do abastecimento público, a represa gera energia para a Companhia Brasileira de Alumínio (CBA) do grupo Votorantim.
O Daee confirma que a maioria das captações para irrigação está irregular. O órgão informou que espera a definição de uma ação conjunta com o Ministério Público.
Saiba mais
A área da represa de Itupararanga abrange parcialmente os municípios de Alumínio, Cotia, Ibiúna, Mairinque, Piedade, São Roque, Vargem Grande Paulista e Votorantim, todos no Estado de São Paulo. Ibiúna tem 62,9% da bacia
Atividades como mineração, uso intensivo de irrigação e falta de zoneamento territorial também comprometem a qualidade ambiental da região
Na represa também ocorre pesca predatória
EcoDebate, 13/10/2009
INSTITUTO SOS RIOS DO BRASIL
Divulgando, Promovendo e Valorizando
quem defende as águas brasileiras!
ÁGUA - QUEM USA, CUIDA!
Olá!
ResponderExcluireu faço parte da SOS Itupararanga, uma ONG ambientalista localizada no município de Ibiúna, nós defendemos as causas ambientais e, principalmente, da Represa Itupararanga. Gostei do seu post, ele retrata bem a realidade da Represa, e coisas que muitas pessoas não sabem, como por exemplo a pesca predatória que é um grande problema na Represa hoje.
Gostei muito do trabalho de vocês! Um abraço!
ÒTIMO QUE VOCÊS GOSTARAM, LENITA!
ResponderExcluirEscrevam um artigo sobre o SOS Ituparanga, enviem fotos, vídeos e descrição das principais ações que desenvolvem para postarmos no Blog. Se tivedrem um blog ou site, enviem a URL para visitarmos e divulgarmos para visitação!
Podem contar com nosso apoio e VAMOS SALVAR A REPRESA ITUPARANGA....
saudações eco-fluviais,
Prof. Jarmuth