A indústria da desertificação
Professores da UFPB questionam o termo atribuído à região. O problema seria a degradação do solo
Jailma Simone - jailmasimone.pb@diariosassociados.com.br
Cariri, uma região marcada pela seca, mas resistente aos castigos da natureza. Essa é a primeira reportagem da série Desbravando o Cariri. Resultado de uma expedição de O Norte pelo Cariri Ocidental. A região é apontada como um dos destinos paraibanos a se tornar deserto em poucos anos. É o que prevê vários estudos divulgados pelo Ministério do Meio Ambiente. Segundo relatório da Fundação Oswaldo Cruz, pelo menos 67% da região está com áreas totalmente infértil. Os dados são alarmantes, mas essa não é a realidade observada por pesquisadores da Universidade Federal da Paraíba.
A reportagem de O Norte, acompanhou o trabalho de campo de professores, estudantes e pesquisadores do departamento de geografia da UFPB. O roteiro incluiu São João do Cariri, Serra Branca, Sumé, Camalaú e Congo. Foram cerca de 700 km percorridos do litoral ao Cariri. No trajeto, várias paradas, mas nenhum vertígio de deserto foi identificado pelos geógrafos. A presença de raposas,saguins, pássaros de diversas espécies e a diversidade da vegetação foram os aspectos observados para descartar a hipótese da área se tornar um deserto, como afirmam alguns gestores.
A simplicidade do homem do campo, quase sempre confundida por miséria e fragilidade humana, tornou-se fonte para recursos oriundos de bancos mundiais no século passado. O fenômeno natural que assola a região alimentou o que alguns críticos chamaram de "indústria da seca" - termo utilizado para designar a estratégia de alguns políticos que aproveitam a tragédia da seca na região nordeste do Brasil para ganho próprio. A mesma "oportunidade" parece se repetir. Segundo alguns estudiosos, o mote agora é a desertificação. "Não há áreas desertas, existe sim, degradação dos solos. Na verdade, querem substituir a 'indústria da seca' pela indústria da desertificação", afirmou Maria José Vicente Barros, geógrafa, mestre em agronomia e consultora ambiental.
Recentes estudos divulgados pelo governo federal, através do Ministério do Meio Ambiente, apontam o semi-árido nordestino como a região problema. Pelo menos 75% do seu território está afetado pelo processo de desertificação, especialmente o Cariri. José Roberto de Lima, Coordenador da Ação Nacional de Combate a Desertificação e Mitigação das Secas, vai além.
Durante um treinamento de gestores da área, realizado em hotel no litoral sul da paraíba, ele apresentou um diagnóstico alarmante. "A Paraíba perde por ano pelo menos 3% de sua vegetação. Um estudo da Fundação Oswaldo Cruz mostra que até o ano de 2035, 67% do Cariri e Curimataú estarão semi-deserto", relatou.
É verdade que os dados são preocupantes. Porém, há controvérsias. Roberto Germano, diretor do Instituto Nacional do Semi-Árido, vai na mesma linha de pensamento levantada pela geógrafa Maria José. Ele afirmou desconhecer qualquer tipo de pesquisa científica que comprove desertos no nordeste brasileiro. "O Ministério da Ciência e Tecnologia reconhece áreas desmatadas ou apresentando queda de produção agrícola, mas é precipitação falar em números tão altos de desertificação", disse.
A reportagem de O Norte, acompanhou o trabalho de campo de professores, estudantes e pesquisadores do departamento de geografia da UFPB. O roteiro incluiu São João do Cariri, Serra Branca, Sumé, Camalaú e Congo. Foram cerca de 700 km percorridos do litoral ao Cariri. No trajeto, várias paradas, mas nenhum vertígio de deserto foi identificado pelos geógrafos. A presença de raposas,saguins, pássaros de diversas espécies e a diversidade da vegetação foram os aspectos observados para descartar a hipótese da área se tornar um deserto, como afirmam alguns gestores.
A simplicidade do homem do campo, quase sempre confundida por miséria e fragilidade humana, tornou-se fonte para recursos oriundos de bancos mundiais no século passado. O fenômeno natural que assola a região alimentou o que alguns críticos chamaram de "indústria da seca" - termo utilizado para designar a estratégia de alguns políticos que aproveitam a tragédia da seca na região nordeste do Brasil para ganho próprio. A mesma "oportunidade" parece se repetir. Segundo alguns estudiosos, o mote agora é a desertificação. "Não há áreas desertas, existe sim, degradação dos solos. Na verdade, querem substituir a 'indústria da seca' pela indústria da desertificação", afirmou Maria José Vicente Barros, geógrafa, mestre em agronomia e consultora ambiental.
Recentes estudos divulgados pelo governo federal, através do Ministério do Meio Ambiente, apontam o semi-árido nordestino como a região problema. Pelo menos 75% do seu território está afetado pelo processo de desertificação, especialmente o Cariri. José Roberto de Lima, Coordenador da Ação Nacional de Combate a Desertificação e Mitigação das Secas, vai além.
Durante um treinamento de gestores da área, realizado em hotel no litoral sul da paraíba, ele apresentou um diagnóstico alarmante. "A Paraíba perde por ano pelo menos 3% de sua vegetação. Um estudo da Fundação Oswaldo Cruz mostra que até o ano de 2035, 67% do Cariri e Curimataú estarão semi-deserto", relatou.
É verdade que os dados são preocupantes. Porém, há controvérsias. Roberto Germano, diretor do Instituto Nacional do Semi-Árido, vai na mesma linha de pensamento levantada pela geógrafa Maria José. Ele afirmou desconhecer qualquer tipo de pesquisa científica que comprove desertos no nordeste brasileiro. "O Ministério da Ciência e Tecnologia reconhece áreas desmatadas ou apresentando queda de produção agrícola, mas é precipitação falar em números tão altos de desertificação", disse.
Fonte: REBIA Nordeste / O Norte.
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