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9 de abril de 2009

RIO PINHEIROS EM SÃO PAULO ONDE 80% É ESGOTO



Robert Portoquá · São Paulo (SP) - Site Overmundo


OS RIOS DE SÃO PAULO - TV GLOBO

Sem despejo de esgoto, Rio Pinheiros teria 20% do volume atual

09/04/09 - - http://g1.globo.com/Noticias/SaoPaulo

Apenas 20% do rio paulistano são água limpa; o resto é dejeto.
Barco batizado de ‘cata-lixo’ consegue tirar seis toneladas de lixo.

Do G1, com informações do SPTV


O Rio Pinheiros corta São Paulo em uma região onde o m² é um dos mais caros da cidade. Mas ele nem deveria ser chamado de rio, pois apenas 20% do seu volume é de água limpa. O resto é esgoto. O contraste entre o luxo e o lixo é marcante na vida do Pinheiros, que é o tema desta quinta-feira (9) na série especial sobre os Rios de São Paulo.

Veja o site do SPTV

Um dos hotéis mais sofisticados da capital paulista fica bem perto da Marginal Pinheiros. É no 27º andar que fica a principal e a mais cara suíte do hotel: a presidencial. Nela, já ficaram hospedados presidentes, chefes de estado, além de vários artistas internacionais.

A diária custa R$ 15 mil. O preço inclui conforto, decoração refinada, uma série de mordomias e uma vista espetacular. Do alto, a marginal é tão bonita que, por um momento, dá para que esquecer que o rio tem lá os seus problemas.


Mas um olhar mais atento logo mostra que não é bem assim. “A cidade foi sendo produzida e foi dando as costas para os rios, foi encarando o Pinheiros como um empecilho, como um obstáculo. Isso resultou em um problema que a gente tem hoje, que é esse rio morto atravessando a cidade”, afirma o ambientalista Kazuo Nakano.

Nascente


O Rio Pinheiros tem 26 km. Ele nasce na Represa Billings, na Zona Sul, com o nome de Jurubatuba. Na região de Santo Amaro, ele se encontra com o Rio Guarapiranga e, a partir daí, passa a ser chamado de Pinheiros, até desaguar no Tietê, na altura do Cebolão, na Zona Oeste de São Paulo.

Assim como o Tietê, o Pinheiros é considerado um rio de “classe 4”. Isso significa que a água é totalmente poluída, quase impossível de ser tratada. A quantidade de esgoto que ele recebe é o maior problema.

De acordo com a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), o Pinheiros recebe esgoto dos prédios, das casas e também das indústrias. “Ainda vem através de córregos, de galerias e de ligações clandestinas em galerias”, diz Antônio César da Costa e Silva, diretor executivo da Sabesp.

Um detalhe interessante: se não fosse o esgoto, o rio seria mais parecido com um córrego, teria apenas 20% do volume de água. As consequências das intervenções sofridas pelo rio não param por aí. O traçado dele mudou e até o curso deixou de ser natural.

O rio que corria para o Tietê, passou a ir para a Represa Billings. A reversão foi para manter a represa cheia e aumentar a produção de energia na usina de Henri Bordem, na Baixada Santista. Essa foi uma idéia que deu certo, até que o rio ficasse poluído por causa do crescimento desordenado da cidade.

“A consequência disso é que a Represa Billings é hoje bastante poluída, e isso limita o uso dessa represa para o abastecimento público de água”, diz o ambientalista.

Atualmente, a reversão só pode ser feita em caso de enchente. E, assim, o Pinheiros, represado por três usinas - a do Cebolão, a de Traição e a de Pedreira -, se transformou em uma grande lagoa.

Despoluição

Uma das soluções para salvar o rio é tratar todo o esgoto que chega até ele. Outros projetos estão em teste. Um deles é o da flotação, que usa produtos químicos para limpar a água.

Mas a mais nova iniciativa para a limpeza do Rio Pinheiros é um barco batizado de “cata-lixo”. Um protótipo ainda está em fase de teste. O funcionamento é simples: com a ajuda de duas pás e uma esteira, que ficam na ponta da embarcação, o equipamento retira a sujeira que está na superfície, o chamado lixo flutuante. Dentro do barco, cabem seis toneladas de resíduos.

A população também precisa se conscientizar para garantir a “ressurreição” do Pinheiros. “O rio é um dos elementos mais poderosos para melhorar a convivência entre as pessoas e a convivência com os elementos naturais que existem nas cidades”, diz Nakano.

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2 comentários:

  1. Estou em Taubaté,no Vale do Paraíba,por aqui as obras de tratamento de esgoto estão a todo o vapor"algumas decadas atrasadas mas tudo bem!". A informação que temos é que em 2010 teremos 100% dos esgotos de Taubaté e Tremembé tratados.
    Espero ainda em vida, poder ver o Tietê e Pinheiros despoluídos!
    Aprendi a nadar no Tietê e acompanho, sempre que posso as notícias sobre a despoluição desses rios.

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