Seguidores do Blog SOS Rios do Brasil

9 de abril de 2010

OCUPAÇÃO DE ENCOSTAS NÃO É PRIORIDADE DAS AUTORIDADES PÚBLICAS


Sinal de alerta sobre ocupação de encostas

Essa parece que nunca é a prioridade das autoridades públicas. As casas no Morro do Bumba, soterradas em Niterói, sequer estavam na lista das moradias consideradas em áreas de risco da prefeitura.


Todos os urbanistas, os engenheiros, os arquitetos concordam que pra evitar tragédias como a do Rio, é preciso evitar a ocupação irregular de encostas. Mas infelizmente, no Brasil todo, essa parece que nunca é a prioridade das autoridades públicas. É o que a gente vê nessa reportagem de Paulo Renato Soares.

Diante de tanta a tragédia, é inevitável a pergunta: por quê? As casas no Morro do Bumba, soterradas no deslizamento em Niterói, sequer estavam na lista das moradias consideradas em áreas de risco da prefeitura. Na última quarta-feira, antes do desmoronamento, o prefeito Jorge Roberto Silveira apresentou uma estimativa sobre famílias que deveriam ser removidas.

“Hoje o cálculo inicial é de cerca de 320 famílias que continuam em áreas de risco”, disse.

Nesta quinta, o secretário de obras de Niterói, José Mocarzel, admitiu que este cálculo não incluía os moradores do Morro do Bumba. “Essas 320 famílias seriam aonde já teria acontecido deslizamento, que a região era mais instável. Essa região aqui, a primeira vista, era um adensado em que não se via nenhum tipo de risco”, afirmou.

O número de casas em área de risco é impreciso, mas o próprio prefeito faz um cálculo de quanto custaria remover as 320 famílias, no levantamento da prefeitura. “Para nós tirarmos o pessoal dessas áreas de risco, nós vamos precisar de alguma coisa em trono de R$ 14 milhões a R$ 15 milhões” afirmou Jorge Roberto Silveira.

É menos do que a prefeitura vai receber do Governo Federal para construir uma torre panorâmica no Caminho Niemeyer, um conjunto de prédios projetados pelo arquiteto Oscar Niemeyer para a orla da cidade. São R$ 19 milhões do Ministério do Turismo.

Em 1995, a Prefeitura do Rio começou um programa de urbanização de favelas. No Morro dos Prazeres, no Centro do Rio, escadas foram construídas e ruas abertas para melhorar a vida dos moradores. Mas as últimas chuvas mostraram que o projeto não conseguiu acabar com o problema mais grave: a construção de casas nas encostas.

A dona de casa Inês Alves gostou quando as melhorias foram feitas. Nesta quinta, depois de ter a casa soterrada no temporal, quer reconstruir a vida em outro lugar.

“Eu estou louca para sair, agora não fico aqui mais. Estou com muito medo disso aqui”, contou.

Além do Morro dos Prazeres, outras quatro favelas, onde houve mortes em deslizamentos esta semana, já tinham passado por obras de urbanização. O Borel, o Morro da Formiga e o Morro dos Macacos, na Zona Norte, receberam investimentos do favela-bairro, da Prefeitura do Rio. E a Rocinha, na Zona Sul, é uma das comunidades beneficiadas pelo PAC, do Governo Federal.

“Eu acho que teria sido mais eficaz se fosse aplicado na política habitacional. Tendo uma política habitacional, a população vai escolher melhor os lugares para morar. Elas acabam morando nessas situações indevidas, de vulnerabilidade, de risco, por falta de alternativa”, explicou o sociólogo da UFRJ, Luiz César Ribeiro.

“Aquilo que deveria ser resolvido na base pra que esses problemas não existissem, como educação, saúde e transporte, toda a questão de infraestrutura também não está sendo feito, então não está sendo feito o planejamento que deveria, nem o controle da ocupação do solo”, ressaltou a urbanista da PUC-RJ, Maria Fernanda Leme.

Depois de 20 anos vivendo no morro, a dona de casa Simone Mendonça não sabe o que fazer para não perder o investimento de uma vida inteira.

“Avisaram para a gente sair, porque está arriscado essa da frente cair também, está arriscado a perder a casa”, disse.

Fonte: G1 - Globo.com

INSTITUTO SOS RIOS DO BRASIL
Divulgando, Promovendo e Valorizando
quem defende as águas do Brasil!
ÁGUA - QUEM USA, CUIDA!

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Seja bem vindo e deixe aqui seus comentários, idéias, sugestões, propostas e notícias de ações em defesa dos rios, que vc tomou conhecimento.
Seu comentário é muito importante para nosso trabalho!
Querendo uma resposta pessoal, deixe seu e-mail.

A legislação brasileira prevê a possibilidade de se responsabilizar o blogueiro pelo conteúdo do blog, inclusive quanto a comentários. Portanto, não serão publicados comentários que firam a lei e a ética.

Por ser muito antigo, o quadro de comentários do blog ainda apresenta a opção comentar anônimo; mas, com a mudança na legislação,

....... NÃO SERÃO PUBLICADOS COMENTÁRIOS DE ANÔNIMOS....

COMENTÁRIOS ANÔNIMOS, geralmente de incompetentes e covardes, que só querem destruir o trabalho em benefício das comunidades FICAM PROIBIDOS NESTE BLOG.
No "COMENTAR COMO" clique no Nome/URL e coloque seu nome e cidade de origem. Obrigado
AJUDE A SALVAR OS NOSSOS RIOS E MARES!!!

E-mail: sosriosdobrasil@yahoo.com.br