Esgoto a céu aberto é realidade para quase 180 mil famílias na PB
Jornal da Paraíba / Online
26/11/2010
Não ter um banheiro ligado ao saneamento básico e despejar fezes e urinas a céu aberto, ameaçando a saúde da própria família e da vizinhança, é a realidade vivenciada em cerca de 17% dos domicílios paraibanos, segundo dados do Sistema de Informação da Atenção Básica (Siab), do Ministério da Saúde. De acordo com o Siab, em julho deste ano, a Paraíba possuía 1.051.026 famílias cadastradas e acompanhadas por Agentes Comunitários de Saúde. Deste total, 179.467 ainda despejavam os dejetos do banheiro em rios, nas ruas ou no próprio quintal da casa.
A aposentada Maria da Penha do Nascimento, de 62 anos, mora em uma pequena casa na comunidade do S, em João Pessoa. Ela conta que todos os resíduos do banheiro são jogados em um manguezal que fica atrás da residência. "Aqui não tem fossa não. O lixo vai todo para a maré aí atrás", informou.
O banheiro, que fica a aproximadamente 25 metros da casa, não tem chuveiro nem descarga, piorando ainda mais a situação. Como se não fosse o bastante, para chegar até o local é preciso ‘driblar' os esgotos da vizinhança, que passam pelo quintal de dona Maria da Penha. "É muito ruim o banheiro do lado de fora de casa. Se alguém passa mal à noite é muito difícil. É muito ruim e o pior é que fica longe do resto da casa", comentou. "Não dá para ter descarga nem chuveiro, porque a água não tem força para subir, aí a gente faz tudo com o balde", explicou.
No quintal da casa, por causa dos esgotos ao ar livre, os mosquitos se acumulam, causando riscos à toda família, sobretudo aos netos da aposentada, que ainda são crianças e brincam descalços.
Para a gerente de Vigilância Ambiental e de Controle de Zoonoses da Secretaria de Saúde de João Pessoa, Djanira Lucena, os dejetos jogados a céu aberto causam tanto problema à saúde da população quanto ao meio ambiente. "O risco de contrair uma verminose é muito grande, não só para a família que vive na casa onde o banheiro é inadequado, mas também para quem vive ao redor. Uma vez que lança o dejeto no meio ambiente, o risco e a possibilidade de doenças é muito grande", comentou, acrescentando que a proliferação de mosquitos também é uma consequência da falta de saneamento.
No caso dos banheiros que são instalados do lado de fora de casa, Djanira acredita que a qualidade de vida da família fica prejudicada. "Não ter um banheiro dentro de casa é um incômodo muito grande, principalmente se alguém da família está doente. Mas, o mais importante disso é saber como este banheiro está instalado e onde estão sendo jogadas as fezes e a urina ", destacou. Para a gerente de Vigilância Ambiental, mais preocupante ainda são os casos das famílias que não possuem um banheiro. "Em pleno século 21, existirem casas que ainda não têm banheiro deixa muito a desejar. Como as pessoas de uma família que não tem banheiro em casa podem ter saúde?", questiona.
A assessoria de imprensa da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Humano comentou que a Fundação Nacional de Saúde (Funasa) e as prefeituras dos municípios desenvolvem projetos para a construção de banheiros adequados nos domicílios, inclusive ligados a uma rede que dá destino adequado aos dejetos.
Segundo o chefe da Divisão de Engenharia de Saúde Pública da Funasa na Paraíba, Bruno Pacheco, entre os anos de 1997 e 2009, foram firmados 644 convênios através do programa de Melhorias Sanitárias Domiciliares (MSD). De acordo com Pacheco, aproximadamente 244 mil pessoas já foram beneficiadas e os investimentos já chegam a R$ 89 milhões. "As prefeituras fazem o levantamento das famílias e nos enviam um projeto. Depois que o projeto é aprovado, nós vamos liberando os recursos aos poucos, à medida que as obras vão sendo executadas. Hoje, podemos afirmar que já diminuiu muito a quantidade de famílias que vivem em domicílios sem banheiros", afirmou. Fonte: Trata Brasil
ÁGUA - QUEM PENSA, CUIDA!
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