Boom imobiliário em São Paulo muda clima e aumenta chuvas, diz estudo
Clayton Freitas
A ocupação desordenada na cidade de São Paulo é apontada por especialistas como um dos principais problemas estruturais da metrópole que interfere diretamente nos problemas provocados pelas chuvas. Augusto Pereira Filho, meteorologista e professor doutor do IAG-USP (Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da Universidade de São Paulo), diz que a capital se tornou nas últimas décadas uma ilha de calor. Com isso, toda e qualquer frente fria que se aproxima tende a desabar em forma de chuva sobre a cidade.
Veja cidades onde 59 pessoas morreram por causa das chuvas
O CGE (Centro de Gerenciamento de Emergências) informou, por volta das 17h30, que uma frente fria está estacionada sobre o Estado até o próximo domingo (24) e que a previsão é de pancadas de chuva a partir da noite desta sexta-feira (22) na capital e na região metropolitana. As chuvas que atingiram diversas regiões da cidade de São Paulo desde o dia 1º de dezembro de 2009 até as 7h desta sexta-feira (22) mataram 59 pessoas, sendo nove apenas na última quinta-feira (21). Trata-se do mês janeiro mais chuvoso em 77 anos, segundo Augusto Pereira Filho.
Cidade mais quente
Análise da evolução do clima, formulada por uma equipe de pesquisadores do Departamento de Ciências Atmosféricas do IAG, a qual Pereira Filho integrou, apontou que num período de 70 anos, a cidade de São Paulo teve aumento de 2ºC na temperatura média, aumento do volume de chuvas em quase 400 milímetros ao ano e queda na umidade relativa do ar de 7%. Em meados da década de 1930, a temperatura na cidade de São Paulo oscilava de 16ºC a 24ºC e, agora, varia de 18ºC a 26ºC.
A primeira versão do estudo data de 2006. Ele foi reformulado no final de 2009 e na última quarta-feira (20), - um dia antes da chuva que atingiu a região metropolitana e matou nove na última quinta-feira (21), - apresentado a especialistas em diversas áreas ligadas ao meio ambiente, urbanismo e engenharia durante uma reunião do Cades (Conselho de Ambiente e Desenvolvimento Sustentável).
Uma das análises do estudo é de que a conjunção que envolve a criação de prédios, aumento da poluição do ar devido a mais carros circulando e redução das áreas verdes resultou na mudança do micro clima da região, agravando as tragédias.
Boom imobiliário
Levantamento realizado pelo Secovi (Sindicato das Empresas de Compra, Locação e Administração de Imóveis Comerciais de São Paulo) aponta que, em 2009, foram comercializadas 25.700 unidades habitacionais. Em 2008, o número foi ainda maior, de 30.169 unidades. Cada unidade habitacional pode ser uma casa ou um apartamento. O Secovi não divulga a quantidade de prédios lançados no período. Entretanto, a maior parte dessas unidades é de prédios residenciais.
Só para se ter ideia do que as 25.700 unidades lançadas em 2009 significam, se o número for dividido por 60 apartamentos – média de uma torre de 15 andares, por exemplo – ele representaria 420 prédios residenciais só em 2009. Pode parecer muito, mas é pouco se comparado aos 2,8 milhões de imóveis existentes na capital.
Questionado se existe alguma solução para o problema, Pereira Filho foi irônico.
- Se está colocando mais prédios nesse ambiente já caótico, a situação tende apenas a piorar. Há cerca de cem anos, a cidade de São Paulo era rural e agora o que se vê é concreto. É um problema que não tem solução muito fácil. A não ser se tirar todo esse concreto e revitalizar com o verde.
A urbanista Lucila Lacreta, do movimento Defenda São Paulo, critica a falta de um planejamento adequado na cidade de São Paulo. Para ela, a revisão do uso e ocupação – chamado de Plano Diretor – em trâmite na Câmara de Vereadores de São Paulo deve ser revista.
- Do jeito que está [Plano Diretor] é uma pá de cal na sustentabilidade da cidade.
O assunto também é debatido pelo próprio Secovi. Em nota divulgada na última quinta-feira a respeito dos 456 anos da cidade de São Paulo, a serem comemorados na próxima segunda-feira (25), a entidade concorda que é necessário um planejamento em longo prazo.
Entre as propostas apresentadas pela entidade estão melhorias para que as pessoas consigam se locomover melhor, preservação de prédios, criação de polos que integrem moradia, trabalho, lazer e educação, melhoria na segurança pública e projetos habitacionais que incluam também serviços de saúde e educação.
Veja cidades onde 59 pessoas morreram por causa das chuvas
O CGE (Centro de Gerenciamento de Emergências) informou, por volta das 17h30, que uma frente fria está estacionada sobre o Estado até o próximo domingo (24) e que a previsão é de pancadas de chuva a partir da noite desta sexta-feira (22) na capital e na região metropolitana. As chuvas que atingiram diversas regiões da cidade de São Paulo desde o dia 1º de dezembro de 2009 até as 7h desta sexta-feira (22) mataram 59 pessoas, sendo nove apenas na última quinta-feira (21). Trata-se do mês janeiro mais chuvoso em 77 anos, segundo Augusto Pereira Filho.
Cidade mais quente
Análise da evolução do clima, formulada por uma equipe de pesquisadores do Departamento de Ciências Atmosféricas do IAG, a qual Pereira Filho integrou, apontou que num período de 70 anos, a cidade de São Paulo teve aumento de 2ºC na temperatura média, aumento do volume de chuvas em quase 400 milímetros ao ano e queda na umidade relativa do ar de 7%. Em meados da década de 1930, a temperatura na cidade de São Paulo oscilava de 16ºC a 24ºC e, agora, varia de 18ºC a 26ºC.
A primeira versão do estudo data de 2006. Ele foi reformulado no final de 2009 e na última quarta-feira (20), - um dia antes da chuva que atingiu a região metropolitana e matou nove na última quinta-feira (21), - apresentado a especialistas em diversas áreas ligadas ao meio ambiente, urbanismo e engenharia durante uma reunião do Cades (Conselho de Ambiente e Desenvolvimento Sustentável).
Uma das análises do estudo é de que a conjunção que envolve a criação de prédios, aumento da poluição do ar devido a mais carros circulando e redução das áreas verdes resultou na mudança do micro clima da região, agravando as tragédias.
Boom imobiliário
Levantamento realizado pelo Secovi (Sindicato das Empresas de Compra, Locação e Administração de Imóveis Comerciais de São Paulo) aponta que, em 2009, foram comercializadas 25.700 unidades habitacionais. Em 2008, o número foi ainda maior, de 30.169 unidades. Cada unidade habitacional pode ser uma casa ou um apartamento. O Secovi não divulga a quantidade de prédios lançados no período. Entretanto, a maior parte dessas unidades é de prédios residenciais.
Só para se ter ideia do que as 25.700 unidades lançadas em 2009 significam, se o número for dividido por 60 apartamentos – média de uma torre de 15 andares, por exemplo – ele representaria 420 prédios residenciais só em 2009. Pode parecer muito, mas é pouco se comparado aos 2,8 milhões de imóveis existentes na capital.
Questionado se existe alguma solução para o problema, Pereira Filho foi irônico.
- Se está colocando mais prédios nesse ambiente já caótico, a situação tende apenas a piorar. Há cerca de cem anos, a cidade de São Paulo era rural e agora o que se vê é concreto. É um problema que não tem solução muito fácil. A não ser se tirar todo esse concreto e revitalizar com o verde.
A urbanista Lucila Lacreta, do movimento Defenda São Paulo, critica a falta de um planejamento adequado na cidade de São Paulo. Para ela, a revisão do uso e ocupação – chamado de Plano Diretor – em trâmite na Câmara de Vereadores de São Paulo deve ser revista.
- Do jeito que está [Plano Diretor] é uma pá de cal na sustentabilidade da cidade.
O assunto também é debatido pelo próprio Secovi. Em nota divulgada na última quinta-feira a respeito dos 456 anos da cidade de São Paulo, a serem comemorados na próxima segunda-feira (25), a entidade concorda que é necessário um planejamento em longo prazo.
Entre as propostas apresentadas pela entidade estão melhorias para que as pessoas consigam se locomover melhor, preservação de prédios, criação de polos que integrem moradia, trabalho, lazer e educação, melhoria na segurança pública e projetos habitacionais que incluam também serviços de saúde e educação.
Fonte: Portal R7.
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ÁGUA - QUEM USA, CUIDA!
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