Rio Descoberto - divisa entre Goiás e DF
Estudantes se integram à Semana da Árvore e passam dia plantando mudasA meta é criar condições para o reflorestamento da região
Leilane Menezes
Publicação: 23/09/2010
No mês em que se comemora a Semana da Árvore, mãos miúdas sujaram-se de terra para ajudar no reflorestamento das margens do Rio Descoberto, em Brazlândia. Parecia brincadeira de criança, mas todos os pequenos estavam envolvidos com uma tarefa séria: a de preservar a vida. Na última terça-feira, diante de uma paisagem deslumbrante, com vista para os mais de 17 quilômetros quadrados de extensão do Lago do Descoberto, 67 meninos e meninas que moram e estudam na cidade plantaram aproximadamente 50 mudas de espécies nativas do cerrado. Foi apenas o começo. O Jardim Botânico de Brasília também preparou programação para celebrar a natureza.
Meninos e meninas se juntam para plantar: maioria demonstra conscientização das questões ambientais |
Em Brazlândia, a intenção é completar 150 mil novas árvores em terrenos próximos à água, até o fim da época de chuva. O reflorestamento ocorre em uma área de 1.317,98 hectares, em uma faixa de proteção de 125 metros afastados das margens do rio. Entre as espécies escolhidas, há embaúbas, barus, ipês, aroeira e mudas de mandioca.
O projeto Descoberto Coberto, como foi batizada a ação, é uma parceria entre 73 produtores rurais, escolas públicas e particulares e Governo do Distrito Federal (GDF). A iniciativa surgiu em 2009, quando o Ministério Público determinou a criação de um grupo de trabalho para evitar o assoreamento (1) do Descoberto. “É do Descoberto que saem 65% da água que abastece o DF. Por isso estamos aqui hoje para ajudar na sobrevivência”, explicou o estudante Gabriel Lemes, 9 anos, mostrando que fixou bem o conteúdo aprendido em sala de aula.
APA DA BACIA DO RIO DESCOBERTO, criada por Decreto Federal
Educação
Professores dos colégios de Brazlândia, região do DF que acolhe a maior parte do rio, trabalham desde o início do ano para conscientizar os alunos sobre a importância de preservar a natureza. “Antes de vir até aqui, as crianças plantaram flores na escola. Aprenderam a fazer reciclagem e compostagem — usar restos como adubo agrícola. Falamos muito sobre queimadas também. Hoje, eles mesmos brigam com os pais se esses jogam cigarro em mato, por exemplo”, afirmou Michele Michetti, professora do 2º ano da Escola Classe do Incra 6.
Ao redor das árvores, os alunos plantaram diversas outras sementes. Cada uma cresce em um ritmo, em um sistema de cooperação e não de competição. “A proteção da natureza é muito importante, porque a gente precisa dela para viver. As árvores são a casa dos animais e ajudam a conservar a água também”, definiu Kelson Mikhail Barbosa, 7 anos. “Com mais árvores, vai chover mais. Se não plantarmos, não vamos ter oxigênio limpo”, alertou Lívia Elias Fidelis, 9.
Vários órgãos do DF participam do projeto coordenado pela Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento (Adasa). O diretor da Adasa, João Carlos Teixeira, ressaltou que a agência criou um plano especial para minimizar os impactos ambientais ocasionados pela rotina de seus trabalhos cotidianos, por meio da Agenda Ambiental-Adasa. Entre os participantes estão Caesb, Emater, Ibram e Terracap. Além do plantio de árvores, está em curso um programa integrado de educação ambiental. Agentes desses setores percorrem as escolas e as propriedades rurais para ensinar a adultos e crianças como manter no dia a dia ações que revertam o desmatamento, o processo erosivo e a sedimentação do rio.
Perigo constante
O assoreamento é o acúmulo de sedimentos pelo depósito de terra, areia, argila e detritos, por exemplo, na calha de um rio. Com isso, a água pode secar e causar graves transtornos a quem precisa dela para viver. Fonte: Correio Braziliense
ÁGUA - QUEM PENSA, CUIDA!
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