A constatação é preocupante: 70% do Rio Macacu estão degradados ou privatizados. Diante dessa realidade — que já levou os municípios de Niterói, Itaboraí e São Gonçalo em 2007 a ficarem sem água devido ao desmatamento e ao assoreamento do rio
Ação de preservação concilia conservação da Mata Atlântica com melhoria na qualidade da água no Rio
21/09/2010
Rio de Janeiro – A Companhia Estadual de Águas e Esgotos (Cedae) organiza hoje (21), Dia da Árvore, o plantio de 50 mil mudas de árvores típicas da Mata Atlântica, às margens do Rio Macacu, no município de Cachoeiras de Macacu, região metropolitana do Rio.
A ideia, segundo o presidente da Cedae, Wagner Victer, é “chamar a atenção da opinião pública e de outras empresas para o Dia C - Carbono Zero - Rio 2016 e estimular projetos semelhantes”. Ele afirma que, além de ser uma forma de cumprir os compromissos do estado junto ao Comitê Olímpico Internacional (COI) para as Olimpíadas do Rio em 2016, o projeto dá início a uma meta da companhia de plantar 3 milhões de mudas até 2012.
O ambientalista Sérgio Ricardo, que acompanha o Programa de Despoluição da Baía de Guanabara desde 1994, ano em que o projeto foi criado, afirmou que o Rio Macacu é um dos poucos, entre os 72 rios que despejam água na Baía de Guanabara, que pode ser considerado limpo. Ele destacou também que “a recomposição da mata ciliar é fundamental para se recuperar a produção de água no Rio de Janeiro”.
“Nós temos vários fatores que impactam a Mata Atlântica, como por exemplo, as queimadas, a soltura de balão, a criação de gado, que muitas vezes é feita no entorno das unidades de conservação sem critério nenhum. No caso das áreas urbanas, o crescimento urbano desordenado precisa de ações de planejamento, de controle ambiental e de fiscalização”, avalia.
O ambientalista avaliou como importante a iniciativa da Cedae que contará com a participação dos funcionários da empresa e de presos do regime semiaberto. Ele lembra que a recomposição do ecossistema da Mata Atlântica é uma causa urgente, já que foi o mais desmatado do país, resultando na preservação de apenas 7% da mata original em todo o Brasil.
De acordo com a Cedae, o Rio Macacu é o que despeja o maior volume de água na Baía de Guanabara. A região onde ocorrerá o plantio tem forte influência sobre a água utilizada na Estação de Tratamento de Laranjal, que abastece os municípios de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí, região de influência do futuro Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj).
A Cedae quer registrar o êxito no livro mundial de recordes, Guinness World Records, como empresa que mais plantou árvores em um só dia às margens de um rio.
Edição: Lílian Beraldo
(Envolverde/Agência Brasil)
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