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25 de setembro de 2010

SOS RIO IPOJUCA (PE) - BELEZA E IMPONÊNCIA AMEAÇADAS PELA DEGRADAÇÃO

Em Escada ( 42 Km de Porto de Galinhas), seguindo o Rio Ipojuca, várias cachoeiras podem ser interessantes pontos de visitas, como a Cachoeira do Urubu (foto), a Cachoeira da Purificação e a Cachoeira do Convento.

Rio Ipojuca Paraíso ameaçado

Paisagem exuberante de formações rochosas e cachoeiras pode ser afetada pela poluição

Em toda sua extensão, o Ipojuca mostra sua beleza e imponência em Chã Grande e Primavera, na Zona da Mata do Estado, onde o rio já é perene. O primeiro município é contemplado pelo Vale dos Caldeirões, uma formação rochosa perto de nascentes de água pura, que se misturam ao rio. O segundo tem a paradisíaca Cachoeira do Urubu, com quedas d’água que atraem turistas de várias partes do Brasil e exterior. Mas mesmo com seu poder de renovação, essas águas não estão imunes à carga de poluição que corre pela bacia hidrográfica diariamente.
“Se providências não forem tomadas desde já, o roteiro turístico poderá prejudicar a saúde da população”, informou o ambientalista João Domingos, alertando que os locais já podem ter ocorrências de esquistossomose.

Dos 74 anos de vida que tem Helena Maria da Conceição, 50 deles foram nas piscinas naturais, bicas e corredeiras da vila que abriga a Cachoeira do Urubu, que é rodeada por área remanescente de Mata Atlântica. “Isso aqui é uma imundície grande, só sabe quem mora aqui. Tudo que não presta, o povo joga na água e espera o rio levar. Bicho morto, lixo, entulho de todo tipo vai direto para o Ipojuca. Fico impressionada como tem gente tomando banho por aqui”, disse a aposentada, que ainda lava a roupa de casa numa pedra do leito.

Leidiane Maria da Silva, 12 anos, André Rodrigues, 15, e Ricardo Alves, 14, moram perto de dona Helena. Quando perguntados sobre qual é a área mais suja do Ipojuca, responderam quase em uníssono: é em Primavera! “Porque a água vem limpa das outras cidades e quando chega aqui a gente suja”, respondeu André, sem imaginar que o desrespeito às águas do seu Estado começa muito antes.

Já o Vale dos Caldeirões, rico em recursos hídricos e ainda pouco explorado, parece não ter indício algum de contaminação. Desconhecido até mesmo por parte dos moradores, o local, próximo ao Sítio Macacos, ainda não teve sua água analisada. Haroldo Oséias de Almeida, do Comitê da Bacia do Ipojuca, que mora no município, destaca que a correnteza do rio e a presença de nascentes de água cristalina levam a crer na pureza do Vale. “Mas isso ainda teremos que atestar”, sublinha.

Certa mesmo é a beleza dos Caldeirões, que parecem uma obra artesanal esculpida ao longo dos séculos pela força das suas águas.


Primeiros sinais da degradação

Ambientalistas denunciam coquetel químico despejado sem constrangimento pelas fábricas e por postos de gasolina

Em Sanharó, município do Agreste Central onde a pecuária é a base econômica, começam a surgir os fortes sinais de poluição presentes ao longo do Ipojuca. Construções irregulares e lixo às suas margens, falta de Estações de Tratamento de Esgoto e retirada de areia para construções são exemplos dos maus-tratos que o Ipojuca sofre ao se derramar na cidade, que tem pouco mais de 16 mil habitantes.
“A situação aqui é grave. Principalmente pela carga de esgoto jogada sem tratamento em toda a área urbana do leito. Qualquer um pode ver a retirada das matas ciliares, assoreamento, lixo e fedentina que vem da água”, denuncia o ambientalista Davi Calado, membro do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Ipojuca, cuja função é promover o cuidado com o meio ambiente através da preservação das águas.

Davi conta que existe um coquetel químico no trecho do rio que banha Sanharó. “Fábricas de laticínios, postos de gasolina e lava jatos jogam sujeira nos canais, que caem direto no Ipojuca. Ninguém se constrange”, reclama o ambientalista, sugerindo trabalhos educativos para diminuir o índice de poluição.

Mais adiante, na Barragem Pedro Moura Júnior, em Belo Jardim, a população adotou o reservatório como um parque aquático natural e o batizou de Prainha do Ipojuca. Foi construída para acumular cerca de 30 milhões de metros cúbicos de água, mas o líquido, que deveria servir de complemento no abastecimento, é degradado.

Numa tarde de domingo em que os termômetros marcavam 44 graus, o vigilante André Vicente de Santana, 44 anos, reuniu família e vizinhos, encheu a Kombi e partiu de Caruaru para aproveitar o dia na Prainha. Cerveja, quentinhas para o almoço, peixe pescado no açude e frito na hora, num fogão improvisado, e o resultado eram restos de comida, copos descartáveis e garrafas de refrigerante no chão e na água. “Essa é a única praia que a gente tem acesso. Não dá para pensar em água limpa ou poluída num calor deste”, ignorou o vigilante, como fazem centenas de pessoas de Belo Jardim e região que visitam a barragem nos fins de semana.

Entre bares e casas, há 22 construções às margens da Pedro Moura Júnior. Por falta de estrutura, lançam seus dejetos na água, segundo o presidente da 28ª Colônia de Pescadores (Z-28), Evandro João Bezerra. Do mesmo local é retirado o sustento de mais de 120 pescadores. Os peixes são capturados em redes e tarrafas e vendidos nos bares, às margens da represa, e nas feiras livres.

“A Colônia fechou parceria com a prefeitura de Belo Jardim e com o Ministério da Saúde. Vamos manter a limpeza e providenciar o saneamento para que a sujeira não contamine a água nem atrapalhe a pesca”, informou Bezerra.



Onde o Rio Ipojuca agoniza


Resíduos lançados por lavanderias e indústrias poluem mais o rio, que se transforma num curso de água e esgoto

Na área urbana de Caruaru, o Ipojuca perde vida e se transforma num curso artificial de água e esgoto. De acordo com os estudiosos, esse é o trecho mais degradado dos 323 quilômetros de extensão do rio. Além dos esgotos, os resíduos lançados pelas lavanderias e indústrias ajudam a poluir ainda mais o Ipojuca. O que antes servia de cartão postal para a cidade, hoje envergonha seus moradores.

Membro de Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Ipojuca, Davi Calado fez coleta de água em três pontos do rio e constatou a degradação na Capital do Agreste. A primeira coleta foi feita próximo à nascente do rio, a segunda em Caruaru e a terceira próximo à foz, no município de Ipojuca. Os exames mostraram que no primeiro trecho a água tem boa qualidade e pode ser utilizada para a pesca e lazer. Na foz, a água é de média qualidade, já que contém restos de contaminação dos locais por onde passa.

Em Caruaru, os resultados não poderiam ser piores. Os testes mostraram que a água é de péssima qualidade e não tem as mínimas condições de uso. Segundo o pesquisador, foi constatada ainda grande quantidade de matéria orgânica e de bactérias. “Nesse espaço, a Demanda Química de Oxigênio foi de 0%. Isso significa que, teoricamente, não há vida no rio”, diz Davi Calado, destacando o mau cheiro e poluição visual do lugar.

CAUSA

Uma das causas da degradação é a falta de tratamento dos esgotos da cidade. Apesar de contar com uma estação de tratamento, a rede coletora não é interligada e apenas parte dos dejetos passa por tratamento antes de cair no rio.

Outra fonte de poluição são as lavanderias, que utilizam grande quantidade de água. Apesar da fiscalização, muitas não fazem o tratamento adequado dos efluentes. O ano passado, 14 das 96 lavanderias da cidade foram interditadas pelos técnicos da CPRH (Agência Estadual de Recursos Hídricos e Meio Ambiente) e da Vigilância Sanitária.

Lixo, animais vivendo em suas margens, dejetos e sujeira compõem uma paisagem que mostra como a sociedade em Caruaru vem cuidando mal do rio, que já foi a principal razão do surgimento do município. “De acordo com historiadores, o fundador de Caruaru, José Rodrigues de Jesus, ao comprar a Fazenda Caruru, onde começou a cidade, foi atraído pelo espaço por sua proximidade com o Ipojuca”, frisou o sociólogo Reginaldo Melo, que há décadas estuda o rio.

Há 40 anos, José Carlos Bezerra, 56, fazia competição a nado no Ipojuca. “Me sentia um rei vivendo num lugar privilegiado de Caruaru. Moro na mesma casa de antes e agora sou castigado por sujeira e fedor. A coisa piorou muito de 20 anos para cá”, lamenta.


Sofrimento trazido pelas águas


Cheias deixam rastro de destruição e morte, mal causado por desmatamento e ocupação irregular das margens do rio


Um dos maiores problemas do Rio Ipojuca é a ocupação irregular de suas margens, principalmente nos centros urbanos. Esse problema torna-se mais visível em épocas de cheia, quando o rio reocupa seu espaço, causando mortes e destruição. Uma das maiores inundações aconteceu em 2004. Pelo menos 30 pessoas morreram e mais de três mil ficaram desabrigadas. Muitas das famílias que perderam seus imóveis ainda esperam pelas casas prometidas na época.

Em 2004, diversas cidades do Agreste e da Mata Sul foram atingidas pela inundação, que elevou o nível do Ipojuca em cerca de dois metros. Entre os municípios mais prejudicados estavam Caruaru, Gravatá e Escada. Em algumas cidades, pontes ficaram intransitáveis ou foram destruídas. A agricultora Maria José Tavares, 70 anos, moradora de Tacaimbó, lembra com detalhes do sofrimento que passou com a cheia. “A água chegou a quase dois metros. A gente ficou com água no pescoço. Tenho medo que aconteça de novo”, diz.

A cheia voltou a ocorrer em 2009, desta vez com menor intensidade. Cidades como Caruaru, Sanharó, Tacaimbó, Belo Jardim e São Caetano foram afetadas pela elevação das águas do Ipojuca. Ano passado, entretanto, o rio subiu menos de um metro e os estragos foram menores que em 2004.

Em época de chuvas, as atenções se voltam para a Barragem Pedro Moura Júnior, em Belo Jardim, que também serve para a contenção das águas. Quando ela começa a sangrar é sinal de perigo para a população ribeirinha. Os órgãos de defesa começam a emitir alertas e muitas vezes aconselham os ribeirinhos a deixar suas casas.

O pesquisador João Domingos, mestre em recursos hídricos, lembra que as inundações fazem parte da dinâmica da bacia do Rio Ipojuca. “Esse processo natural ganha dimensões de desastre por causa de interferência humana, como a ocupação irregular de suas margens e o desmatamento”, destaca. Segundo ele, a fiscalização deve ser feita pelos municípios, o que praticamente não acontece nas cidades que margeiam o Ipojuca.

O sofrimento provocado pelas cheias, entretanto, não se resume a épocas de chuva. Em Caruaru, muitas das famílias desabrigadas na inundação de 2004 ainda não receberam as casas prometidas. Os desabrigados foram cadastrados pela prefeitura e passaram a receber auxílio-moradia de R$ 80. Esse valor, no entanto, é considerado insuficiente para o pagamento do aluguel.

Para piorar a situação, os primeiros conjuntos que estavam sendo construídos para os desabrigados foram invadidos. A dona de casa Maria Claudijane da Silva, 32, ainda cobra providências à prefeitura. Atualmente ela mora em Cedro, em frente à área onde está sendo construído um conjunto habitacional para as vítimas da cheia. Mas as obras estão paradas. “O dinheiro do aluguel é pouco e quem perdeu as casas passa por necessidades”, lamenta.

De acordo com a Prefeitura de Caruaru, 74 famílias vítimas da cheia de 2004 recebem o auxílio-moradia. No momento, o governo municipal tenta a reintegração de posse dos conjuntos habitacionais invadidos para concluir as casas que serão destinadas às famílias cadastradas.

Pedro Romero

Corredeiras do Rio Ipojuca (PE)

Ponto de partida para a revitalização


Apesar da poluição, em diversos trechos o Rio Ipojuca apresenta sinais de vida e beleza. Estudo hidroambiental é importante passo para intervenção mais ampla.


Apesar das inúmeras agressões que sofre ao longo do seu curso, o Rio Ipojuca mostra sinais de vida e beleza em diversos trechos. Como num poema de João Cabral de Melo Neto, a vida explode, teimosa, aqui e acolá. São peixes, plantas e tartarugas que nadam e se aquecem em suas pedras, alheias à poluição. Talvez para mostrar que onde há vida, há esperança. O primeiro passo para uma intervenção mais ampla e efetiva no rio está sendo dado com a elaboração do estudo hidroambiental da Bacia do Rio Ipojuca. O trabalho está sendo elaborado pela Secretaria Estadual de Recursos Hídricos e delineará um leque de ações a serem desenvolvidas para a revitalização do rio.

“O estudo vai apontar que intervenções devem ser feitas. É um projeto financiado pelo governo federal e pelo Banco Mundial, que já está em fase de conclusão”, diz o secretário-executivo da Secretaria de Recursos Hídricos, Almir Cirilo. Segundo ele, o trabalho deve ficar pronto em setembro. Depois começam a elaboração dos projetos.

A partir desse estudo, espera-se que o Ipojuca receba a mesma atenção que está sendo dada à Bacia do Rio Capibaribe, que hoje tem um financiamento de R$ 350 milhões para tratar da despoluição e do aumento da oferta de água. “A nossa expectativa é que, depois da conclusão desse projeto, a gente comece a trabalhar com o Ipojuca na mesma linha”, acrescenta Cirilo.

Já o diretor-presidente da CPRH (Agência Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos), Hélio Gurgel, destaca a inauguração de uma Unidade Integrada de Gestão Ambiental (Uiga) em Caruaru como um dos avanços no combate às agressões ao Ipojuca. A unidade foi inaugurada na semana passada e foi concebida para atuar em parceria com os governos federal, estadual e municipal. “O objetivo é estabelecer um ponto único de convergência para as solicitações ambientais, sejam de licenciamento, monitoramento ou fiscalização. Isso vai possibilitar que uma equipe possa atuar não só em Caruaru como no Agreste Setentrional para coibir infrações ambientais”, diz. Esta é a sexta unidade integrada inaugurada no Estado. As outras ficam em Nazaré da Mata, Garanhuns, Araripina, Ribeirão e Petrolina.

Segundo ele, em caso de ações de grande porte, técnicos podem ser deslocados da sede da CPRH no Recife. Para ele, os problemas do Ipojuca só podem ser resolvidos com o envolvimento dos diversos setores da sociedade. “Pedimos que a população nos ajude e denuncie os crimes para que possamos agir. As denúncias podem ser feitas pelo telefone da ouvidoria cujo número é o (81) 3182-8923”.

Quando se comemora do Dia Internacional das Águas, cabe uma reflexão sobre o que queremos para o velho rio e para o futuro de nossa sociedade. Uma coisa é certa: as soluções só podem ser construídas em conjunto. Pelo poder público, entidades e com a participação da população.


“O rio é um depósito de lixo”


Inconformado com o retrocesso ambiental sofrido pelo Rio Ipojuca, um dos mais importantes do Estado, o gestor ambiental Reginaldo Melo resolveu, há 40 anos, travar uma batalha contra os autores da poluição. Membro do Fórum Nacional da Sociedade Civil nos Comitês das Bacias Hidrográficas (Fonasc-CBH) e do Comitê da Bacia Hidrográfica do Ipojuca, Melo, que também é sociólogo, conta ao JC-Agreste seu maior objetivo: evitar que as próximas gerações nos culpem por negligência e omissão.

JCA sua história com o Ipojuca começou há 40 anos. De onde veio esse encantamento?
REGINALDO MELO – Nasci em Palmares e nos anos 70, quando estive em Caruaru pela primeira vez, conheci o Ipojuca. O primeiro contato foi durante um acampamento com amigos às margens do rio. Me encantei por ele de uma forma que quis conhecê-lo por inteiro. Vi homens criando animais, mulheres lavando roupas, famílias tomando banho, pescando. O rio tinha uma vida arrebatadora. Em 1974, voltei ao curso. Vi que casas e parques industriais estavam sendo construídos, destruindo as matas ciliares. Percebi que o rio precisava de alguém que levantasse a bandeira em seu favor.


JCMesmo com quatro décadas de trabalhos, a degradação continuou.

REGINALDO – O que vejo hoje é uma forma selvagem de ingratidão. O Ipojuca alimentou a população, possibilitou a agricultura, a pecuária, o crescimento econômico. Hoje quem se beneficiou da água constrói casas de costas para ela, joga todo seu lixo e indiferença. Me sinto como um ativista que lutou pelo seu país e o mesmo país o abandonou. Mas quero terminar meus dias de vida me indignando contra os malfeitores do rio e contaminando outras pessoas com o mesmo sentimento.


JC – Como está a situação do Ipojuca hoje?

REGINALDO – Um depósito de lixo. Algumas ações são desenvolvidas por órgãos públicos, por ambientalistas, mas não acompanham o ritmo de degradação. Os gestores municipais de hoje não podem receber essa culpa, eles têm aí uma herança cinquentenária. No entanto, podem adotar uma nova concepção de políticas públicas de meio ambiente, com uma visão moderna e humanizada do desenvolvimento. A responsabilidade social deve partir do município, Estado, União e sociedade como um todo. Só assim não seremos acusados pelas próximas gerações de termos ignorado a qualidade de vida deles.


JC – O que pode acontecer se nenhum controle for feito?

REGINALDO – Sabemos que 51% da água usada no desenvolvimento do País vem dos rios. Mas se a água que sai da torneira vem do rio e a que sai das descargas volta para o rio, até quando esse ciclo será sustentado? O rio é para o planeta como as artérias são para o corpo humano e uma veia obstruída gera colapso. É impossível viver sem água potável, mas muita gente ainda não compreende isso.


JC – Como avalia o impacto ambiental no Ipojuca após a transposição do Rio São Francisco?

REGINALDO – Duas obras de grande relevância para o Nordeste estão sendo implantadas: a transposição do São Francisco e a construção da Refinaria Abreu e Lima, em Suape. O Ipojuca é um canal que liga o Sertão ao litoral e seu curso levaria a água do São Francisco de um ponto ao outro. O líquido virá em forma de tubulação e como haverá mais água disponível, ocorrerá maior crescimento econômico. Precisaremos de mais Estações de Tratamento de Esgoto, de replantio de matas ciliares, de fiscalização no entorno da bacia. O rio está no seu limite, não vai suportar a carga de desenvolvimento sem um plano de revitalização.


JC – Se o plano não for posto em prática?

REGINALDO – Haverá desastres ambientais. Mais água gera mais esgoto, que vai desembocar em Suape, o boom da economia no Estado. Isso vai repercutir no turismo, no desenvolvimento social, cultural e econômico. A mudança depende só de vontade política. Sem sustentabilidade, teremos crescimento, mas não desenvolvimento.


JC – O senhor disse que há pessoas que ganham dinheiro com a poluição.

REGINALDO – Quando há enchentes, os municípios decretam estado de calamidade pública, uma forma de captação de recursos. Na grande maioria das vezes, não se aplica essa verba em benefício dos flagelados, há desvio para atender a outros interesses. Depois, vêm outras cheias, mais captação de recursos e o mesmo sofrimento.


JC – Como unificar os municípios em favor do Ipojuca?

REGINALDO – Tenho um projeto de educação ambiental e preservação da bacia do Rio Ipojuca, com o tema Conheça para amar e ame para defender. Já está registrado e nele defendo que os 24 municípios que são banhados pelo rio se unam em forma de consórcio. Cada município deve contribuir na proporção que polui. O projeto propõe atingir a população de toda a bacia, que chega a dois milhões de pessoas. Demanda de união política e econômica.

fonasccbh@yahoo.com.br
Jornal do Commercio




SAIBA MAIS:

Fonte: FÓRUM FONASC-CBH
FONASC-CBH - Escritório: 
LN 107 bloco D sala 211 CEP 70643-540 - Brasília - DF 
Fones: (61) 32027448 - (61) 99996191  

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Um comentário:

  1. Olá Profº Jarmuth, tudo bem?

    Li e gostei de seu post, ele fala sobre uma questão muito importante.

    Estou escrevendo aqui para trazer a informação de como tem sido tratado o Rio Juquery. Neste vídeo (http://www.youtube.com/watch?v=vca810sNthE) é possível ver que a falta de tratamento e saneamento básico esta destruindo dia após dia a fauna e flora do rio e que se continuarmos sem ter alguém na assembléia que o defenda, em breve não teremos mais nada o que defender.

    Por isto peço que no dia 03/10 ajude-me a ser eleito, para que possamos defender juntos o Rio Juquery e oferecer saneamento básico a todos que moram nestas cidades por onde o rio passa.

    Para encontrar mais informações sobre minhas propostas acesse o site: http://anesiodecampos.com.br


    Anésio de Campos - 43.133

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