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1 de abril de 2014

PROJETO RIOS VOADORES NA ESCOLA DA NATUREZA




Projeto aposta em professores de escolas públicas para a preservação das águas

O fenômeno denominado “rios voadores”, massas de ar úmido que trazem vapor de água da Amazônia para outras regiões do Brasil e da América do Sul, é a inspiração de uma nova campanha educacional lançada pelo Projeto Rios Voadores na Escola da Natureza, em Brasília (DF).

A iniciativa consiste em transformar conteúdo científico e ambiental em material de fácil compreensão do público jovem e infantil por meio da capacitação de professores da rede pública de ensino. A distribuição de material didático específico conta com uma novidade: o livro Rios que voam, de Yana Marull. O objetivo é despertar a conscientização de crianças e adolescentes sobre o papel das florestas – e de cada árvore – na preservação das águas doces do Brasil. No dia 22 de março é comemorado o Dia Mundial da Água.

O projeto teve início em 2007, com a ideia de aproximar o público em geral aos resultados de pesquisas científicas (em curso há três décadas) sobre a floresta amazônica e o regime de chuvas no Brasil.


 

Numa parceria com cientistas brasileiros renomados, como os professores Enéas Salati e Antonio Nobre, o piloto aventureiro Gérard Moss percorreu principalmente a Amazônia e o Centro-Oeste coletando amostras de vapor de água em um pequeno avião adaptado. A análise das amostras no Centro de Energia Nuclear na Agricultura (Cena) teve o objetivo de levantar mais dados técnicos sobre os rios voadores oriundos da Amazônia, conhecidos assim devido ao enorme volume de água que transportam na forma de vapor. A umidade provem da evapotranspiração das árvores da floresta amazônica (com 5,5 milhões de km²), e tem forte impacto no clima do Brasil.

Educação ambiental

Segundo o piloto e ambientalista Gérard Moss, diretor do Projeto Rios Voadores que promove oficinas de formação para professores de escolas públicas sobre o tema desde 2011, o interesse em assuntos ambientais começa com crianças cada vez menores. Justamente para abraçar também o público infanto-juvenil, o projeto vai capacitar professores com materiais exclusivos direcionados às crianças. Através dos professores, o projeto multiplica o conhecimento e gera esperança na conservação das florestas e das águas do Brasil. 

Serão beneficiados alunos desde a educação infantil até o ensino médio. Nestas primeiras oficinas, cerca de 200 professores (das disciplinas de Ciências e Geografia) serão capacitados no DF em parceria com a Escola da Natureza.




“Com o lançamento do livro Rios que Voam, temos agora um material colorido e cativante para as crianças pequenas. Nossa meta é alcançar milhares delas, principalmente nas regiões Norte e Centro-Oeste, mas também em outras regiões do Brasil. Nossa intenção é que até mesmo os pequenininhos entendam e sejam mais conscientes da importância da floresta, e mesmo da árvore em frente à sua casa, que também faz sua parte para fornecer vapor de água para a atmosfera”, diz Gérard, que acompanhou o treinamento de 625 professores em ações anteriores do projeto, os quais repassaram a matéria para mais de 80 mil alunos nos últimos três anos.

País de água

Para o aventureiro suíço, naturalizado brasileiro, que ficou conhecido em todo Brasil por ser o primeiro piloto a dar a volta ao mundo em um motoplanador, apesar da decepção com a falta de comprometimento do mundo com a Rio+20, o Brasil possui vantagem em relação à sustentabilidade. No entanto, é preciso mais informação e conscientização entre seus próprios cidadãos.

“O Brasil é o país campeão de chuvas no mundo (com o volume de 15.200 km³ de água por ano) graças à existência de dois elementos: a Floresta Amazônica e a Cordilheira dos Andes. A evapotranspiração das árvores da floresta lança vapor de água para a atmosfera. As massas de ar úmido, ou rios voadores, são empurradas ao oeste e encontram a barreira natural da cordilheira, onde são desviadas rumo ao sul.”, explica.

“Da mesma forma que todos conhecem as peculiaridades climáticas da sua respectiva região (época das chuvas ou da estiagem), é importante que entendam a dinâmica que influencia o clima do país e sua sustentabilidade. 

Segundo Moss "o Brasil é um país de água, mas em certas regiões, não podemos nos dar o luxo de desperdiçá-la. Onde não há água suficiente, pelo motivo que for, precisamos dar mais valor e respeito a ela e à vegetação”, avalia Gérard, ao destacar que uma árvore de grande porte da Floresta Amazônica é capaz de produzir mais de mil litros de água por dia. AGUAONLINE



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