5° Fórum Mundial da Água começa nesta segunda-feira
Envolverde - 16/03/2009
Autoridades e especialistas de todo o mundo se reúnem em Istambul.
O 5° Fórum Mundial da Água acontece em Istambul, na Turquia, desta segunda-feira (16/03) até o próximo domingo, 22/03. Mais de 20 mil pessoas de todo o mundo se reunirão neste, que é o principal evento sobre água no mundo e tem o objetivo de inserir o tema na agenda internacional. “Considerarmos que o 5º Fórum será um sucesso se cada um de nós, os políticos, as empresas, bem como as ONGs, os sindicatos, toda a sociedade civil, participar da troca de idéias, para dialogar e enfatizar soluções concretas para fazer frente aos problemas que perturbam o futuro da água no mundo”, diz Loic Fouchon, presidente do Conselho Mundial da Água.
Um elemento importante para a colaboração global na resolução dos problemas de abastecimento e saneamento da água, o Fórum oferece à comunidade da área e aos responsáveis por políticas e decisões de todo o mundo uma oportunidade única de se reunir e se conectar, debater e buscar soluções para atingir a segurança em temas relacionados à água.
O evento é organizado a cada três anos pelo Conselho Mundial da Água, em colaboração com o país anfitrião. Em sua quinta edição, o Fórum contará com a participação de uma representativa delegação da América Latina, incluindo ministros, parlamentares, autoridades locais e especialistas de todo o continente.
O 5º Fórum Mundial da Água tem um Centro Virtual de Imprensa, que oferece aos jornalistas suporte para a produção de notícias, com sugestões de pauta, indicação de fontes e fotografias para download. O acesso a este espaço pode ser feito pelo link www.watermediacenter.org ou pelo site do Conselho Mundial da Água www.worldwatercouncil.org na seção Media.
Estarão no evento chefes de Estado, ministros, parlamentares e autoridades locais que se encontrarão para sessões individuais e conjuntas, com o objetivo de incentivar a discussão e o consenso em assuntos prioritários relacionados à água. Mais de cem ministros de todo o mundo devem participar do encontro.
Três resultados principais são esperados deste encontro:
- a Declaração Ministerial, um documento conciso, focado nos temas de segurança, adaptabilidade e solidariedade em meio a mudanças globais;
- o Guia de Istambul de Estratégias para Manejo da Água, um documento mais longo, de referência, esboçando possíveis estratégias para lidar com as mudanças globais que afetam a água;
- e as sínteses das Mesas-Redondas Ministeriais, com os resultados de oito discussões de alto nível sobre importantes temas relacionados à água.
Prefeitos de todo o mundo são esperados para participar e endossar o Consenso de Istambul, um compromisso para disparar uma série de ações para melhorar o acesso à água e ao saneamento, entre outros desafios. Entre as cidades que já endossaram o Consenso de Istambul estão Buenos Aires, na Argentina, e Guayaquil, no Equador.
Cem sessões temáticas acontecerão durante toda a semana, cada uma tentando fornecer, num diálogo entre vários setores, uma resposta e um claro entendimento de questões cruciais relacionadas à água, como saneamento, desastres, alimentação e energia, entre outras.
Haverá um esforço concentrado para conciliar as agendas de ativistas que querem evitar os efeitos das mudanças climáticas e especialistas em água, mais focados em mitigar os impactos dessas mudanças, incluindo secas, inundações, migrações etc.
Um painel de alto nível sobre mudanças climáticas vai reunir as recomendações do Fórum, que serão, depois, levadas às negociações da Convenção das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, ao G-8 e a outras plataformas importantes. Haverá seções para a apresentação de trabalhos realizados em várias regiões do mundo, identificando soluções para os problemas relacionados à água.
Centenas de expositores apresentarão suas atividades e tecnologias na Exposição Mundial da Água e na Feira Mundial da Água. Atividades de treinamento serão oferecidas para crianças e adultos no Centro de Aprendizado e na Vila Mundial de Educação sobre a Água. Espaços abertos e oportunidades de contatos e trocas de experiência serão oferecidos para permitir a aproximação entre os participantes.
Será lançado um novo relatório da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) e do Conselho Mundial da Água, com sugestões sobre financiamento para água. Um painel vai mergulhar no desafio de fornecer água para todos no meio da turbulência econômica global.
O novo Relatório sobre Desenvolvimento Mundial da Água das Nações Unidas, divulgado a cada três anos, durante o Fórum Mundial da Água, será lançado no dia 16 de Março. O documento é uma revisão ampla da edição anterior e dá uma visão geral da situação atual dos recursos mundiais de água doce.
O Fórum Mundial da Água (World Water Forum) é o mais importante evento mundial sobre a água. É organizado a cada três anos como um empreendimento conjunto entre o World Water Council e o governo do país anfitrião. As quatro primeiras edições foram realizadas no Marrocos (1997), na Holanda (2000), no Japão (2003) e no México (2006), e o 5º World Water Forum acontecerá em Istambul, Turquia, em março de 2009. Site: http://www.worldwaterforum5.org.
O Conselho Mundial da Água (World Water Council) é uma organização internacional independente, cujo objetivo é promover o manejo sustentável da água em todo o mundo. Possui mais de 300 organizações filiadas, incluindo governos, organizações não-governamentais, empresas, redes de profissionais e instituições de pesquisas baseadas em mais de 50 países.
O Conselho Mundial da Água traz à esfera pública informações e conhecimento sobre questões relacionadas à água. Seu trabalho se concentra em despertar atencão e incentivar vontade política para ampliar o acesso à água e ao saneamento e promover o manejo criterioso dos recursos hídricos. A sede do World Water Council fica em Marselha, na França. Site: www.worldwatercouncil.org.
De toda a água na Terra, 97,5% são compostos por água salgada e, dos 2,5% restantes de água doce, cerca de 70% estão congelados nas calotas glaciais polares. Os outros 30% de água doce estão, em sua maior parte, presentes como umidade do solo ou em aquíferos subterrâneos.
Para assegurar nossas necessidades básicas, todos precisamos de 20 a 50 litros de água livre de contaminantes nocivos todo dia; 1,1 bilhão de pessoas vivem sem água potável; 2,6 bilhões de pessoas vivem sem saneamento adequado; em áreas mal servidas de água e saneamento, a taxa de mortalidade infantil é 10 a 20 vezes maior que em áreas com em que estes serviços são adequados; e 3.900 crianças morrem todos os dias por doenças transmitidas pela água.
Uma criança nascida no mundo desenvolvido consume 30 a 50 vezes mais água que uma criança que vive em países em desenvolvimento; globalmente, a diarréia é a principal causa de doenças e mortes. Suas vítimas somam cerca de 1,8 milhão de pessoas a cada ano. No mundo em desenvolvimento, 70% dos resíduos industriais são despejados sem tratamento e poluem as reservas de água. De 300 a 500 milhões de toneladas de metais pesados, solventes, lixo tóxico e outros resíduos são despejados todo ano pelas indústrias.
Para produzir um quilograma de carne, são necessários algo entre 5.000 e 20.000 litros de água. A quantia total de recursos hídricos usados para produzir um alimento é denominada de “água virtual”. Produzir 1kg de carne requer a mesma quantidade de água usada por uma família de tamanho médio por dez meses (50 litros/pessoa/dia); 50% das zonas úmidas do mundo (como pântanos) desapareceram desde 1900; e aproximadamente 70% de toda água doce disponível é usada para irrigação.
Estima-se que as nações da OCDE precisem investir pelo menos US$ 200 bilhões por ano para substituir sua antiquada infraestrutura de água e garantir o suprimento, reduzir taxas de vazamento e proteger a qualidade da água. Até 2075, o número de pessoas que viverão em regiões com falta crônica de água é estimado em 3 a 7 bilhões. Os dados são divulgados pelaOrganização Mundial da Saúde (OMS), Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), Water Partners International(WPI)e Stockholm International Water Institute (SIWI).
Fonte: (Envolverde/Pauta Social)
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