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12 de novembro de 2009

COM MAIS DE 45 AÇUDES, NO SERTÃO PERNAMBUCANO, PETROLINA QUER AUMENTAR A PRODUÇÃO E USO EFICIENTE DA ÁGUA


Açude em Petrolina (PE)

Petrolina terá plano de gestão dos recursos hídricos

Petrolina, no sertão pernambucano, contabiliza mais de 45 açudes públicos de pequeno e médio portes. Pesquisadores da Embrapa Semiárido juntamente com a Prefeitura Municipal, estão elaborando um plano integrado de gestão e manejo desses recursos hídricos, a fim de propor ações voltadas para aumentar a produção e uso eficiente da água desses reservatórios, que têm como finalidade principal o abastecimento humano e animal.

Os açudes, em geral, apresentam problemas relacionados ao abastecimento irregular de suas reservas hídricas. Em consequência, compromete o avanço no desenvolvimento das atividades agrícolas nas comunidades rurais que não dispõem de fontes hídricas permanentes, principalmente para o consumo humano.

Segundo a engenheira agrícola Luiza Teixeira de Lima Brito, pesquisadora da Embrapa Semiárido, esses problemas têm origem nas próprias condições do ecossistema da região, como a irregularidade do regime de chuvas, mas, também, nas intervenções humanas sobre o ambiente.

A instalação de mais de um açude em microbacias com pequena capacidade de suporte, o aumento da demanda nessas fontes de água para fins diversos, além do assoreamento da bacia hidráulica, são resultados de manejos inadequados e que afetam a disponibilidade de água para as comunidades, afirma.

Reservatórios

Pesquisadores da Embrapa e técnicos da Secretaria de Desenvolvimento Rural têm aplicado questionário entre líderes comunitários e moradores antigos a fim de obter informações sobre o histórico das fontes de água, como ano e tipo de construção, principais usos da água, considerando o consumo humano, animal e vegetal .

Outro conjunto de dados também será levantado. O ecólogo Lucio Alberto Pereira, pesquisador da Embrapa Semiárido na área de manejo de bacias hidrográficas, explica que em cada um dos reservatórios vão ser dimensionadas as capacidades de armazenamento, escoamento, evaporação e precipitação, além da realização de testes de infiltração da água nas microbacias e estimar a taxa de escoamento superficial das chuvas.

Em alguns dos reservatórios, identificados como representativos das microbacias, os pesquisadores vão instalar estações meteorológicas automáticas para fazer medições da temperatura e umidade relativa do ar, velocidade do vento, precipitação e radiação solar.

Também estão sendo feitas análises das características dos solos marginais dessas bacias a fim de incluir ações que inibam a sua degradação e afete a qualidade da água armazenada nos reservatórios.
De acordo com Lucio, o estudo ainda vai avaliar a qualidade físico-química e bacteriológica das águas e a quantidade armazenada em cada açude, a fim de identificar sua adequação aos diferentes usos. Para avaliação da qualidade, os técnicos fazem coletas de água em todos os açudes para identificar a flutuação da qualidade em função da demanda e da ocorrência das chuvas.

Todas essas informações serão base para se determinar o balanço hídrico de cada um dos reservatórios. Lucio Pereira afirma que o conhecimento dos componentes desse balanço é essencial para orientar instituições públicas e mesmo organizações não governamentais no planejamento de políticas sustentáveis de recursos hídricos nas áreas secas do sertão nordestino.

Plano

Luiza Brito considera que estes elementos vão subsidiar o plano integrado que a Embrapa Semiárido e a Prefeitura, com a participação das comunidades, pretendem elaborar para orientar a gestão das bacias nas áreas rurais de Petrolina. O manejo inadequado, como a lavagem de veículos, uso pelos animais em açudes onde a população retira água para beber, é um problema que o plano pretende evitar.

Para ela, esse plano ainda é um instrumento importante para a prefeitura aprimorar o uso dos recursos hídricos com o objetivo de atenuar os efeitos das mudanças do clima no município. O aquecimento do planeta terá efeitos severos em regiões como a semiárida do Brasil. Nesta parte do Nordeste, a tendência apontada é de que se torne mais seca devido à redução de 15 a 20% das chuvas e ocorrência de secas mais intensas, da significativa redução no nível de água dos reservatórios, e o aumento da temperatura entre 3-4ºC, com sérias consequências na redução das vazões dos rios e aumento nas taxas de evaporação.

Nestas condições, a agricultura de subsistência regional pode se tornar uma atividade de risco muito alto. Da mesma forma, pode tornar crítico os estoques de água nos reservatórios, e agravar os problemas sociais entre os agricultores familiares. O Conselho Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) apoia com recursos os estudos da Embrapa e da Prefeitura de Petrolina.

* Informe da Embrapa Semiárido, publicado pelo EcoDebate, 12/11/2009

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