Shopping em São Paulo cresce sobre área contaminada
"O relatório foi apresentado à Cetesb em setembro de 2007 e confirmou a existência da contaminação do solo e da água subterrânea, por presença de benzeno, tolueno, xileno e naftaleno acima do permitido. Havia ao menos 4.500 toneladas de solo contaminado."
O shopping Iguatemi, um dos mais luxuosos de São Paulo, está se expandindo sobre uma área contaminada, que inclui a água subterrânea e possivelmente também os poços artesianos na região da avenida Faria Lima (zona oeste). A obra, conforme documento da Procuradoria Geral da Prefeitura de São Paulo, deveria ser paralisada até que seja investigada a extensão da contaminação do lençol freático.
A expansão do Iguatemi não obteve as licenças da prefeitura, mas as obras foram autorizadas por decisão da Justiça, em primeira instância, a qual o município tenta derrubar. O impasse ocorreu porque, segundo a prefeitura, o projeto original foi modificado a ponto de necessitar de novas licenças.
Segundo a Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo), funcionava no terreno um posto de combustíveis. Durante a obra, foram encontrados dois tanques de combustíveis enterrados. A conclusão sobre a contaminação está em ofício enviado pela Prefeitura de São Paulo à 3ª Vara da Fazenda Pública, após consulta à Cetesb.
O documento foi anexado ao processo movido pelo shopping contra a prefeitura para poder tocar a obra sem licença. O local é vizinho ao prédio em que mora o prefeito Gilberto Kassab (DEM).
Estacionamento - A nova área terá três subsolos e sete andares de estacionamento, num total de 650 vagas. Em quatro pavimentos, haverá escritórios. Há três pavimentos no subsolo, o que exigiu o rebaixamento do lençol freático.
De acordo com consulta da Cetesb ao DAEE (Departamento de Águas e Energia Elétrica), há dez poços artesianos no raio de 500 metros do local. O shopping é vizinho ao Esporte Clube Pinheiros, que mantém ao menos quatro poços na sua sede, de onde pode retirar até 74 mil litros de água por hora.
De acordo com o documento da prefeitura, assinado pela arquiteta Rosilene de Toledo Marciano, "é certa a expansão da pluma de contaminação para áreas que extrapolam os limites (do shopping). A continuação das obras sem a delimitação correta das plumas de contaminação (...) pode colocar em risco a comunidade do entorno e perpetuar a contaminação das águas subterrâneas", descreve a arquiteta.
Em julho de 2007, o shopping enviou carta à Cetesb informando sobre a contaminação e requisitou um certificado para a descontaminação.
O relatório foi apresentado à Cetesb em setembro de 2007 e confirmou a existência da contaminação do solo e da água subterrânea, por presença de benzeno, tolueno, xileno e naftaleno acima do permitido. Havia ao menos 4.500 toneladas de solo contaminado.
Apesar do certificado, chamado Cadri, o Iguatemi não atendeu às exigências da Cetesb, e sofreu nova advertência em setembro do ano passado, o que culminou em aplicação de multa, em 16 de maio deste ano, de R$ 7.925.
Novamente, o shopping procurou a Cetesb afirmando que o processo não havia caminhado porque não havia obtido autorização por parte dos órgãos da Prefeitura de São Paulo -Subprefeitura de Pinheiros, CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) e Convias (Departamento de Controle de Uso de Vias Públicas) - para a execução das sondagens e instalação dos poços de monitoramento fora da área da empresa.
Para a Cetesb, a instalação desses poços é fundamental para a delimitação da pluma de contaminação. "A Cetesb aguarda o envio do relatório dessa investigação, sob risco de o shopping sofrer novas penalidades pelo descumprimento das exigências formuladas", diz a agência. (Fonte: José Ernesto Credencio/ Folha Online/AMBIENTE BRASIL)
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