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7 de outubro de 2009

SALVADOR (BA) DISCUTE EDUCAÇÃO AMBIENTAL PARA AS ÁGUAS (07/08 OUT)


Educação ambiental para as águas é discutida em Salvador

As principais estratégias adotadas para a implementação de políticas de educação ambiental para a gestão das águas no país e os seus desafios puderam ser conhecidos nesta terça-feira (05), durante a abertura do Seminário de Formação em Educação Ambiental no Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos (SINGREH), realizado no Hotel PortoBello, em Salvador.

O Seminário, que continua nos dias 07 e 08 de outubro, é promovido pelo Conselho Nacional de Recursos Hídricos (CNRH), com apoio do Instituto de Gestão das Águas e Clima (INGÁ), quando serão construídas coletivamente as contribuições dos participantes para a instituição de espaços de educação ambiental no Sistma Nacional.

O anfitrião do evento e diretor geral do INGÁ, Julio Rocha, anunciou as expectativas do Estado da Bahia com a realização do Seminário, no âmbito do fortalecimento do Sistema Nacional.
“Temos um passivo ambiental enorme, quanto à qualidade e disponibilidade e qualidade dos nossos mananciais, que precisa ser superado. Na Bahia, encontramos cenários de extrema escassez convivendo com outros de grande abundância. Precisamos de uma educação ambiental emancipatória que ajude a modificar este contexto”, afirmou.

Crise da água

Em um momento em que a Bahia vive os impactos de grandes projetos de infra-estrutura hídrica, Rocha propôs uma reflexão sobre a contribuição da educação ambiental como instrumento de participação social. “A crise da água é a crise mais próxima que iremos enfrentar. Ao incorporar a energia pulsante que vem da sociedade, a educação ambiental é capaz de transformar paradigmas.

A matriz conceitual da nossa política de saneamento, que transforma os nossos rios em esgotos, poderia ser reavaliada a partir das contribuições da sociedade, e isso passa pela adoção de estratégias de educação ambiental nos Comitês de Bacias, que são a instância da diversidade”, enfatizou.
Ele falou sobre a importância da participação da sociedade através dos colegiados ambientais, como os cerca de 200 Comitês de Bacias existentes no país e nos conselhos estaduais de recursos hídricos. O desafio é imenso e precisamos avançar na implementação e acompanhamento dos programas previstos no Sistema Estadual de Recursos Hídricos. “Direitos não se ganham, mas se conquistam, e a educação ambiental para as águas deve ser conquistada”, ressaltou Rocha.
A realização do seminário na Bahia foi uma solicitação dos membros dos dez Comitês de Bacias existentes no Estado, e está sendo realizado pela Câmara Técnica de Educação, Capacitação, Mobilização Social e Informação em Recursos Hídricos (CTEM), com apoio da Secretaria de Recursos Hídricos e Ambiente Urbano e da Secretaria de Articulação Institucional e Cidadania Ambiental do Ministério do Meio Ambiente (SRHU e SAIC/MMA), do Fórum Nacional de Comitês de Bacias Hidrográficas e do Fórum Nacional de Órgãos Gestores de Recursos Hídricos.
Participaram da mesa de abertura o diretor-geral do INGÁ, Julio Rocha, a secretária executiva do FNCBH, Suraya Modaelli, o diretor da SRHU/MMA, João Bosco Senra, a coordenadora geral de educação ambiental do Ministério da Educação e representante do órgão gestor da Política Nacional de Educação Ambiental, Rachel Trajber, o diretor do Departamento de Educação Ambiental do MMA, Claudison Rodrigues Vasconcelos e a representante da sociedade civil, na condição de membro do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Itapicuru, Noemizia Matos Santana.

Troca de experiências

Em seguida, os estudantes, pesquisadores, representantes de movimentos sociais, membros de Comitês de Bacias Hidrográficas da Bahia e do Conselho Estadual de Recursos Hídricos (Conerh) presentes ao evento conheceram as experiências do Projeto Escolas Sustentáveis, apresentado pela Coordenadora de Educação Ambiental do Ministério da Educação, Raquel Trajber. O projeto envolve ações integradas em torno da construção de uma “intencionalidade educadora” para as instituições de ensino.
Segundo Trajber, as ações contemplam eixos de ecoeficiência energética, formação de professores e a inclusão da variável socioambiental em todos os processos que envolvem produção, distribuição e descarte de materiais, o que implica, inclusive, recusar o consumo quando em discordâncias com preceitos ambientais.
Ao falar sobre a construção das diretrizes para viabilizar ações de educação ambiental, o diretor do Departamento de Educação Ambiental do Ministério do Meio Ambiente (DEA/MMA), Claudison Rodrigues Vasconcelos, listou as ações estruturantes que vêm sendo desenvolvidas na área pelo Governo Federal.

“Nossa principal perspectiva envolve a associação da educação ambiental à área de mudanças climáticas, para ajudar a cumprir as metas de redução das emissões de CO2 até 2020, uma das metas do milênio. Já em colaboração com a agricultura familiar, as metodologias de educação ambiental também podem ajudar a moldar novo modo de produção agrícola, que atualmente ocupa mais de 11 milhões de famílias, e representa 30% da atividade agrária do Brasil”, afirma.

Água e desenvolvimento

O diretor de Recursos Hídricos e Ambiente Urbano do Ministério do Meio Ambiente (SRHU/MMA), convidou a todos a uma reflexão sobre a matriz ecopedagógica da água. “Mais do que a unidade territorial da gestão, a bacia hidrográfica reflete o modelo de desenvolvimento que escolhemos.

A poluição hídrica, por exemplo, é conseqüência de fenômenos sociais complexos que precisam ser revistos. Nesse sentido, a educação ambiental é especialmente importante, ao introduzir um elemento dialógico à gestão, quando atua de forma integrada às ações de comando e controle”, finalizou.

Programação Dia 07 de Outubro
08h Módulo 2: Educação Ambiental e os Instrumentos da Política Nacional de Recursos Hídricos
Apresentação do conteúdo em plenário (40 minutos) para subsidiar os educadores ambientais para o estabelecimento de relações entre a educação ambiental e os instrumentos da Lei 9.433/97 – dificuldades, desafios e potencialidades.
Proposta de conteúdo:
1. Instrumentos da Política Nacional de Recursos Hídricos previstos na Lei n° 9.433/97.
2. A Educação Ambiental na implementação dos instrumentos de gestão.
2.1. Educação Ambiental nos Planos Estaduais e de Bacias: Levantamento da situação de cada Estado/Comitê.
11h Plenário – Apresentação da síntese dos diálogos e contribuições com breve apresentação das discussões ocorridas em cada sala e as considerações/contribuições dos observadores.
14h Atividade de interação entre os participantes

Dia 08 de Outubro
08h Módulo 3 – Projetos e experiências de Educação Ambiental e os Comitês de Bacias
Apresentação do conteúdo em plenário (40 minutos)
Proposta de conteúdo
1. Elaboração de projetos – considerações iniciais
2. Concepção político-pedagógica de projetos de EA
3. A construção de projetos de EA com enfoque na gestão da água.
09h Trabalho em grupos para subsidiar os educadores ambientais na proposição e desenvolvimento de projetos de EA no âmbito dos colegiados do SINGREH
Proposta para discussão:
- Projetos de EA desenvolvidos pelos Comitês de Bacias: Dificuldades e Oportunidades.
- Projetos /parcerias apoiados pelos Comitês
11h Plenário – Apresentação da síntese dos diálogos e contribuições
14h Reunião CTEM
- Considerações finais e construção de agenda/pauta
17h Encerramento

Fonte: jornalista Letícia Belém - INGÁ - Bahia

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