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4 de dezembro de 2009

FIESP LANÇA MANUAL DE CONSERVAÇÃO E REUSO DE ÁGUA NA AGROINDÚSTRIA SUCROENERGÉTICA


Conservação e reúso da água




Manual do setor sucroenergético é resposta concreta para atuais desafios

É preciso utilizar recursos de modo sustentável. Brasil é privilegiado em termos hídricos, mas abundância alimenta cultura do desperdício

A principal commodity do Brasil é a água, declarou nesta quarta-feira (2) o presidente da União da Indústria de Cana de Açúcar (Única), Marcos Jank, durante o lançamento do Manual de Conservação e Reuso de Água na Agroindústria Sucroenergética.

O documento foi elaborado por diversas entidades, entre elas, a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), a Agência Nacional de Águas (ANA), a União da Indústria da Cana de Açúcar (Unica) e o Centro de Tecnologia Canavieira (CTC).

O diretor do Departamento de Meio Ambiente da Fiesp, Nelson Pereira dos Reis lembrou que a água está cada vez mais no centro das preocupações mundiais, especialmente em função da proximidade da COP-15. E enfatizou que o Manual é "a resposta concreta do setor produtivo para os atuais desafios ambientais".

Marcos Jank disse que o agronegócio deve ser exemplo e que a entidade irá divulgar o Manual entre associados e fornecedores. Uma das boas notícias: não haverá expansão do setor a custa de desmatamento.

Cultura do desperdício

O Brasil possui importante sistema hídrico, estimado entre 12% e 15% dos recursos totais do mundo. Mas esta aparente abundância de água tem sustentado uma cultura de desperdícios, segundo reflexão de André Elia Neto, do CTC. O problema é que os recursos não estão distribuídos de modo igualitário pelo território. É preciso, portanto, utilizar os recursos de modo sustentável.

"Os erros do passado levaram à degradação dos nossos corpos d'água e muitos não podem ser utilizados nem mesmo pelo setor industrial: transportam lixo e esgoto", segundo alertou o presidente da Ana, José Machado. "O Manual será uma ferramenta de trabalho para todos, para as atuais e futuras usinas", afirmou, antes de criticar a falta global de planejamento.

De acordo com Machado, é preciso começar agora um planejamento integrado. "O setor elétrico, por exemplo, deveria conversar com a área de navegação, para a criação de eclusas, entre outras ações. É irracional não haver esse diálogo", alfinetou, citando o exemplo de Tocantins, que é navegável.

Já o diretor de assuntos governamentais da Coca-Cola Brasil, Victor Bicca Neto, frisou o compromisso de ser a primeira "empresa neutra" em água. Ou seja, deve devolver à natureza tudo o que for utilizado em suas fábricas ao redor do mundo.

"Nos últimos dez anos, a Coca reduziu em 50% o consumo de água", disse Neto. Ele também informou que a companhia integra os comitês de bacia e incentiva a recomposição das matas ciliares no Estado – como ocorre na Serra do Japi, em Jundiaí – e o replantio de árvores, tendo parcerias estabelecidas com a ONF SOS Mata Atlântica, por exemplo.

Uso racional da água

Os últimos dados publicados indicam uma queda acentuada na captação de água, de 20 metros cúbicos por tonelada de cana, na década de 70, para cerca de 2 m³/t.cana, em 2005. A tendência é alcançar valores médios de 1 m³/t.cana ou menos, com a prática de reúso de água e tecnologias de produção mais limpa (P+L).

Essas são medidas expressivas, pois um quilo de açúcar demanda 10 litros de água em sua produção, e para 1 litro de etanol são necessários 20 de água. (Fonte: Centro de Tecnologia Canavieira, 2005)

Perfil do setor

Inédito para o setor, o Manual de Conservação e Reuso de Água na Agroindústria Sucroenergética traz um perfil da área sucroenergética, apresentando tendências de mercado e distribuição geográfica das usinas no Brasil e no estado de São Paulo por bacia hidrográfica.

Traz, também, o panorama dos recursos hídricos no Brasil e no mundo e o balanço hídrico industrial, calculando-se o uso de água de cada operação. Outros aspectos abordados são a necessidade de preservação dos solos agrícolas, da atividade canavieira, e legislação e normas aplicadas ao setor.

Solange Sólon Borges, Agência Indusnet Fiesp

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