Novo navio polar quebra em 1ª viagem
Almirante Maximiano, que concentrará pesquisa na Antártida, teve pane em equipamento e precisou voltar à Argentina
Embarcação tem internet café, academia de ginástica e hangares climatizados; laboratórios de pesquisa ainda não ficaram prontos
EDUARDO GERAQUE
ENVIADO ESPECIAL À ANTÁRTIDA
Esta foi a primeira temporada do programa antártico em que a Marinha levou dois navios ao continente gelado.
A compra do novo navio foi autorizada em 2008, quando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva visitou a Estação Antártica Comandante Ferraz, base brasileira na ilha Rei George, litoral da península Antártica. Após ser selecionado entre outros candidatos, o Maximiano, construído em 1974, foi adquirido por R$ 80 milhões.
Antes de ser reformado para servir ao Brasil, o navio de 93,4 metros, com capacidade para acomodar 106 pessoas, foi embarcação de apoio a plataformas de petróleo dos EUA em alto-mar. Depois operou como fábrica ambulante da indústria pesqueira da Noruega.
Os porões da configuração atual - o custo do navio já inclui todas as obras de remodelação feitas pela Marinha do Brasil na Alemanha durante seis meses- eram onde funcionárias russas preparavam todo o pescado, que saía praticamente embalado para a terra.
"Enterprise"
Mesmo com o problema que abreviou sua viagem de estreia, o navio parece estar agradando aos integrantes do programa antártico. Pesquisadores acostumados com o veterano NApOc (Navio de Apoio Oceanográfico) Ary Rongel, que embarcaram no Max pela primeira vez na semana passada - já com paisagens antárticas na janela- gostaram do que viram. A chamada praça d'armas, onde ficam o refeitório e a sala de estar, é ampla. Para o lazer, há uma TV de plasma e vários filmes e discos à disposição.
Nas quatro refeições, café, almoço, jantar (18h) e ceia (21h), nada de sentar-se à mesa em frente ao relógio. O lugar, como manda a tradição naval, está reservado ao comandante.
Do ponto de vista técnico, a grande novidade é o passadiço do navio. A sala de controle, entre os oficiais da marinha, já ganhou um apelido, "Enterprise", mesmo nome da nave do seriado "Jornada nas Estrelas". Além de controles modernos -que permitem ao navio ficar parado no mar sem necessidade de jogar a âncora-, a visão do alto é de 360 graus.
Nos fundos, sobre o convés, outra novidade: um hangar climatizado para dois helicópteros. A instalação tirou um pouco espaço dos laboratórios, o que foi objeto de reclamações de cientistas -já que, afinal, trata-se de um navio de pesquisa. Mas, segundo a Marinha, a possibilidade de abrigar duas aeronaves ajudará nas operações antárticas, transportando pessoas e equipamentos e chegando a locais de difícil acesso.
Ciência adiada
Quem visita o Max agora começa a perceber seus problemas após passar pelo internet café e pela suntuosa academia de ginástica que ele abriga. Nenhum laboratório ficou pronto para uso. Segundo a Marinha, o problema já estava previsto, pois o tempo para zarpar para a primeira viagem era curto.
Marinheiros afirmam que, se o navio demorasse demais neste ano, não seria possível navegar pela turbulenta passagem de Drake, entre América do Sul e Antártida, num "mar de almirante" -ou seja, em águas tranquilas. Mesmo com o Max tendo uma estabilidade razoável, a viagem teria muito balanço e possivelmente algum susto.
Ainda assim, a navegação foi desconfortável perto das Malvinas. O navio quebrou antes disso, e ficou mais de uma semana parado em Montevidéu.
Para os cientistas, na prática é só no ano que vem que o navio polar oceanográfico (termo usado pela marinha para indicar que a embarcação fará efetivamente pesquisa na região polar, podendo inclusive navegar por campos de gelo fino) será definitivamente testado.
Estarão então a bordo do Max guinchos, estação meteorológica e todo um conjunto de equipamentos essenciais para a pesquisa de ponta.
Uma estrutura de 12 toneladas será acoplada ao casco do navio e ficará submersa. Nela serão instalados, entre outros equipamentos, um ecobatímetro (aparelho que mede a profundidade do mar), um perfilador de correntes (que registra o fluxo de água em várias profundidades) e outros sensores.
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Fonte: Folha de S. Paulo 29/11/2009/Manchetes Socioambientais - ISA
INSTITUTO SOS RIOS DO BRASIL
ÁGUA - QUEM USA, CUIDA!
Olá! Gostaria de sugerir que houvesse o "Ministério dos Rios", que além dá proteção e trabalhos científicos a respeito tivesse punições claras e específicas em relação aos maus tratos. Abraço e avante! carlinhossam3@hotmail.com
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