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16 de maio de 2009

CONHEÇA O PROJETO "DE OLHO NA ÁGUA" - CEARÁ






A planície costeira de Icapuí

A planície costeira de Icapuí representa um dos mais complexos sistemas
ambientais da costa cearense. A cadeia alimentar está diretamente
relacionada aos recursos hídricos superficiais e subterrâneos, à produção
e dispersão de nutrientes do ecossistema manguezal, às lagoas costeiras,
ao banco de algas e à plataforma continental. Localmente, a integração dos
componentes geoambientais, ecossistemas e recursos hídricos regula o
potencial de biodiversidade que ocorre nas zonas úmidas vinculadas ao
canal estuarino Barra Grande, às praias arenosas e rochosas e à plataforma
continental adjacente.
A coleta de dados sobre os processos geoambientais e sua compreensão
são importantes para a elaboração de um modelo de ações integradas,
visando a sustentabilidade sócio-econômica e a continuidade das atividades
tradicionais de pesca, mariscagem e produção de algas.

A sistematização desses dados proporcionará elementos para o
planejamento e gestão local da zona costeira, devendo ser aplicados para:

• Potencializar o uso sustentável dos recursos hídricos
• Definir e monitorar os impactos ambientais associados às formas
inadequadas de utilização e ocupação dos sistemas ambientais
• Planejar atividades sustentáveis relacionadas com o uso adequado
da água pelas comunidades tradicionais de pescadores
• Caracterizar as potencialidades socioeconômicas para a melhoria da
renda familiar e da segurança alimentar
• Fundamentar ações integradas e participativas de manejo e gestão
relacionadas com a saúde pública e a qualidade ambiental
• Planejar e definir atividades de utilização e monitoramento das águas
superficiais e subterrâneas, para a gestão continuada e sustentável
dos recursos naturais.

Desta forma, as atividades previstas pelo Projeto “De Olho na Água”
deverão ainda representar uma atitude de compromisso com a qualidade
socioambiental da região. Ações a serem implantadas, relacionadas com
o diagnóstico dos recursos hídricos e uso sustentável da água aliadas à
implantação de novas tecnologias de uso racional, envolvendo a participação
direta das comunidades de Barrinha, Ponta Grossa e Requenguela,
promoverão melhorias na qualidade ambiental e na saúde comunitária.

































Estação Ambiental Mangue Pequeno

A Estação Ambiental Mangue Pequeno, parte integrante do Projeto
“De Olho na Água”, é um conjunto de ações integradas a equipamentos
ambientais, que tem como objetivo contribuir para a preservação do
mangue.

Através do conhecimento e da adoção de práticas ambientais corretas,
a comunidade poderá obter uma nova percepção do ambiente em que se
insere, despertando-se para sua riqueza e mobilizando-se para sua
conservação. Utilizando técnicas de construção que aplicam conceitos
de arquitetura bio-climática e permacultura, a Estação Ambiental
Mangue Pequeno é composta dos seguintes equipamentos:

• Centro de Referência: será construído próximo à praia da Requenguela,
em terreno doado pela comunidade. Servirá de local para recepção de
visitantes e turistas, para guarda de equipamentos e apoio técnico dos
agentes ambientais, além de espaço para cursos e treinamentos sobre
novas tecnologias e gestão da água.
• Passarelas Suspensas: trilhas para visitas monitoradas por guias locais
permitirão conhecer a paisagem através de um percurso permeando áreas
significativas do mangue.
• Observatório da Vida Marinha: além de posto de monitoramento da
qualidade da água do mangue e mirante de observação, será ponto de
apoio para projetos de proteção ao peixe-boi marinho e de aves migratórias.
• Viveiro de Mudas: será construído junto ao Centro de Referência e
servirá de banco de sementes com espécies nativas para refazer a
cobertura vegetal de toda a área do mangue.

Os materiais serão escolhidos observando-se sua eficiência ambiental
desde o fabricante, que zela pela responsabilidade do seu produto, até
a manutenção ou troca, dando-se destino sustentável às peças trocadas.

As madeiras aplicadas nas edificações serão de manejo, de replantio ou de
apreensões do IBAMA. Nas edificações serão usadas técnicas para otimizar
o consumo de energia convencional, além de equipamentos que utilizam
energias renováveis e dispositivo para reutilização d’água, captação de água
de chuva e tratamento de efluentes. Na área do entorno deverá ser
implementada a coleta seletiva do lixo integrada a um programa de
limpeza de praia.






























Tecnologias para um futuro sustentável

A segurança e qualidade do fornecimento de água para a população,
bem como o tratamento biológico dos efluentes para torná-los recursos
valiosos para a conservação ambiental e segurança alimentar, são focos
prioritários do Projeto “De Olho na Água”. Para que esses objetivos sejam
alcançados, serão utilizadas tecnologias para o uso sustentável da água,
incluindo:

• Cisternas de ferrocimento.

A forma mais barata e eficiente de armazenar água:
• mínimo custo por volume armazenado
• tecnologia de fácil domínio popular
• volumes de até quinhentos mil litros
• viáveis em locais de difícil acesso
• garantia da qualidade da água armazenada
• espessura da parede não ultrapassa os 3 cm
• não necessita de formas ou caixilhos
• mínimo de ferramentas.
• Captação de água da chuva.

Aproveitamento e manejo de um recurso indispensável e gratuito,
já escasso em muitas partes do planeta. A água é coletada dos telhados
através de calhas e, após passar por um filtro, fica armazenada em
cisternas de ferrocimento, disponível durante todo o período de seca.

Vantagens:

• baixo custo
• garantia de fornecimento localizado
• adaptável a qualquer região do Brasil
• de fácil aplicação popular.
• Tratamento biológico de esgoto. Uma das formas mais simples e
eficientes de tratamento, pode tratar toda a água residual de uma
comunidade ou apenas de uma moradia.

Vantagens:

• solução para o problema do esgoto urbano
• pode ser aplicado tanto numa casa, vila ou em apartamentos
• não exala odores
• baixo custo de implantação e manutenção
• tecnologia de domínio público
• sem uso de poluentes. As comunidades receberão treinamento
em técnicas de bioconstrução e em técnicas alternativas de
tratamento de esgoto doméstico.
















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