Nas usinas hidrelétricas, o acúmulo dos mexilhões (invasores) em áreas submersas pode até provocar a interrupção da geração de energia.
RAFAEL GOMEZ
da BBC - 03/06/2009
O Ministério do Meio Ambiente revelou que o Brasil deve ganhar em no máximo dois meses sua primeira lista nacional de espécies exóticas invasoras, que não são de origem brasileira, mas estão presentes em território nacional e representam uma ameaça a seres vivos naturais do Brasil. Muitas dessas espécies também causam inúmeros problemas à economia e à saúde pública.
Entre os seres vivos "estrangeiros" que proliferam no país está o mosquito africano Aedes aegypti, vetor da dengue, e o mexilhão-dourado (Limnoperna fortunei), um molusco que incrusta instalações submersas de usinas hidrelétricas e fábricas, impedindo que funcionem normalmente.
Segundo Bráulio Dias, diretor de Conservação da Biodiversidade do Ministério do Meio Ambiente, cinco estudos de diagnóstico de espécies exóticas e invasoras estão em fase de revisão e devem ser publicadas até julho.
Ele estima que o número de espécies na lista seja semelhante ao de uma relação preliminar de 2006, que listou 543 seres vivos.
Tema novo
A relação nacional deverá ser usada como base para a elaboração de um plano nacional de combate às espécies exóticas e invasoras, que deve ser lançado no segundo semestre, disse Dias. "Esse é um tema novo na área ambiental, um assunto que está crescendo", disse. "Com mais informação disponível, fica mais fácil a discussão política sobre como lidar com o problema."
Ele explicou que até agora, o Ministério do Meio Ambiente vinha lidando com as espécies invasoras individualmente. Mas os problemas aumentaram, o que levou à necessidade de criar a lista.
Pelo menos quatro Estados --Rio, São Paulo, Paraná e Espírito Santo-- já tem listas estaduais, explicou Dias. A do Rio de Janeiro, divulgada em maio, lista 226 espécies, incluindo a jaqueira e o mico-estrela. Nos mares, a relação carioca inclui o coral-sol (do gênero Tubastraea), uma espécie que prolifera com velocidade na região de Ilha Grande, ameaçando o coral-cérebro (Mussismilia hispida), uma espécie que, na natureza, só existe na costa brasileira.
Mexilhão-dourado
Uma espécie é considerada exótica quando é introduzida num habitat que não é o seu original. Para ser considerada invasora, ela precisa ser capaz de se reproduzir nesse novo ambiente sem interferência humana, podendo virar uma praga. Como esses seres vivos não tem predadores naturais na sua nova casa, podem proliferar livremente, ameaçando outras espécies.
O mexilhão-dourado é uma das espécies "estrangeiras" que mais tem causado problemas no Brasil. Originário da China, o molusco chegou ao Brasil na água de lastro de navios e se reproduziu rapidamente, se espalhando por áreas de água doce e salgada. Nas usinas hidrelétricas, o acúmulo dos mexilhões em áreas submersas pode até provocar a interrupção da geração de energia.
O problema levou o governo federal a lançar, em 2003, uma força-tarefa para controlar a disseminação do mexilhão. Fonte: ESTADÃO/ONLINE
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ÁGUA - QUEM USA, CUIDA!
Brasil terá 1ª lista nacional de espécies invasoras até julho
RAFAEL GOMEZ
da BBC - 03/06/2009
O Ministério do Meio Ambiente revelou que o Brasil deve ganhar em no máximo dois meses sua primeira lista nacional de espécies exóticas invasoras, que não são de origem brasileira, mas estão presentes em território nacional e representam uma ameaça a seres vivos naturais do Brasil. Muitas dessas espécies também causam inúmeros problemas à economia e à saúde pública.
Entre os seres vivos "estrangeiros" que proliferam no país está o mosquito africano Aedes aegypti, vetor da dengue, e o mexilhão-dourado (Limnoperna fortunei), um molusco que incrusta instalações submersas de usinas hidrelétricas e fábricas, impedindo que funcionem normalmente.
Segundo Bráulio Dias, diretor de Conservação da Biodiversidade do Ministério do Meio Ambiente, cinco estudos de diagnóstico de espécies exóticas e invasoras estão em fase de revisão e devem ser publicadas até julho.
Ele estima que o número de espécies na lista seja semelhante ao de uma relação preliminar de 2006, que listou 543 seres vivos.
Tema novo
A relação nacional deverá ser usada como base para a elaboração de um plano nacional de combate às espécies exóticas e invasoras, que deve ser lançado no segundo semestre, disse Dias. "Esse é um tema novo na área ambiental, um assunto que está crescendo", disse. "Com mais informação disponível, fica mais fácil a discussão política sobre como lidar com o problema."
Ele explicou que até agora, o Ministério do Meio Ambiente vinha lidando com as espécies invasoras individualmente. Mas os problemas aumentaram, o que levou à necessidade de criar a lista.
Pelo menos quatro Estados --Rio, São Paulo, Paraná e Espírito Santo-- já tem listas estaduais, explicou Dias. A do Rio de Janeiro, divulgada em maio, lista 226 espécies, incluindo a jaqueira e o mico-estrela. Nos mares, a relação carioca inclui o coral-sol (do gênero Tubastraea), uma espécie que prolifera com velocidade na região de Ilha Grande, ameaçando o coral-cérebro (Mussismilia hispida), uma espécie que, na natureza, só existe na costa brasileira.
Mexilhão-dourado
Uma espécie é considerada exótica quando é introduzida num habitat que não é o seu original. Para ser considerada invasora, ela precisa ser capaz de se reproduzir nesse novo ambiente sem interferência humana, podendo virar uma praga. Como esses seres vivos não tem predadores naturais na sua nova casa, podem proliferar livremente, ameaçando outras espécies.
O mexilhão-dourado é uma das espécies "estrangeiras" que mais tem causado problemas no Brasil. Originário da China, o molusco chegou ao Brasil na água de lastro de navios e se reproduziu rapidamente, se espalhando por áreas de água doce e salgada. Nas usinas hidrelétricas, o acúmulo dos mexilhões em áreas submersas pode até provocar a interrupção da geração de energia.
O problema levou o governo federal a lançar, em 2003, uma força-tarefa para controlar a disseminação do mexilhão. Fonte: ESTADÃO/ONLINE
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