Ribeirinhos aguardam pagamento pela terra inundada por barragem
CRISTINA LAURA - Juazeiro
Centenas de representantes das famílias que foram obrigadas a deixar suas terras no final da década de 70 para dar lugar à Barragem de Sobradinho estão realizando reuniões para discutir o andamento do processo que abriram contra a Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf). O último encontro aconteceu na semana passada no centro de Sobradinho( a 500Km de Salvador)
As famílias reivindicam o pagamento das terras de cada proprietário que, na época, recebeu apenas o valor pelas benfeitorias. Segundo o presidente da Associação Ribeirinha do Lago de Sobradinho, Genivaldo da Silva, desde setembro do ano passado, as 72 mil famílias envolvidas no processo, e que vivem nos municípios de Sobradinho, Casa Nova, Pilão Arcado, Sento Sé e Xique-Xique lutam para que esse direito seja conquistado.
Genivaldo Silva explica que os advogados dependem de documentos que devem ser entregues a eles pela Chesf a fim de comparação com os que estão de posse dos ribeirinhos.
“Só depois disso os advogados poderão fazer os cálculos das terras de cada família”, afirma Genivaldo, e lembra que o presidente Lula, quando esteve na região para inauguração da primeira etapa do Projeto Salitre,em março deste ano, assegurou que os ribeirinhos receberiam o pagamento por suas terras.
“Naquela época, vivíamos uma ditadura, havia muito desconhecimento e ninguém para brigar por nossa causa. Deixamos nossas terras por valores mínimos e fomos jogados no meio do nada. Tivemos que viver pelo menos cinco anos ou de baixo de lona ou em casas de barro, até conseguir uma moradia descente”, conta o presidente da associação e agricultor, que saiu com a família da Ilha de Santana em 1974 e foi morar em povoados como Brejo de Fora e Algodão.
Promessa
Genivaldo Silva explica que, quando a desapropriação aconteceu, foi prometido que todas as famílias teriam casa e uma roça irrigada para trabalhar.
“Mas isso não aconteceu e todas as famílias sofreram. Muitos, como eu, tiveram que sair daqui e tentar a vida em São Paulo , porque não havia mais trabalho na região”, completa.
Como ele, o agricultor Bartolomeu Gabino de Castro, de 69 anos, lembra com tristeza o que perdeu. “Todo mundo tinha sua terrinha para plantar e depois sobrou nada. Vi muita gente em depressão morrer de desgosto”, afirma.
“Teve um senhor que tomou veneno e morreu dentro de sua terra para não ter de sair dela”, conta Genivaldo. A esperança, segundo eles, também é o reconhecimento “de uma injustiça cometida contra milhares de famílias que tinham suas terras e viviam tranquilas”. Em mãos de Isabela Moreira Rodrigues, de 55 anos, tem o documento de compra das benfeitorias da terra do sogro, já falecido, José Arcano Barbosa datado de 197O valor do cheque pago à época era de Cr$ 2,5 mil por “três casas de taipa, plantação de mandioca,cercado, três caraibeiras” entre outras benfeitorias.
Ela diz que sua família, composta de 22 pessoas, foi a primeira a deixar a área. “Nossas casas na Ilha de Cachoeira ficavam onde hoje está a eclusa do Lago de Sobradinho. Tudo se perdeu de lá para cá”, afirma.
BLOG SOS RIOS DO BRASIL
ÁGUA - QUEM PENSA, CUIDA!
vc poderia me informar como anda os procedimentos desse caso; foram todos indenizados? equais advogados estao afrente desse caso?!!; obrigada !
ResponderExcluirPor favor,
ResponderExcluirenvie um e-mail para o SOSRiosBr que lhe daremos mais detalhes.
Abrçs
olá pessoal,eu quero falar sobre gino o presidente da acossiação dos ribeirinhos,que fica a enganar os pobres coitados dos nobre ribeirinhos,pedindo dinheiro para resolver proplemas e ninguém ver solução,será que ñ existi niguém para investigar essa situação ou será que mas uma vez os ribeirinhos será enganados.....espero boas notícias para esse caso...obrigado
ResponderExcluirSugerimos que procure o Dr. Procurador no Ministério Público de sua comarca e relate a ele o que acontece, solicitando sua ajuda e orientação.
ResponderExcluirO Dr. Promotor Público é a pessoa correta e indicada para ajudar e orientar os ribeirinhos porque ele é também o Curador de Meio Ambiente da Comarca e assim sendo, o assunto tem a ver com o Ministério Público.
Podem procurar também a sede da OAB - Ordem dos Advogados do Brasil, mais próxima de sua cidade e graciosamente ele vão atendê-los, orientá-los e se preciso for até abrir processos sobre o assunto.