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26 de junho de 2010

NO RJ O MUSEU DO AMANHÃ USARÁ ÁGUA DA BAÍA DE GUANABARA E ENERGIA SOLAR







Projeto de arquiteto espanhol para o Museu do Amanhã prevê uso de energia solar e da água da Baía de Guanabara

Por: Jacqueline Costa

Fonte: O globo

RIO - No Píer da Praça Mauá, às margens da Baía de Guanabara, surge um prédio alongado, que parece flutuar sobre um grande espelho d'água, rodeado por áreas verdes. O teto é formado por grandes abas, que se abrem e fecham de acordo com a intensidade do sol. As abas podem ser comparadas às asas de um inseto, a pétalas de uma vitória-régia ou a partes de uma bromélia. Essa é a concepção do arquiteto espanhol Santiago Calatrava, um dos maiores nomes da arquitetura mundial, para o Museu do Amanhã. Parceria entre a prefeitura e a Fundação Roberto Marinho, a instituição será uma das âncoras do projeto Porto Maravilha e deverá ser concluída em 2012. As obras serão iniciadas em janeiro do ano que vem.

Calatrava, que costuma se inspirar nas formas da natureza, projetou uma construção alinhada ao tema proposto: o futuro. A arquitetura do prédio faz referência ao passar das horas, já que se transforma. Sobre as formas do museu, ele prefere não dar definições e deixar que as pessoas usem a imaginação.

O espanhol acredita no poder transformador da arquitetura. Por isso, deixa claro que prefere projetar pontes, museus, aeroportos e estações de trens a fazer trabalhos particulares.

- Cerca de 90% do meus projetos são relativos a obras públicas. A arquitetura tem o poder de mudar a vida das pessoas, tem a capacidade de aumentar a autoestima de um povo - diz.

" A arquitetura tem o poder de mudar a vida das pessoas, tem a capacidade de aumentar a autoestima de um povo "

No Museu da Amanhã, a ousadia arquitetônica está o tempo todo acompanhada da ideia de sustentabilidade, uma das palavras-chaves do projeto. Mais do que enfeitar, as abas móveis têm a função de captar a energia solar. A água da Baía de Guanabara será útil em duas circunstâncias: servirá para o sistema de refrigeração da construção e, na extremidade do píer junto à Praça Mauá, será bombeada para formar o espelho d'água. Essa mesma água passará por diversos filtros até ser devolvida limpa ao mar.

O museu - que deverá ser construído em concreto, aço e grandes placas de vidro, avançando 340 metros sobre o mar - terá dois níveis, interligados por rampas. No térreo, haverá uma loja, um auditório, salas de exposições temporárias, salas de pesquisa e ações educativas e um restaurante, além das áreas administrativas. No pavimento superior, ficarão as salas das exposições permanentes, além de uma espécie de belvedere e um café.

Hugo Barreto, secretário-geral da Fundação Roberto Marinho, explica que os desenhos impactantes de Calatrava, aliados à criação de estruturas altamente funcionais, têm conseguido revitalizar áreas degradadas, como hoje é o caso da Zona Portuária.

- Calatrava resgata o caráter escultural da arquitetura, mas com um sentido orgânico. A convicção de que fizemos a escolha certa cresce cada vez mais. O projeto dele dialoga com as montanhas ao fundo, com a Baía, com o Museu de Arte Contemporânea (MAC), em Niterói. Niemeyer (autor do projeto do MAC) e Calatrava têm, de uma certa maneira, um parentesco com o modo de ver arquitetura, já que os dois buscam a surpresa da forma e têm uma obsessão pela beleza - explica Hugo.

Além de arquiteto e artista plástico, Calatrava estudou engenharia e se especializou em cálculo estrutural, para dar vida a seus projetos aparentemente implausíveis, que parecem desafiar as técnicas construtivas. No Rio, ele falou sobre a admiração que tem pelo colega de profissão Oscar Niemeyer. Na quinta-feira, o espanhol teve a oportunidade de conhecer o arquiteto brasileiro.

- Tive a sorte de conhecer uma pessoa que, desde os meus 17 anos, tem sido para mim um ídolo. Sua arquitetura é uma arte - disse Calatrava, que tem escritórios em Valência, sua cidade natal, em Nova York e Zurique.

Felipe Góes, que preside o Instituto Pereira Passos, explica que, no total, serão investidos R$ 130 milhões no Museu do Amanhã, sendo R$ 35 milhões no desenvolvimento, no conteúdo e na infraestrutura da instituição. Os R$ 95 milhões restantes serão para a construção do edifício, incluindo projetos e arquitetura. O físico Luiz Alberto Oliveira, que faz parte da equipe da curadoria, fala sobre o acervo:

- Será um museu ligado à ciência, mas de uma forma diferente da tradicional. O importante não será um acervo físico, mas uma coleção de possibilidades. A ideia é que o visitante possa entrar no hoje, passar por uma série de reflexões e retornar ao presente. Só que, após pensar em questões como as mudanças climáticas e o crescimento da população, por exemplo, ele voltará ao presente com o pensamento modificado - diz Luiz, que é pesquisador do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas, do Ministério da Ciência e Tecnologia.



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