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As comunidades precisam investir mais em planejamento, para evitar desastres ambientais! (SOS RIOS BR)
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Cheia é recorrente em 17 cidades arrasadas
24/06/2010
Ao menos 17 cidades que foram praticamente destruídas por conta das enchentes das últimas semanas em Alagoas e em Pernambuco já foram cenários de outras tragédias provocadas pelas chuvas desde 2003.
Esses municípios correspondem a 30% do total dos 57 que hoje estão em situação de emergência ou em estado de calamidade pública nos dois Estados por conta da chuva, mostra levantamento da Defesa Civil.
Nos anos em que a chuva deu trégua para elas, as cidades vizinhas é que foram castigadas -a zona da mata é alvo constante das enchentes pelo fato de ser cortada por dois rios importantes.
Mesmo assim, quase nada foi investido em medidas de prevenção. Alagoas, por exemplo, admite que, neste ano, nem sequer apresentou projeto para obter ajuda federal para evitar o problema.
O levantamento feito pela Folha usou como base os dados copilados no Sistema Nacional de Defesa Civil.
Até agora, foram contabilizados 45 mortos desde o início da chuva -16 em Pernambuco e 29 em Alagoas. Nos dois Estados, mais de 154 mil pessoas tiveram que sair de casa. Além disso, 607 continuam desaparecidas em Alagoas -saíram de casa e não foram localizadas.
O ministro Nelson Jobim (Defesa) comparou ontem a situação dos dois Estados com a tragédia do terremoto que devastou o Haiti, em janeiro deste ano.
"Cenário como esse eu já vi no Haiti, e em outras condições. O cenário é péssimo. A situação é muito difícil. Houve uma precipitação de água inacreditável, em termos de derrubada de pontes, de casas." Jobim disse que foram mobilizados soldados das Forças Armadas para ajudar os moradores das áreas atingidas.
Até a conclusão desta edição, a Defesa Civil contabilizava 57 cidades em estado de emergência, mas o número de municípios atingidos já passa de 80.
DESDE SEMPRE
Branquinha (AL), onde todos os prédios públicos da cidade foram destruídos, conhece bem as consequências das subidas do rio Mundaú.
Em 2000, a cidade de 12 mil habitantes também assistiu a outra grande tragédia em Alagoas e Pernambuco, quando 55 morreram e 109 mil pessoas ficaram desabrigadas.
Há dois anos, também por causa das enxurradas, Branquinha voltou a decretar situação crítica. "É uma enchente anunciada", diz Anivaldo Miranda, membro do comitê da bacia hidrográfica do Rio São Francisco.
Para o ambientalista, duas medidas relativamente simples, e mais baratas do que a reconstrução das cidades, deveriam ter sido tomadas pelo poder público.
"O barramento estratégico dos rios para regular a vazão e a recomposição das matas ciliares [vegetação das margens dos rios] ajudaria bastante a amenizar as enchentes", afirma Miranda.
O problema específico vivido pelos moradores é agravado por uma questão geográfica. Dois grandes rios da região, o Mundaú e o Paraíba, nascem em Pernambuco e entram em Alagoas em direção ao Atlântico. São as cidades nas margens desses rios que estão alagadas.
Em 2000, um trio de engenheiros da Universidade Federal do Rio Grande do Sul calculou a probabilidade da tragédia ocorrer outra vez. A conclusão: "O risco delas se repetirem, em 20 anos, era maior do que 50%".
Ao menos 17 cidades que foram praticamente destruídas por conta das enchentes das últimas semanas em Alagoas e em Pernambuco já foram cenários de outras tragédias provocadas pelas chuvas desde 2003.
Esses municípios correspondem a 30% do total dos 57 que hoje estão em situação de emergência ou em estado de calamidade pública nos dois Estados por conta da chuva, mostra levantamento da Defesa Civil.
Nos anos em que a chuva deu trégua para elas, as cidades vizinhas é que foram castigadas -a zona da mata é alvo constante das enchentes pelo fato de ser cortada por dois rios importantes.
Mesmo assim, quase nada foi investido em medidas de prevenção. Alagoas, por exemplo, admite que, neste ano, nem sequer apresentou projeto para obter ajuda federal para evitar o problema.
O levantamento feito pela Folha usou como base os dados copilados no Sistema Nacional de Defesa Civil.
Até agora, foram contabilizados 45 mortos desde o início da chuva -16 em Pernambuco e 29 em Alagoas. Nos dois Estados, mais de 154 mil pessoas tiveram que sair de casa. Além disso, 607 continuam desaparecidas em Alagoas -saíram de casa e não foram localizadas.
O ministro Nelson Jobim (Defesa) comparou ontem a situação dos dois Estados com a tragédia do terremoto que devastou o Haiti, em janeiro deste ano.
"Cenário como esse eu já vi no Haiti, e em outras condições. O cenário é péssimo. A situação é muito difícil. Houve uma precipitação de água inacreditável, em termos de derrubada de pontes, de casas." Jobim disse que foram mobilizados soldados das Forças Armadas para ajudar os moradores das áreas atingidas.
Até a conclusão desta edição, a Defesa Civil contabilizava 57 cidades em estado de emergência, mas o número de municípios atingidos já passa de 80.
DESDE SEMPRE
Branquinha (AL), onde todos os prédios públicos da cidade foram destruídos, conhece bem as consequências das subidas do rio Mundaú.
Em 2000, a cidade de 12 mil habitantes também assistiu a outra grande tragédia em Alagoas e Pernambuco, quando 55 morreram e 109 mil pessoas ficaram desabrigadas.
Há dois anos, também por causa das enxurradas, Branquinha voltou a decretar situação crítica. "É uma enchente anunciada", diz Anivaldo Miranda, membro do comitê da bacia hidrográfica do Rio São Francisco.
Para o ambientalista, duas medidas relativamente simples, e mais baratas do que a reconstrução das cidades, deveriam ter sido tomadas pelo poder público.
"O barramento estratégico dos rios para regular a vazão e a recomposição das matas ciliares [vegetação das margens dos rios] ajudaria bastante a amenizar as enchentes", afirma Miranda.
O problema específico vivido pelos moradores é agravado por uma questão geográfica. Dois grandes rios da região, o Mundaú e o Paraíba, nascem em Pernambuco e entram em Alagoas em direção ao Atlântico. São as cidades nas margens desses rios que estão alagadas.
Em 2000, um trio de engenheiros da Universidade Federal do Rio Grande do Sul calculou a probabilidade da tragédia ocorrer outra vez. A conclusão: "O risco delas se repetirem, em 20 anos, era maior do que 50%".
Autor: Eduardo Geraque
Fonte: Folha de São Paulo
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