CERCA DE 800 ÁRVORES TRANSPLANTADAS NA MARGINAL DO RIO TIETÊ NÃO RESISTIRAM

Morreram centenas de árvores transplantadas na Marginal do Tietê (SP)

Árvores são replantadas na Marginal Tietê, em São Paulo

Cerca de 800 mudas de diferentes espécies estão sendo substituídas por outras na Marginal Tietê. No total, já foram plantadas 17 mil árvores nativas como jequitibás-rosa, ipês brancos e roxos, jatobás, paus-brasil, paus-ferros, ingás e sibipirunas. As árvores morreram durante o processo de retirada e replantio nos novos canteiros da via. De acordo com a Dersa, responsável pelas obras da Marginal Tietê, outras árvores ainda serão replantadas até outubro.

A aparência na marginal é de um cemitério de árvores. Cada uma custou, no mínimo, R$ 50 e agora elas estão sem folhas, sem força. De acordo com o botânico Ricardo Cardim, apesar de parecer, nem sempre as plantas estão mortas. “Quem passa por aqui pensa que morreu tudo, mas nem sempre é assim. Às vezes, as plantas estão vivas ainda, você raspa o tronco e elas ainda estão verde. Contudo, elas podem estar entrando num declínio que depois não tem mais volta. A gente vai descobrir quando começar a chover de novo.”

O botânico explica também que a época do plantio não foi adequada. De acordo com Cardim o ideal é que a plantação seja feita de outubro a janeiro. “Quando você começa a plantar ela a partir de janeiro, a água pega menos água, ela tem menos chance de sobreviver. Plantar agora então é um crime, porque além da planta estar num período de dormência, ela ainda não vai ter água à disposição”, explica.

Por causa do vandalismo, a Prefeitura determina que árvores plantadas em São Paulo tenham três centímetros de diâmetro a uma altura mínima de um metro e meio. Só que isso significa que elas têm uns três anos de idade, em média, passados em um viveiro, em condições ideais. Quando as árvores são plantadas na marginal, no meio da poluição, uma área de difícil acesso para regar e sem a cobertura necessária, fica mais difícil a sobrevivência.

Mesmo com tantos obstáculos, o gerente de Gestão Ambiental da Dersa responsável pelo plantio, Daniel Salati, é otimista quanto a sobrevivência das 17 mil árvores plantadas desde janeiro nos canteiros da marginal. “Elas estão vivas, não morreram. Ao longo de toda a cidade de São Paulo, as margens do Tietê foram e estão sendo utilizadas ainda hoje para despejos de entulho.” (Fonte: G1)/AMBIENTE BRASIL

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