Cidade alagoana destruída pela chuva terá que recomeçar do zero
Ivan Richard
Enviado Especial
Rio Largo (AL) - As águas da enxurrada que destruiu casas, ruas, pontes e uma estrada de ferro no município alagoano de Rio Largo, a cerca de 60 quilômetros de Maceió, levaram também todos os registros da população, dos imóveis e das empresas da cidades, que, agora, terá que começar do zero.
Em Rio Largo as águas do Rio Mundaú, que chegou a subir mais de 2,5 metros do nível normal, destruiu seis escolas, seis unidades de saúde e 19 prédios públicos , entre eles, o da prefeitura e das secretaria de Finanças, Coordenação de Tributos, de Educação e a Biblioteca Municipal.
“Vamos ter que começar do zero”, disse o secretário de Execução Municipal, Renato Soares. “Teremos que registrar toda a cidade novamente para poder voltar a cobrar os impostos”, afirmou Soares à Agência Brasil.
A enchente que atingiu grande parte de Rio Largo foi ainda mais dramática porque as águas inundaram a região central do município onde está localizado o comércio e a maioria dos prédios públicos. “No prédio da prefeitura, o piso subiu e o teto veio abaixo”, disse o secretário.
Segundo os dados da Defesa Civil de Alagoas, quase 11 mil pessoas estão desabrigadas ou desalojadas em Rio Largo e ainda há 41 desaparecidos. As fortes chuvas que atingiram a cidade há uma semana provocaram oito mortes.
Para se ter uma ideia da proporção dos estragos causados pelas chuvas na cidade, que tem uma população de 65 mil habitantes, que nem um banco para receber as doações em dinheiro o município tem. “Os prédio do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal, que estão no centro, foram totalmente destruídos. Não temos como indicar uma conta para que as pessoas possam doar recursos”, afirmou Soares. Segundo ele, está a cargo do governo do estado a arrecadação de dinheiro para ajudar as vítimas das enchentes.
No bairro de Cachoeiro, um dos mais afetados pelas enchentes, algumas pessoas distribuíam roupas para as famílias que perderam tudo que tinham. Entre elas estavam Renato da Silva, que usou seu carro para recolher as doações e distribuí-las aos mais necessitados. “Não custa nada ajudar. Acho que todos que podem fazer alguma coisa por essas pessoas que perderam tudo devem colaborar para diminuir o sofrimento delas”, afirmou.
Edição: Aécio Amado/AGENCIA BRASIL
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