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16 de abril de 2010

OS KAYAPÓ EM DEFESA DAS ÁGUAS BOAS DO XINGU




Índios Kayapó no Encontro Xingu Vivo para Sempre. Foto: Raul Telles  do Valle/ISA, 2008

Índios Kayapó no Encontro Xingu Vivo para Sempre. Foto: Raul Telles do Valle/ISA, 2008

A luta dos Kayapó pelas águas do Xingu

qui, 15/04/10
por ISA |

Os Kayapó vivem em aldeias dispersas ao longo do curso superior dos rios Iriri, Bacajá, Fresco e de outros afluentes do caudaloso Rio Xingu, desenhando no Brasil Central um território quase tão grande quanto a Áustria – praticamente recoberto pela floresta equatorial, com exceção da porção oriental, preenchida por algumas áreas de cerrado.


Nos anos 1980 e 1990, tornaram-se célebres na mídia nacional e internacional pela ativa mobilização em favor de direitos políticos, da demarcação de suas terras e contra a construção do Complexo Hidrelétrico do Xingu, cuja primeira usina seria a de Kararaô ou Belo Monte. No curso dessa mobilização, rostos como o dos líderes Ropniou Raoni como é conhecido, e de Bepkoroti (Paulinho Payakã), tornaram-se mundialmente famosos, clicados pela imprensa ao lado de artistas, personalidades e grandes chefes de estado.


1 º Encontro dos Povos Indígenas do Xingu. Na foto, Paulo Paiakan,  Raoni, Marcos Terena, Ailton Krenak, vários deputados e o cacique Pombo.  Foto: Murilo Santos/ISA, 1989

1 º Encontro dos Povos Indígenas do Xingu. Na foto, Paulo Paiakan, Raoni, Marcos Terena, Ailton Krenak, vários deputados e o cacique Pombo. Foto: Murilo Santos/ISA, 1989

Em 1989, foi realizado o 1º Encontro dos Povos Indígenas do Xingu em Altamira (PA) – considerado um marco do socioambientalismo no Brasil e que ganhou imprevista notoriedade, com a maciça presença da mídia nacional e estrangeira, de movimentos ambientalistas e sociais. Cerca de três mil pessoas participaram, entre elas: 650 índios e lideranças indígenas, autoridades, ambientalistas, jornalistas e o cantor inglês Sting. O músico voltou a se encontrar com o cacique Raoni em novembro de 2009, 20 anos após o primeiro encontro, para conversar, mais uma vez, sobre a polêmica construção da usina de Belo Monte.


Os Kayapó e seu modo de vida

O termo kayapó (por vezes escrito “kaiapó” ou “caiapó”) foi utilizado pela primeira vez no início do século XIX. Os próprios não se designam por esse termo, sendo este usado por grupos vizinhos para nomeá-los. Mesmo sabendo que são assim chamados pelos outros, os Kayapó fazem referência a si próprios como mebêngôkre, “os homens do buraco/lugar d’água”.


As aldeias kayapó são compostas por um círculo de casas construídas em torno de uma grande praça descampada. No meio da aldeia, há a casa dos homens, onde as associações políticas masculinas se reúnem cotidianamente. Esse centro é um lugar simbólico, origem e coração da organização social e ritual dos Kayapó. Note-se que essa estrutura espacial e simbólica pode ser reencontrada entre os outros grupos Jê.


O centro da aldeia é constituído de duas partes: a praça, onde se desenrola a maior parte das atividades públicas, e a casa dos homens. A incorporação de um rapaz jovem na vida da casa dos homens se faz por meio de laços de amizade que nada têm a ver com os laços de parentesco.

A periferia da aldeia é constituída por casas dispostas em círculo, repartidas de modo regular, nas quais habitam famílias extensas. Essa porção da aldeia é associada, sobretudo, às atividades domésticas, ao desenvolvimento físico do indivíduo e à integração no seio dos grupos de parentesco. Quando as mulheres não trabalham na roça, elas coletam frutos e lenha ou se banham. O restante do tempo é passado no interior ou no entorno da casa, onde elas fiam, ocupam-se de suas crianças, preparam a comida ou simplesmente entretêm-se com os membros de sua família.

Quer saber mais sobre os Kayapó? Visite o verbete completo sobre este povo!



INSTITUTO SOS RIOS DO BRASIL
Divulgando, Promovendo e Valorizando
quem defende as águas do Brasil!
ÁGUA - QUEM USA, CUIDA!

Um comentário:

  1. Parabéns pelo belíssimo trabalho, participo do Instituto Biguá,( Bi- Bilingues e Gua de Guarapiranga. No momento estamos muito preocupados e fazendo uma campanha contra o aeroporto de Parelheiros, pois se for instalado as nossas duas represas estarão seriamente ameaçadas. ´Dentre muitos outros problemas, temos o das aves migratórias. A região é de preservação ambiental, APAS Capivari Monos e Bororé Colônia. São vários movimentos contrários ao aeródromo, entre eles a Espaço e Formação, o Movimento Garça Vermelha e nós do Biguá. Ajudem nos, e a naturezag

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