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20 de dezembro de 2008

PROJETO AGENTES VOLUNTÁRIOS DA ÁGUA - AVA


Agentes voluntários estão prontos para atuar

em defesa do meio ambiente no Extremo Sul


Após cerca de 10 meses de trabalho, o programa Agentes Voluntários das Águas, desenvolvido pelo Instituto de Gestão de Águas e Clima (INGÁ), autarquia da Secretaria do Meio Ambiente (Sema), concluiu os trabalhos de preparação de 41 voluntários de seis comunidades tradicionais para atuarem na proteção, recuperação e uso sustentável dos recursos hídricos dos municípios de Eunápolis, Porto Seguro e Santa Cruz de Cabrália.

A partir de março de 2009, os voluntários, formados por indígenas, estudantes, pescadores, agricultores, artesões, garçons, guias de turismo e professores já estarão atuando nas comunidades em ações de fortalecimento às operações de fiscalização ambiental, educação ambiental, recuperação dos rios e das matas ciliares.

Eles também multiplicarão os conhecimentos sobre a importância do cuidado com as águas para as atuais e futuras gerações, adquiridos durante as oficinas preparatórias do Programa.

Todas as ações dos Agentes Voluntários das Águas planejadas para 2009 foram construídas no encerramento das atividades de 2008, com a “Reunião para Construção do Plano de Ação dos Agentes Voluntários das Águas (AVA) do Extremo Sul”, evento encerrado em Porto Seguro, no último dia 15.

Cerca de 70 pessoas, entre agentes voluntários, técnicos do INGÁ, líderes comunitários, educadores e o Grupo Gestor (formado por representantes de cerca de 30 instituições governamentais e não-governamentais que apoiarão os projetos dos agentes voluntários), se reuniram para traçar, coletivamente, o plano de ação do projeto.

A elaboração do plano foi a terceira e penúltima etapa do programa. A primeira foi a realização do diagnóstico socioambiental, processo pelo qual foram selecionados os agentes, e a segunda fase foi marcada pela capacitação dos grupos de voluntários, que contam com pessoas de 18 a 60 anos.

“As pessoas manifestam com entusiasmo a vontade de participar. Os voluntários têm a necessidade de estar preparados para resolver as questões relacionadas ao meio ambiente e serem protagonistas do seu meio”, explica o diretor da Diretoria Socioambiental Participativa do INGÁ, José Augusto Tosato.

Pataxó da aldeia de Coroa Vermelha, Capimbará, 46 anos, é ativista ambiental em sua comunidade. Ele confessa que a oportunidade de fazer parte do AVA lhe deu mais munição para mostrar ao seu povo o quanto é importante a preservação dos recursos naturais.

“O futuro de todo mundo passa pela preservação da água, das matas e de tudo que a natureza oferece. Levar esses conhecimentos às comunidades é muito importante, principalmente porque essa é uma iniciativa de governo. O futuro é a água e nosso papel é conscientizar, não só as comunidades, mas também os fazendeiros e toda a sociedade”, acredita Capimbará.



Atuação

“A partir do plano de ação, com os compromissos pactuados com o grupo gestor, os agentes voluntários passam a atuar de forma independente na defesa dos recursos ambientais, com os membros das suas comunidades. Nas ações do programa no Extremo Sul, o INGÁ atuará daqui pra frente apenas como membro do grupo gestor”, explica a coordenadora do programa e da coordenação de Educação Ambiental da instituição, Maria Henriqueta Andrade.

Ela acrescenta que os grupos de voluntários se reunirão trimestralmente, no sentido de construir uma interdisciplinaridade entre as ações. Já com os grupos gestores, os encontros serão semestrais.

Muito emocionada durante o encerramento da “Reunião para Construção do Plano de Ação dos Agentes Voluntários das Águas do Extremo Sul”, a cacique Pataxó da Aldeia Juerana, Das Dores, demonstrou entusiasmo com a atuação do AVA na sua tribo.

“Por meio deste programa, descobrimos muitas coisas interessantes nos nossos jovens. Ele fez aflorar potencialidades, como a capacidade de criar e construir, que até eu, como cacique, não havia percebido”, disse a Pataxó.

Das Dores participou do ritual sagrado durante o encerramento das atividades de 2009 do AVA da bacia do Extremo Sul. Após as orações, realizadas por todas as tribos presentes, todos se juntaram para participarem do “toré”, que é uma dança indígena de celebração.



Construção coletiva

O Agentes Voluntários das Águas trabalha com a perspectiva do atendimento às necessidades e soluções dos problemas das comunidades. É um programa que comunga com as atividades cotidianas das pessoas, com ênfase na construção coletiva. A essência do Plano de Ação é o desejo dos agentes e das comunidades. “Eles elaboram aquilo que consideram melhor para os seus territórios”, explica Henriqueta Andrade.

“Eu considero a dinâmica deste programa pioneira. O AVA vai na base e consegue envolver as pessoas. Os técnicos do INGÁ trabalham com sensibilidade para ouvir e construir junto com as comunidades”, elogia a educadora ambiental e membro da ONG Rede de Educadores Ambientais da Bahia (Reaba), Miriam Silva. A Reaba faz parte do Grupo Gestor do programa.

A partir de março, o INGÁ dá prosseguimento também às atividades da região Oeste. Lá, já foram mobilizados cerca de 450 pessoas, entre 26 instituições governamentais e não-governamentais, e representantes de 16 comunidades tradicionais, como quilombolas, fundo de pasto, feixes, brejeiros, entre outras, de localidades como Santa Maria da Vitória, Correntina e São Félix do Coribe.

O diagnóstico do Oeste foi apresentado em dezembro para cerca de cem pessoas, que estiveram presentes na oficina de apresentação de resultados preliminares. Na ocasião, foram apresentados os 50 futuros Agentes Voluntários das Águas, que foram identificados nas comunidades envolvidas. O programa tem o apoio do Fundo Nacional de Meio Ambiente, do Ministério do Meio Ambiente

19/12/08
Ascom INGÁ

Mais informações:
Letícia Belém/ Yordan Bosco/ Brenda Medeiros
(71) 3116-3042/3215/3286/3024

INSTITUTO SOS RIOS DO BRASIL
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