Enchente no Rio está entre as mais fatais dos últimos 12 meses no mundo
As enchentes desta semana no Rio de Janeiro já causaram mais mortes do que qualquer outro incidente semelhante em 2010 em qualquer parte do mundo. Nos últimos 12 meses, a inundação no Rio está entre as cinco mais fatais do mundo.
Segundo o Corpo de Bombeiros do Estado do Rio de Janeiro, 105 pessoas teriam morrido em decorrência das chuvas. Informações da prefeitura, no entanto, apontam que o número de mortos na capital pode ser menor do que os 42 computados pelos bombeiros.
Segundo levantamentos preliminares do Centro de Pesquisas de Epidemiologia dos Desastres (Cred, na sigla em inglês), feitos a pedido da BBC Brasil, as outras quatro enchentes que mais mataram pessoas nos últimos 12 meses aconteceram na Índia, na Arábia Saudita e em Serra Leoa.
Caso sejam os confirmados os 105 mortos no Rio, a tragédia seria mais fatal do que as enchentes ocorridas em Serra Leoa em agosto, que contabilizaram 103 mortos.
O Cred, sediado na Bélgica, coleta dados sobre catástrofes há 30 anos e fornece estatísticas para pesquisadores de todo o mundo.
O pior incidente aconteceu na Índia, onde as chuvas de monções em julho do ano passado em diversas partes do país deixaram 992 pessoas mortos. Em setembro, outras 300 pessoas morreram, também em inundações na Índia.
A lista é seguida por inundações na Arábia Saudita, em novembro, com 163 mortos.
Pobreza – Outra enchente no Brasil – que inclui as inundações no litoral do Rio e São Paulo, em janeiro – era até esta semana a mais fatal no mundo em 2010. Naquela ocasião, 74 pessoas morreram, segundo o instituto belga.
As outras enchentes mais fatais registradas neste ano pelo Cred foram em Madeira, em Portugal (42 mortos em fevereiro), no Cazaquistão (37 mortos em março), no México (41 mortos em janeiro) e na França (45 mortos em fevereiro e março). Os dados deste ano ainda são preliminares e estão sendo revisados pelo centro.
No Rio de Janeiro, a maior parte das mortes foi causada por deslizamentos em Niterói e no Rio de Janeiro. As cidades foram atingidas por algumas das chuvas mais fortes em anos no fim da tarde de segunda-feira.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez um apelo para que as pessoas deixem suas casas nas regiões em que ainda há riscos de deslizamentos. O prefeito do Rio, Eduardo Paes, disse que “a situação é caótica”.
Para especialistas em desastres, os mais pobres são os mais vulneráveis em casos como este. O levantamento do Cred mostra que os países pobres lideram no número de mortes por inundações.
Um relatório de 2009 do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) afirma que apenas 11% das pessoas expostas a catástrofes naturais vivem em países pobres, mas que é em países pobres que ocorrem mais de 53% das mortes. (Fonte: G1)/AMBIENTE BRASIL
INSTITUTO SOS RIOS DO BRASIL
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