Fiesp/Ciesp debatem estratégias para controle da qualidade do ar e água
Falta consenso sobre novas tecnologias para uso no monitoramento. A ausência de inventários também atrapalha, concluíram especialistas
As questões ambientais da Região Metropolitana de São Paulo continuaram no centro de debates da XII Semana Fiesp/Ciesp do Meio Ambiente, realizada nos últimos dias 7, 8 e 9, na sede da entidade. Na quarta-feira (9), as discussões focaram as estratégias de proteção da qualidade do ar e das águas superficiais.
Na avaliação de Cláudio Alonso, assistente-executivo de diretoria da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), existem outras proposições, cada vez mais sofisticadas, para que se aumente o nível de controle de poluentes atmosféricos, inclusive em função do avanço tecnológico. Caso, por exemplo, dos novos valores-guia propostos pela Organização Mundial da Saúde (OMS), mais rígidos com a expectativa de serem adotados como referência até o ano que vem.
O representante da Cetesb lembrou, ainda, que o material particulado (poluição de chaminés, resíduos do atrito de pneus sobre o asfalto etc.) “não tem personalidade alguma”, pois contém um pouco de tudo e é o elemento mais agressivo na atmosfera. Mas sinalizou a grande responsabilidade da indústria nesse sentido.
Nelson Nefussi, consultor do Departamento de Meio Ambiente (DMA) da Fiesp, discordou. De acordo com ele, a indústria não pode ser responsabilizada isoladamente pelos atuais níveis de poluentes.
"É muito mais crítica a falta de fiscalização do óxido de nitrogênio [em geral, proveniente da descarga de veículos automotores, especialmente os movidos a óleo diesel e gasolina, e tóxico para as vias respiratórias]", argumentou. Para Nefussi, o controle deste poluente é crucial neste momento.
Outra recriminação do consultor do DMA se deu em relação à falta de inventários, ressaltando a necessária definição de planos de monitoramento das emissões atmosféricas de forma colaborativa entre Cetesb, Ciesp e Fiesp. E, ainda, o necessário consenso que deve ser buscado quanto a melhor tecnologia disponível para fins de vigilância.
Oferta de água de qualidade, equação complexa
A Região Metropolitana de São Paulo – com seus 39 municípios dotados de 45 estações de monitoramento manual e 10 automáticas, totalizando 333 estações no estado – tem muitos desafios pela frente.
Para Regis Nieto, gerente da Cetesb, a revitalização do Rio Tietê, que atravessa a área urbana de Leste a Oeste, associada ao fato de haver quase 18 milhões de habitantes em seu entorno é uma questão delicada para a qualidade de vida da cidade.
“No estado de São Paulo e no Brasil, os efluentes líquidos industriais e domésticos devem atender aos padrões de emissões (end of pipe, fim do tubo) e obedecer a padrões de qualidade, em situações de vazão crítica”, afirmou.
Já houve avanços: redução de 64% de cargas orgânicas e de 78% das inorgânicas em função de ações de controle e de fiscalização, especialmente no setor industrial (dados de 1995).
Ações
A Cetesb estabeleceu diversas ações para melhorar o quadro da Região Metropolitana, como aumento da coleta, eliminação de lançamentos clandestinos e de quaisquer esgotos nos mananciais, educação ambiental e diminuição da carga de fósforo dos efluentes tratados.
No caso específico do setor produtivo, a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) oferece, em seu portfólio, soluções ambientais para as empresas, a fim de que estas se concentrem em seu corebusiness, segundo Marcelo Morgado, assessor da presidência da Companhia, que apontou a tendência de a indústria utilizar cada vez mais água de reúso.
A oferta de água impacta todos os setores, pois o custo se eleva quando o tratamento se torna custoso e a captação é feita longinquamente. É o caso do Sistema Cantareira, responsável pela maior parte do abastecimento da Região Metropolitana, situado a cerca de 70 quilômetros de distância.
Déficit
A indústria, grande consumidora de água, adota práticas de reuso em seus processos produtivos, mas sofre com os custos e a qualidade.
"Há um déficit no tratamento de esgoto em várias cidades e isso precisa ser resolvido com urgência", criticou Eduardo Gobbi, coordenador de saneamento da Associação Brasileira de Indústria Química (Abiquim), acrescentando que o Poder Público não tem recursos suficientes para atender aos investimentos necessários.
Conforme Gobbi, a indústria química aposta na redução da captação de água, no aumento do reúso e na diminuição do volume de efluentes que minimizam os impactos ambientais e os custos do tratamento.
Há dados concretos. Segundo números da Abiquim, hoje há uma economia de 19% no uso da água na fabricação de uma tonelada de produto, gerando uma economia de R$ 3,50/tonelada de produto fabricado. A redução sinalizada de 2001 a 2008 gira em torno de 27%.
Solange Sólon Borges, Agência Indusnet Fiesp
BLOG SOS RIOS DO BRASIL
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