Para que serviu o Encontro das Quatro Bacias ameaçadas pelo plano de hidrelétrica do Governo Federal?
Realizou-se, em Itaituba, PA, de 25 a 27 de agosto, o I Encontro dos Povos e Comunidades Atingidas e Ameaçadas por Grandes Projetos de Infra-Estrutura, nas bacias dos rios da Amazônia: Madeira, Tapajós, Teles Pires e Xingu. Ontem publicamos a carta dos participantes do Encontro.
Editorial da Rádio Rural AM de Santarém no Pará, enviada por Edilberto Sena, coordenador da rádio e membro da Frente em Defesa da Amazônia (FDA). IHU On-line, 30 de agosto de 2010
Uma situação um pouco surpreendente ocorreu no primeiro encontro dos militantes das quatro bacias hidrográficas em Itaituba que encerrou ontem, foi a ausência quase total dos 100 mil habitantes da cidade no primeiro dia. Isto, apesar da campanha anunciante do evento durante uma semana antes, inclusive com outdoors pela cidade. Os 540 participantes chegaram das comunidades rurais, ribeirinhos, municípios de Jacareacanga, Santarém, 48 indígenas Munduruku e mais os companheiros que chegaram de Rondônia, Mato Grosso e da região do Xingu.
A ausência de participantes da cidade de Itaituba pode ter algumas explicações. Primeiro as mentiras espalhadas por pessoal do governo municipal, estadual e federal que garantem progresso, empregos e usinas construídas em plataforma, sem impactos ambientais, que a população local nem entende o que será essa construção em plataforma e quem vai entender isso, além dos sabidos da Eletronorte?
Uma outra explicação para a apatia da população local é a falta de consciência crítica, inclusive entre estudantes de ensino médio e universitários. Outro fator é a ausência de lideranças religiosas, sindicais e políticas com consciência crítica para influenciar em seus liderados.
No entanto, os 540 participantes do encontro voltaram firmes para suas comunidades, certos de que nem tudo está resolvido como afirma o governo federal. Se este já está agindo criminalmente no rio Madeira, em Jirau e Santo Antonio, se não conseguiu ainda iniciar os crimes no rio Xingu, embora esteja violando leis ambientais e abrindo leilão de empreiteiras e licenças disso e daquilo, e também entra na bacia do Tapajós evitando dialogar com as populações a serem afetadas pelas usinas, embora tudo isso, a guerra não está terminada.
Os esclarecimentos firmes dos especialistas presentes no encontro, especialmente os do procurador federal, Dr. Felício Pontes levaram os participantes a compreender que o governo federal está blefando quando anuncia leilão e licenças para Belo Monte, como se tudo estivesse resolvido. Nove processos sobre violações graves à Constituição nacional estão entrando na justiça federal.
Se no rio Madeira o governo enfiou goela abaixo as duas usinas, porque a população estava despreparada, no Xingu não será o mesmo caminho, pois a população regional já despertou. Segundo o procurador Felício, até o leilão poderá ser anulado, se a justiça respeitar a constituição. Isso e os testemunhos vivos de muitos participantes, elevaram o moral do vários militantes das alianças em defesa dos povos e rios da Amazônia. O grito de guerra do índio Arara da Volta Grande do Xingu foi acolhido com respeito e aplauso. Disse ele que Belo Monte só será construída sobre o sangue e corpos dos povos da região. Se o governo quer guerra, haverá guerra.
O encontro atingiu seus objetivos principais, pois a cidade de Itaituba teve as informações transmitidas pelos cinco canais de televisão locais e da Rádio FM Alternativa que deram boa cobertura, como também foi definida uma estratégia de reforço da aliança dos lutadores das quatro bacias hidrográfica ameaçadas pelo plano criminoso da Eletronorte. Uma estratégia conjunta será posta em prática nos próximos passos. Contra a força da união organizada não há ditadura que vença e os rios da Amazônia terão defensores firmes. Fonte: ECOA-RIOS VIVOS
Editorial da Rádio Rural AM de Santarém no Pará, enviada por Edilberto Sena, coordenador da rádio e membro da Frente em Defesa da Amazônia (FDA). IHU On-line, 30 de agosto de 2010
Uma situação um pouco surpreendente ocorreu no primeiro encontro dos militantes das quatro bacias hidrográficas em Itaituba que encerrou ontem, foi a ausência quase total dos 100 mil habitantes da cidade no primeiro dia. Isto, apesar da campanha anunciante do evento durante uma semana antes, inclusive com outdoors pela cidade. Os 540 participantes chegaram das comunidades rurais, ribeirinhos, municípios de Jacareacanga, Santarém, 48 indígenas Munduruku e mais os companheiros que chegaram de Rondônia, Mato Grosso e da região do Xingu.
A ausência de participantes da cidade de Itaituba pode ter algumas explicações. Primeiro as mentiras espalhadas por pessoal do governo municipal, estadual e federal que garantem progresso, empregos e usinas construídas em plataforma, sem impactos ambientais, que a população local nem entende o que será essa construção em plataforma e quem vai entender isso, além dos sabidos da Eletronorte?
Uma outra explicação para a apatia da população local é a falta de consciência crítica, inclusive entre estudantes de ensino médio e universitários. Outro fator é a ausência de lideranças religiosas, sindicais e políticas com consciência crítica para influenciar em seus liderados.
No entanto, os 540 participantes do encontro voltaram firmes para suas comunidades, certos de que nem tudo está resolvido como afirma o governo federal. Se este já está agindo criminalmente no rio Madeira, em Jirau e Santo Antonio, se não conseguiu ainda iniciar os crimes no rio Xingu, embora esteja violando leis ambientais e abrindo leilão de empreiteiras e licenças disso e daquilo, e também entra na bacia do Tapajós evitando dialogar com as populações a serem afetadas pelas usinas, embora tudo isso, a guerra não está terminada.
Os esclarecimentos firmes dos especialistas presentes no encontro, especialmente os do procurador federal, Dr. Felício Pontes levaram os participantes a compreender que o governo federal está blefando quando anuncia leilão e licenças para Belo Monte, como se tudo estivesse resolvido. Nove processos sobre violações graves à Constituição nacional estão entrando na justiça federal.
Se no rio Madeira o governo enfiou goela abaixo as duas usinas, porque a população estava despreparada, no Xingu não será o mesmo caminho, pois a população regional já despertou. Segundo o procurador Felício, até o leilão poderá ser anulado, se a justiça respeitar a constituição. Isso e os testemunhos vivos de muitos participantes, elevaram o moral do vários militantes das alianças em defesa dos povos e rios da Amazônia. O grito de guerra do índio Arara da Volta Grande do Xingu foi acolhido com respeito e aplauso. Disse ele que Belo Monte só será construída sobre o sangue e corpos dos povos da região. Se o governo quer guerra, haverá guerra.
O encontro atingiu seus objetivos principais, pois a cidade de Itaituba teve as informações transmitidas pelos cinco canais de televisão locais e da Rádio FM Alternativa que deram boa cobertura, como também foi definida uma estratégia de reforço da aliança dos lutadores das quatro bacias hidrográfica ameaçadas pelo plano criminoso da Eletronorte. Uma estratégia conjunta será posta em prática nos próximos passos. Contra a força da união organizada não há ditadura que vença e os rios da Amazônia terão defensores firmes. Fonte: ECOA-RIOS VIVOS
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