Nível do Rio Solimões baixa e supera marca da estiagem de 2005
Por conta da seca, mais dois municípios do Amazonas decretam estado de emergência, totalizando seis
O Rio Solimões, em Tabatinga, atingiu ontem 32 centímetros negativos - ou seja, abaixo do zero da régua na margem do rio e menor que o pico recorde registrado em 2005. Trata-se da maior vazante do Solimões aferida pelo Serviço Geológico do Brasil (CPRM). Em 2005, no pico da estiagem na primeira quinzena de outubro, a régua marcou 2 centímetros positivos.
Segundo o superintendente do órgão em Manaus, Marco Oliveira, não é possível dizer que a seca de 2010 tenha superado a de 2005 nos Rios Negro e Solimões, pois o pico da estiagem é tradicionalmente em outubro. "Os dois rios podem continuar descendo ou estacionar. Só em outubro teremos os dados dos rankings de estiagem."
O nível do Rio Negro, que banha Manaus, também começa a descer, embora a situação seja menos crítica que a do Solimões. A régua que faz a medição na margem do rio em um dos principais portos de Manaus marcou hoje 20,47 metros, 14 centímetros a menos que a aferição feita na mesma data em 1963 - quando atingiu 20,33 centímetros.
O CPRM mede as enchentes e vazantes do Rio Negro há 100 anos e do Solimões há 30.
Emergência. Mais dois municípios do Amazonas decretaram estado de emergência por estarem isolados por causa da seca na região do Alto Solimões e Juruá, totalizando agora seis.
Os municípios afetados são Tabatinga, Benjamim Constant e Atalaia do Norte, na região do Alto Solimões, e Itamarati, Ipixuna e Guajará, na região do Juruá.
Os municípios de Envira e Canutama ainda não enviaram o ofício de decreto de emergência ao governo estadual, mas isso deve ocorrer até a próxima semana, de acordo com a Associação Amazonense dos Municípios (AAM). Segundo a associação, pelo menos 14 dos 62 municípios do Estado foram atingidos pela seca. Estima-se que pelo menos 6 mil pessoas em comunidades rurais estejam isoladas.
O número não foi confirmado pela Defesa Civil Estadual, que afirma não ter dados sobre o número de pessoas prejudicadas pela estiagem. Fonte: Jornal O Estado de S. Paulo
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