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7 de setembro de 2010

LIXO MARINHO, UM PROBLEMA DO TAMANHO DE UMA BALEIA

Crianças + Lixo Marinho + Arte

Tudo começou com uma professora do primeiro ano, a Sra. Arlene Gnade. Ela cresceu surfando na Califórnia, ama o oceano e o viu sendo degradado durante o passar dos anos devido à poluição causada pelo homem. Determinada a abordar o tema através da educação, ela se uniu a outras cinco professoras da mesma série que leciona na Jefferson Elementary IB School, em Carlsbad, Califórnia, e deram inicio a uma série de ações.

Lixo Marinho, um Problema do Tamanho de uma Baleia

Crianças + Lixo Marinho + Arte = Mensagem Poderosa e Prontamente Aceita

Por Teresa Espaniola, Heather Bensen e Arlene Gnade

Califórnia, 04 de maio de 2010

Tudo começou com uma professora do primeiro ano, a Sra. Arlene Gnade. Ela cresceu surfando na Califórnia, ama o oceano e o viu sendo degradado durante o passar dos anos devido à poluição causada pelo homem. Determinada a abordar o tema através da educação, ela se uniu a outras cinco professoras da mesma série que leciona na Jefferson Elementary IB School, em Carlsbad, Califórnia, (as professoras são as sras. Schwend, Kopp, Amezcua, Villalobos, Horrell e também a diretora da instituição, Dra. Hartman) e deram inicio a uma série de ações. O primeiro projeto que desenvolveram foi em janeiro de 2009 e consistia na criação de uma mensagem na areia utilizando mais de 850 alunos, professores e pais, todos vestindo camisetas azuis, um fotógrafo, um helicóptero com piloto e muita, mas muita paciência! Uma façanha em si, mas quem poderia dizer que esta seria apenas a primeira de uma série de feitos deste dedicado grupo? “Se as crianças estudam os oceanos, elas podem vir a amá-los, e se elas os amarem, cuidarão deles. Nosso planeta precisa de pessoas que, no futuro, liderarão soluções ambientais. Nossas crianças podem ser esses líderes”.

Foto aérea. © Peter Meade

Foto aérea. © Peter Meade

No verão de 2009, com a foto aérea saindo do forno, Arlene assistiu a um videoclipe sobre um vilarejo de mulheres e crianças na África onde se recolhia sandálias de plástico das praias para transformá-las em arte. O projeto que chamou sua atenção era uma baleia, em tamanho natural, feita inteiramente de sandálias plásticas. Será que seis professoras e seus alunos de primeiro ano poderiam fazer algo parecido com aquilo? Como isso poderia ser feito?

Depois de um bate-papo com outro educador surfista, Arlene foi apresentada a Teresa Espaniola, uma artista ambiental, radicada em San Diego, que utiliza lixo de praia para promover a conscientização sobre a poluição marinha através da arte. Quando se conheceram, Arlene compartilhou seus sonhos e Teresa sugeriu maneiras de torná-los exeqüíveis. Juntas foram trocando idéias com o restante da equipe de professoras e assim deram inicio a um projeto de seis meses de duração, intitulado ‘Little Gray’, ou seja, uma baleia bebê cinza, em tamanho natural, feita com lona, um pouco de tinta, um tanto de cola e muito LIXO MARINHO!

Quando começou o semestre letivo, em setembro de 2009, a equipe de professoras deu inicio a um currículo de educação voltado ao oceano, com base na matemática, leitura, música, ciências, artes e educação física. As crianças participavam de caminhadas de limpeza de praias acompanhadas de seus professores e de seus pais. Utilizando baldes e coletores para pegar o lixo da praia, eram informadas sobre o que não pegar (qualquer coisa proveniente de um consultório médico, por exemplo) e assim começaram as coletas. O lixo era trazido para a sala de aula e lavado pelas professoras com água sanitária antes que as crianças pudessem manuseá-lo. Como se pode imaginar, as pilhas de lixo retiradas da praia cresciam de forma gradual, conforme os meses iam passando. Havia garrafas de plástico, bonés, embalagens de salgadinho, brinquedos de areia, isqueiros, iscas de pescaria, bonecas de plástico, talheres de plástico, balões, sinalizadores, recipientes de comida, óculos de sol, canudos, canetas, embalagens de suco, latas de refrigerante, sandálias de plástico, sapatos, fitas de proteção, cordas de nylon e até mesmo um par de dentaduras! Infelizmente, tudo isso foi bem fácil de achar.

Crianças na praia. © Arlene Gnade

Crianças na praia. © Arlene Gnade

Conforme os meses foram passando, a educação com base no oceano expandiu-se para além da comunidade. As crianças foram convidadas para visitar o aquário SEA LIFE, passear pelas instalações enquanto recebiam explicações e aprendiam, na prática, sobre vida marinha Os professores falaram sobre os bueiros e como o escoamento urbano não é filtrado antes de atirar lixo e elementos contaminantes no oceano. Heather Bensen, mãe de uma das crianças do primeiro ano e representante da ‘Surfrider’s Kids For Clean Water’, deu as crianças uma demonstração sobre divisores de águas para mostrar como tudo vem à tona nos oceanos. Durante sua divertida apresentação de quarenta minutos, as crianças aprenderam sobre o ciclo da água e também sobre diferentes fontes de poluentes. Elas tocaram em esponjas, moluscos e em um par de barbatanas de tubarão. Elas também criaram uma “tempestade” em um modelo de divisor de águas cheio de “poluentes” Excrementos animais (representado por migalhas de chocolate), litros plásticos achados nas praias e nas ruas (migalhas de bolo colorido), óleo (calda de chocolate) e pesticidas utilizados nas fazendas (migalhas de bolo vermelho) foram colocados na água armazenada para modelo. Depois da ‘tempestade’, os alunos observaram a água limpa de chuva que havia no recipiente se transformar em água marrom, poluída, que desaguava no oceano depois da tempestade. As crianças adoraram a experiência, e mais do que isso, captaram a mensagem!

Com a ajuda dos professores e do currículo escolar voltado para o estudo dos oceanos, estas crianças de primeiro ano começaram a ensinar adultos sobre os problemas encarados por toda forma de vida marinha devido a poluição oceânica.

Demonstração com água limpa. © Arlene Gnade

Demonstração com água limpa. © Arlene Gnade

Nesse meio tempo, a escola começou a levantar fundos para custear despesas de suprimentos para o projeto. Uma ex-professora, Jo Fitzpatrick, doou cartões de felicitações feitos à mão para serem vendidos. A escola vendeu outros itens doados. O aquário SEA LIFE cedeu, generosamente, dinheiro para os suprimentos. Foram compradas metragens de lona sem cilindro, medidas e cortadas em seis painéis, uma para cada turma de primeiro ano. Foi feita a bainha dos painéis e os punhos foram costurados para dar apoio aos grampos de madeira que prenderiam cada painel. Depois, Teresa preparou as lonas já costuradas com uma película base, então pintou a baleia cinza no oceano azul. Arlene trouxe os grampos de madeira, os quais seu marido havia cortado na medida certa, e então deu-se inicio a colagem enquanto ela mantinha tudo no cronograma para a inauguração da mostra em 18 de fevereiro na Jefferson.

Em janeiro de 2010, era o momento de colocar crianças + lixo marinho + arte juntos! Teresa veio até a escola e se reuniu com cada uma das turmas. As professoras trouxeram as crianças e seus respectivos amontoados de lixo para o auditório. Cada criança selecionou várias peças de material, a partir do lixo coletado, e Tereza permitiu que elas colocassem essas peças onde quisessem nos painéis que formavam a baleia. Todas as crianças participaram. Os pais se voluntariaram para ajudar a colar o lixo no local designado nos painéis. O aquário SEA LIFE enviou uma equipe para documentar o processo. Como se pode ver agora, esse foi um assunto de família e de comunidade!

Crianças colocando lixo nos painéis com Teresa Espaniola. © Debbie Schwend

Crianças colocando lixo nos painéis com Teresa Espaniola. © Debbie Schwend

No dia 18 de fevereiro, o projeto ‘Beach Trash, A Whale of a Problem‘ foi celebrado naJefferson Elementary School por uma multidão em pé. Uma variedade inacreditável de trabalhos de arte, feitos pelas crianças do primeiro ano, utilizando o tema baleia, estava em exibição. A padaria dinamarquesa de Carlsbad doou centenas de biscoitos para os convidados saborearem enquanto apreciavam a exposição. A noite, tendo Arlene como mestre de cerimônias, aconteceu uma cerimônia de reconhecimento a todos que participaram do projeto, uma maravilhosa apresentação utilizando slide-show feita pela Sra. Kopp, tendo Jon Severino como orador especialmente convidado pela campanha da Surfrider Foundation ‘Rise Above Plastics’, uma visita do Chico ‘O Monstro do Saco’, (usando uma fantasia feita com 500 sacolas plásticas - quantidade que UM COMPRADOR utiliza por ano, quando não está utilizando sacolas recicláveis), tudo isso embalado por uma miscelânea de emocionantes canções executadas pelas maravilhosas crianças do primeiro ano e finalmente, a inauguração da mostra ‘Little Gray’! A noite foi um exemplo perfeito de comunidade. As crianças estavam radiantes.

Crianças com a ‘Little Gray’. © Peter Meade e Arlene Gnade

Crianças com a ‘Little Gray’. © Peter Meade e Arlene Gnade

Como se pretendia, ‘Little Gray’ continua difundindo idéias sobre a poluição dos oceanos. O aquário SEA LIFE , cujo apoio inestimável continua, está expondo a baleia para visitação de crianças e adultos. Sempre se ouvirá um “Ooooh!” ou um “Ahhhh!” ou ainda um “Como será que aquela escova de cabelo foi parar no mar?” A resposta tanto dos residentes quando dos visitantes têm sido extremamente positiva. As crianças do primeiro ano da Jefferson Elementary School perceberam que cada uma delas tem o poder de fazer a diferença e se tornaram embaixadoras dos oceanos. Talvez a ‘Little Gray’ cante ao redor do mundo para crianças e adultos sua canção de baleia sobre mudanças.

Arlene & Teresa com a baleia. © Equipe da Jefferson

Arlene & Teresa com a baleia. © Equipe da Jefferson

Para ver o processo de elaboração da ‘Little Gray’ do principio ao fim, por favor, faça o log on no blog Team Jefferson: http://teamjefferson.blog.com/

“Nunca duvide da capacidade de um pequeno grupo de dedicados cidadãos para mudar os rumos do planeta. Na verdade, eles são a única esperança de que isso possa ocorrer”.Margaret Mead

Tradução: Global Garbage / Miriam Santini mi.santini@terra.com.br

Fonte: Fabiano Barreto - Global Garbage - Fórum REBIA Nacional


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