Conectados para aprender
De: Renato Rizzaro (riodasfurnas@gmail.com)
No Portal do Professor você busca e dá soluções de aulas |
19 fevereiro 2010
Vida de professor não é fácil. Atrair a atenção de alunos desinteressados, ensinar para quem não tem qualquer hábito de leitura e ainda lidar com a própria falta de intimidade com os computadores, tão apreciados pelos jovens. Estes são apenas alguns dos desafios enfrentados diariamente pelos milhões de profissionais da área de Educação no Brasil.
O Portal do Professor chega à rede dando instrumentos para que os mestres possam melhorar – eles próprios – a educação no país. Uma ferramenta direcionada para professores de ensino médio e fundamental que conta com cerca de 3.500 recursos multimídia, que incluem mapas, vídeos, animações e aproximadamente 1.200 planos de aula publicados, entre muitas outras possibilidades. O site foi criado pelo Ministério da Educação em parceria com o Ministério da Ciência e Tecnologia.
Foi navegando nesse endereço que a professora Denise Fernanda Aguiar, de Bady Bassit, no interior de São Paulo, se deparou com um jogo que lhe pareceu bastante útil para suas aulas de Geografia. Ao lado de um mapa do Brasil ficam espalhados os mapas de todos os estados da federação. O objetivo é que as crianças arrastem cada um deles para dentro do país, como se fossem as peças de um quebra-cabeça. Mas Rio de Janeiro, Minas Gerais e Bahia, entre outros, só permanecem dentro do mapa se colocados no lugar certo. Do contrário, o jogador perde pontos. Só completam o exercício aqueles que conseguem colocar todos os estados dentro do mapa.
“Não esperava encontrar uma atividade tão bacana, ainda mais sobre o conteúdo que eu estava trabalhando em sala”, conta Denise, que dá aulas para o 4º ano da Escola Municipal Nice Beolchi Nunes Ferreira. Ela levou a brincadeira para as classes de informática da escola e pôde observar a empolgação dos alunos. “Eles trabalhavam em dupla nos computadores, e um colega ajudava o outro para que terminasse logo e chegasse a sua vez”, contou a professora.
A atividade fazia parte da seção “Recursos Adicionais”, o endereço certo para os professores que querem instigar os alunos com vídeos, jogos e ilustrações. Lá, é possível encontrar uma seleção de aplicativos pedagógicos, disponíveis para download, que vão quebrar a rotina das aulas tradicionais.
Até a Idade Média teve direito a jogo dentro do Portal do Professor. Os estudantes, acompanhando o filho de um senhor de terras que acaba de herdar sua propriedade, vão descobrindo como elas devem ser administradas. A partir dos pergaminhos que têm que ser lidos em cada etapa da brincadeira, os alunos acabam aprendendo o funcionamento da sociedade feudal.
"História é uma disciplina com conteúdo escrito extenso, o que pode ser um problema para quem não está acostumado a ler. Esse material dá dinâmica às aulas, desperta a atenção das crianças, que têm concentração menor,” comenta Paulo Castanheira de Almeida, professor do 6º ao 9º ano no município de Almirante Tamandaré, no Paraná.
Todo esse conteúdo está disponível para qualquer internauta. Só precisa fazer um cadastro quem quiser participar dos chats e fóruns ou criar suas próprias aulas e compartilhá-las, uma possibilidade da seção “Espaço Aula”, que a coordenadora do Portal, Carmem Prata, considera uma das mais importantes. “Para quem está publicando, o retorno é muito rico, porque pode melhorar seu trabalho com base nos comentários feitos no site. Já quem comenta, no momento em que emite uma opinião passa a fazer parte do processo. Pensa se a aula é adequada para sua classe, se pode usá-la na íntegra, e, assim, vai melhorando sua prática,” comenta Carmem.
O território do portal é livre para a inclusão de novas ideias, mas há critérios para manter a qualidade do que é oferecido. As aulas enviadas para serem publicadas passam por uma equipe do Ministério da Educação, que verifica se não há informações indevidas e avalia se faltam dados essenciais para as explicações. Se forem necessários alguns retoques, é o professor que fica encarregado de fazê-los.
Os assuntos oferecidos são os mais variados, e todas as disciplinas têm vez. Quem busca História se depara com temas como a Guerra de Secessão americana, a ditadura militar no Brasil e a Independência do país. Os amantes da língua portuguesa podem ler sobre Machado de Assis, Monteiro Lobato e José de Alencar. Para os apaixonados por arte, o Barroco de Aleijadinho está presente no site e pode inspirar uma boa exposição para os alunos.
Para quem precisa se desdobrar entre várias escolas e sofre com a falta de tempo, os recursos são de grande ajuda. É o caso do professor Paulo Castanheira, que dá aulas no Colégio Estadual Rosa Frederica Johnson e em outras duas escolas no Paraná: “Como o material no Portal está pronto, é só levá-lo para a sala”.
O que o professor vê como uma característica positiva do site é um defeito para a especialista no uso de informática na área de educação Marisa Lucena, da PUC-Rio. “Deveria haver mais ferramentas para o professor aprender a fazer. Por exemplo, não é só trazer um jogo da memória, mas é preciso ensinar como ele é produzido. Os professores precisam aprender a preparar o seu próprio material pedagógico,” diz Marisa, que também é coordenadora do grupo de pesquisa Kbr/Kidlink no Brasil (um portal educativo). “O portal também deveria ter mais artigos e mais diretrizes produzidas pelo Ministério da Educação, ensinando como deve ser feito um projeto de aula,” comenta.
Outra crítica da especialista é a pouca divulgação do portal: “Deveriam ser feitos mais eventos, para mostrar aos professores o site, e workshops, para que ponham a mão na massa.” Um problema que é admitido pela própria coordenadora da página na Internet: “Até o momento não fizemos uma divulgação em massa.” Mesmo assim, em pouco mais de um ano de existência, o Portal teve cerca de 1,1 milhão de visitas. E atualmente recebe de quatro a cinco mil acessos por dia. De qualquer forma, diz Marisa Lucena, “o MEC deu uma despertada para a tecnologia, o que é bom.”
O objetivo do Ministério da Educação é que o site sirva como instrumento de inclusão digital. Por isso, desde o início houve a preocupação em projetá-lo de forma que tivesse fácil navegação. “A ideia é que a página seja usada por professores com conhecimento mínimo de Internet e que as informações estejam estruturadas de uma forma que possam ser localizadas facilmente,” diz a coordenadora do Portal. Para os interessados em publicar um programa de aula, por exemplo, a página oferece um passo a passo.
Mas preparar atividades educativas não é o único interesse dos profissionais da área, que também buscam informações sobre ofertas de vagas de licenciatura e sobre cursos de formação de professores, entre outros pontos. Para suprir essa demanda, foi criada a seção “Jornal do Professor”, com edições temáticas quinzenais (“Saúde do Professor”, “Dislexia, como trabalhar com ela?”, “Incentivo à leitura”).
No número “Aperfeiçoamento de Professores”, foram divulgadas várias experiências de uso da criatividade em salas de aula por todo o Brasil que podem inspirar outros mestres.
Como é feita a pesquisa histórica? O que faz o historiador? O que é um documento histórico? Estas eram as questões que deveriam ser trabalhadas por Jordana Stella Botelho na Escola Trilhas, em Curitiba, com sua turma de 4° ano. Munida dessas perguntas, ela resolveu ir além do que recomendava o livro didático. Pediu que cada estudante escolhesse algo que considerasse uma fonte histórica e fizesse uma apresentação para os colegas. Brinquedos antigos, passaportes, um disco de vinil, uma máquina fotográfica, fotos de época e até a documentação de um preso político foram alguns dos itens escolhidos.
“Assim, eles aprenderam na prática como os historiadores produzem História, relacionando o contexto a que pertenciam aqueles objetos, e entenderam que documento não é só papel,” afirma a professora.
Diante da dificuldade dos alunos com o vocabulário dos textos de História, uma professora mineira resolveu introduzir gibis em suas classes. Natânia Nogueira, da Escola Municipal Lintz Guedes, em Leopoldina, fez as turmas criarem histórias em quadrinhos sobre os assuntos das aulas e ainda fundou uma gibiteca. “A leitura deles melhorou muito. Quem pega gibis emprestados acaba levando livros também, mas é algo a médio prazo,” relata. O projeto foi um dos vencedores do prêmio Professores do Brasil, oferecido pelo MEC. Sem o site, provavelmente esses casos não se tornariam conhecidos fora de suas localidades.
Vida de professor não é mesmo fácil, mas o portal pelo menos permite que experiências bem-sucedidas se tornem acessíveis a todos. É a tecnologia a serviço do aprimoramento de professores e da educação no país. Um processo que nunca para.
Vida de professor não é fácil. Atrair a atenção de alunos desinteressados, ensinar para quem não tem qualquer hábito de leitura e ainda lidar com a própria falta de intimidade com os computadores, tão apreciados pelos jovens. Estes são apenas alguns dos desafios enfrentados diariamente pelos milhões de profissionais da área de Educação no Brasil.
O Portal do Professor chega à rede dando instrumentos para que os mestres possam melhorar – eles próprios – a educação no país. Uma ferramenta direcionada para professores de ensino médio e fundamental que conta com cerca de 3.500 recursos multimídia, que incluem mapas, vídeos, animações e aproximadamente 1.200 planos de aula publicados, entre muitas outras possibilidades. O site foi criado pelo Ministério da Educação em parceria com o Ministério da Ciência e Tecnologia.
Foi navegando nesse endereço que a professora Denise Fernanda Aguiar, de Bady Bassit, no interior de São Paulo, se deparou com um jogo que lhe pareceu bastante útil para suas aulas de Geografia. Ao lado de um mapa do Brasil ficam espalhados os mapas de todos os estados da federação. O objetivo é que as crianças arrastem cada um deles para dentro do país, como se fossem as peças de um quebra-cabeça. Mas Rio de Janeiro, Minas Gerais e Bahia, entre outros, só permanecem dentro do mapa se colocados no lugar certo. Do contrário, o jogador perde pontos. Só completam o exercício aqueles que conseguem colocar todos os estados dentro do mapa.
“Não esperava encontrar uma atividade tão bacana, ainda mais sobre o conteúdo que eu estava trabalhando em sala”, conta Denise, que dá aulas para o 4º ano da Escola Municipal Nice Beolchi Nunes Ferreira. Ela levou a brincadeira para as classes de informática da escola e pôde observar a empolgação dos alunos. “Eles trabalhavam em dupla nos computadores, e um colega ajudava o outro para que terminasse logo e chegasse a sua vez”, contou a professora.
A atividade fazia parte da seção “Recursos Adicionais”, o endereço certo para os professores que querem instigar os alunos com vídeos, jogos e ilustrações. Lá, é possível encontrar uma seleção de aplicativos pedagógicos, disponíveis para download, que vão quebrar a rotina das aulas tradicionais.
Até a Idade Média teve direito a jogo dentro do Portal do Professor. Os estudantes, acompanhando o filho de um senhor de terras que acaba de herdar sua propriedade, vão descobrindo como elas devem ser administradas. A partir dos pergaminhos que têm que ser lidos em cada etapa da brincadeira, os alunos acabam aprendendo o funcionamento da sociedade feudal.
"História é uma disciplina com conteúdo escrito extenso, o que pode ser um problema para quem não está acostumado a ler. Esse material dá dinâmica às aulas, desperta a atenção das crianças, que têm concentração menor,” comenta Paulo Castanheira de Almeida, professor do 6º ao 9º ano no município de Almirante Tamandaré, no Paraná.
Todo esse conteúdo está disponível para qualquer internauta. Só precisa fazer um cadastro quem quiser participar dos chats e fóruns ou criar suas próprias aulas e compartilhá-las, uma possibilidade da seção “Espaço Aula”, que a coordenadora do Portal, Carmem Prata, considera uma das mais importantes. “Para quem está publicando, o retorno é muito rico, porque pode melhorar seu trabalho com base nos comentários feitos no site. Já quem comenta, no momento em que emite uma opinião passa a fazer parte do processo. Pensa se a aula é adequada para sua classe, se pode usá-la na íntegra, e, assim, vai melhorando sua prática,” comenta Carmem.
O território do portal é livre para a inclusão de novas ideias, mas há critérios para manter a qualidade do que é oferecido. As aulas enviadas para serem publicadas passam por uma equipe do Ministério da Educação, que verifica se não há informações indevidas e avalia se faltam dados essenciais para as explicações. Se forem necessários alguns retoques, é o professor que fica encarregado de fazê-los.
Os assuntos oferecidos são os mais variados, e todas as disciplinas têm vez. Quem busca História se depara com temas como a Guerra de Secessão americana, a ditadura militar no Brasil e a Independência do país. Os amantes da língua portuguesa podem ler sobre Machado de Assis, Monteiro Lobato e José de Alencar. Para os apaixonados por arte, o Barroco de Aleijadinho está presente no site e pode inspirar uma boa exposição para os alunos.
Para quem precisa se desdobrar entre várias escolas e sofre com a falta de tempo, os recursos são de grande ajuda. É o caso do professor Paulo Castanheira, que dá aulas no Colégio Estadual Rosa Frederica Johnson e em outras duas escolas no Paraná: “Como o material no Portal está pronto, é só levá-lo para a sala”.
O que o professor vê como uma característica positiva do site é um defeito para a especialista no uso de informática na área de educação Marisa Lucena, da PUC-Rio. “Deveria haver mais ferramentas para o professor aprender a fazer. Por exemplo, não é só trazer um jogo da memória, mas é preciso ensinar como ele é produzido. Os professores precisam aprender a preparar o seu próprio material pedagógico,” diz Marisa, que também é coordenadora do grupo de pesquisa Kbr/Kidlink no Brasil (um portal educativo). “O portal também deveria ter mais artigos e mais diretrizes produzidas pelo Ministério da Educação, ensinando como deve ser feito um projeto de aula,” comenta.
Outra crítica da especialista é a pouca divulgação do portal: “Deveriam ser feitos mais eventos, para mostrar aos professores o site, e workshops, para que ponham a mão na massa.” Um problema que é admitido pela própria coordenadora da página na Internet: “Até o momento não fizemos uma divulgação em massa.” Mesmo assim, em pouco mais de um ano de existência, o Portal teve cerca de 1,1 milhão de visitas. E atualmente recebe de quatro a cinco mil acessos por dia. De qualquer forma, diz Marisa Lucena, “o MEC deu uma despertada para a tecnologia, o que é bom.”
O objetivo do Ministério da Educação é que o site sirva como instrumento de inclusão digital. Por isso, desde o início houve a preocupação em projetá-lo de forma que tivesse fácil navegação. “A ideia é que a página seja usada por professores com conhecimento mínimo de Internet e que as informações estejam estruturadas de uma forma que possam ser localizadas facilmente,” diz a coordenadora do Portal. Para os interessados em publicar um programa de aula, por exemplo, a página oferece um passo a passo.
Mas preparar atividades educativas não é o único interesse dos profissionais da área, que também buscam informações sobre ofertas de vagas de licenciatura e sobre cursos de formação de professores, entre outros pontos. Para suprir essa demanda, foi criada a seção “Jornal do Professor”, com edições temáticas quinzenais (“Saúde do Professor”, “Dislexia, como trabalhar com ela?”, “Incentivo à leitura”).
No número “Aperfeiçoamento de Professores”, foram divulgadas várias experiências de uso da criatividade em salas de aula por todo o Brasil que podem inspirar outros mestres.
Como é feita a pesquisa histórica? O que faz o historiador? O que é um documento histórico? Estas eram as questões que deveriam ser trabalhadas por Jordana Stella Botelho na Escola Trilhas, em Curitiba, com sua turma de 4° ano. Munida dessas perguntas, ela resolveu ir além do que recomendava o livro didático. Pediu que cada estudante escolhesse algo que considerasse uma fonte histórica e fizesse uma apresentação para os colegas. Brinquedos antigos, passaportes, um disco de vinil, uma máquina fotográfica, fotos de época e até a documentação de um preso político foram alguns dos itens escolhidos.
“Assim, eles aprenderam na prática como os historiadores produzem História, relacionando o contexto a que pertenciam aqueles objetos, e entenderam que documento não é só papel,” afirma a professora.
Diante da dificuldade dos alunos com o vocabulário dos textos de História, uma professora mineira resolveu introduzir gibis em suas classes. Natânia Nogueira, da Escola Municipal Lintz Guedes, em Leopoldina, fez as turmas criarem histórias em quadrinhos sobre os assuntos das aulas e ainda fundou uma gibiteca. “A leitura deles melhorou muito. Quem pega gibis emprestados acaba levando livros também, mas é algo a médio prazo,” relata. O projeto foi um dos vencedores do prêmio Professores do Brasil, oferecido pelo MEC. Sem o site, provavelmente esses casos não se tornariam conhecidos fora de suas localidades.
Vida de professor não é mesmo fácil, mas o portal pelo menos permite que experiências bem-sucedidas se tornem acessíveis a todos. É a tecnologia a serviço do aprimoramento de professores e da educação no país. Um processo que nunca para.
Saiba mais:
Portal do Professor
PUC-Rio
Revista Página 22
Fontes:
Texto de Claudia Bojunga na Revista de História da Biblioteca Nacional
Site Capital das Nascentes - Alfredo Wagner - SCINSTITUTO SOS RIOS DO BRASIL
Divulgando, Promovendo e Valorizando
quem defende as águas brasileiras!
ÁGUA - QUEM USA, CUIDA!
ÁGUA - QUEM USA, CUIDA!
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