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13 de fevereiro de 2010

PROGRAMA ÁGUA E CULTURA DO INGÁ (BA) APOIA AFOXÉS NO CARNAVAL


INGÁ apóia afoxés com foco na preservação das águas

Com investimento de R$ 230 mil, o órgão gestor das águas na Bahia está apoiando 23 entidades, através de ações de educação ambiental, capacitação e patrocínio dos desfiles no Carnaval


Para ampliar a democratização da cultura de matriz africana no Carnaval e estimular a consciência ambiental do cuidado com a água na sociedade, o Instituto de Gestão das Águas e Clima (INGÁ) está apoiando, pelo segundo ano consecutivo, a Campanha Carnaval Ouro Negro 2010, realizada em parceria com a Secretaria de Cultura do Estado (Secult).

Para o Carnaval 2010, o órgão gestor das águas na Bahia está investindo R$ 230 mil em 23 afoxés, o que representa 28% a mais dos R$ 180 mil investidos no Carnaval 2009. Além de garantir a participação dos afoxés na folia, o apoio também se dá através de ações de educação ambiental de cuidado com a água ao longo do ano. Isto porque os afoxés e entidade de matriz africana possuem uma relação sagrada com a água em seus rituais levam a preocupação do cuidado com esse bem para suas comunidades.


Para Agnaldo Silva, presidente dos Filhos de Gandhy, “a parceria com o INGÁ tem a ver com a nossa entidade porque cultuamos o sincretismo do candomblé e a água. O Governo está de parabéns, não só por ajudar os afoxés a desfilarem, mas por revitalizar fontes e poços sagrados dos terreiros. O reconhecimento do Governo aos afoxés só vem a fortalecer essas instituições”, declara. O bloco, um dos mais tradicionais do carnaval baiano, desfila com mais de dez mil participantes e é um dos contemplados com o Ouro Negro.


“Este apoio do Governo do Estado é de uma grande importância porque ele reanimou diversas entidades que corriam risco de acabar. Fazemos as coisas com muita luta, principalmente porque somos de periferia, e graças aos orixás e ao apoio do Governo do Estado estamos tendo mais visibilidade”, comemora a presidente do afoxé Ilê Oyá, Estelita Alves Silva, a Mãe Estelita de Oyá.


“Maior do que o dinheiro recebido é a valorização que estamos recebendo, que nos dá mais estímulo e aumenta a nossa autoestima”, complementa a representante Afoxé Ilê Oyá, entidade de mais de 30 anos, que conta com cerca de duas mil pessoas de diversos bairros de Salvador e da região metropolitana.


“Nossa participação no Carnaval se insere na perspectiva de uma temática sustentável, em que o cuidado com a água precisa ser difundido no cotidiano da população. As comunidades religiosas de matriz africana, assim como os povos e comunidades tradicionais protegem as águas, e é por isso que apoiamos os afoxés”, explica o diretor geral do INGÁ, Julio Rocha.


Além do apoio aos afoxés, o INGÁ contribui este ano para a melhoria das condições de trabalho dos catadores de material reciclado, que retiram cerca de 23 toneladas de garrafas pet e latinhas de aço e alumínio dos circuitos da folia – lixo que acabaria entupindo bueiros, sujando as ruas, contaminando rios e praias e sobrecarregando o aterro sanitário. Trata-se do Ouro Negro Recicla – O Trabalho Decente Preserva o Meio Ambiente.


O Carnaval Ouro Negro tem como uma das suas principais conquistas o modo de repasse das verbas, feito individualmente, ou seja, bloco a bloco (sem a intermediação dos coletivos e fóruns), a partir de critérios objetivos e transparentes, definidos em conjunto com o Conselho de Carnaval. “O Carnaval tem uma dinâmica própria. O que estamos fazendo, através do Programa Ouro Negro, é na intenção de equilibrar o mercado, para que esse Carnaval não se perca. Não é só dar dinheiro aos blocos, é construir, é dar visibilidade a esses grupos e apoiá-los na busca pela sustentabilidade”, destaca o secretário Estadual de Cultura, Márcio Meirelles.

Água e Cultura


A participação do INGÁ na campanha faz parte de um convênio entre o órgão e a Secult, orçado em R$ 1,5 milhão, denominado Programa Água e Cultura, que faz parte do Programa de Educação Ambiental para a Sustentabilidade (Peas), do INGÁ. Através dele, representantes de comunidades tradicionais vêm sendo beneficiados com uma série de ações.

Entre elas o “Projeto Águas Fontes da Vida”, que está mapeando, recuperando e conservando as fontes sagradas de dez terreiros de Salvador. O projeto traça o diagnóstico arquitetônico e ambiental do estado de conservação das suas fontes de água, que embasará as intervenções futuras de melhorias.

Em novembro do ano passado, o INGÁ realizou oficinas de educação ambiental com 40 representantes de afoxés, em terreiros de candomblé, com o objetivo de fortalecer a relação dos seus membros e povos de santo com o meio ambiente, e contribuir para a formação de futuros multiplicadores ambientais, comprometidos com a preservação do uso da água.

Outras ações que fazem parte do convênio são a série “Encontros Pelas Águas” e o “Agentes Voluntários das Águas”. A primeira envolveu cerca de três mil representantes de povos e comunidades tradicionais de toda a Bahia para a escuta e sensibilização da realidade das águas em cada bacia hidrográfica, que propiciou a construção coletiva de propostas de políticas públicas voltadas para comunidades tradicionais e promoveu capacitação e o empoderamento sobre o acesso à gestão participativa das águas.

O programa “Agentes Voluntários das Águas (AVA)”, realiza capacitação de multiplicadores de educação ambiental com povos indígenas, pescadores e marisqueiras e geraizeiros nas Bacias Hidrográficas do Extremo Sul e do Corrente.

09/02/2010
Ascom INGÁ
(71) 3116 3215 /3042/3286- 9966-7345

Mais informações:

Letícia Belém / Yordan Bosco



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ÁGUA - QUEM USA, CUIDA!

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