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20 de março de 2014

DIA 21 DE MARÇO - DIA INTERNACIONAL DAS FLORESTAS - AS MATAS CILIARES DO RIACHO DO NAVIO


O Riacho do Navio é um curso fluvial temporário que atravessa o sertão pernambucano e é afluente do rio Pajeú. Sua fama se deve à música de Luiz Gonzaga.


AS ÁRVORES DA RIBEIRA DO RIACHO DO NAVIO 

No campo da poesia
Somente em Deus eu confio
Sobre o meio ambiente
Vou falar sem ter desvio
De uma certa maneira
Com: As Árvores da Ribeira
Do Riacho do Navio

Este riacho é histórico

Afirmo e ninguém contesta
Nasce em Betânia e dali
Segue o rumo de Floresta
E vai desaguar sem lundu
Lá no Rio Pajeú
Onde seus serviços presta

É uma fonte de vida

Que ele presta com certeza
Para as pessoas que vivem
Ali, pela redondeza
Seja de perto ou além
Ajudando muito bem
Os seres da Natureza

O Riacho trazendo água

Não existe sequidão
Pois mantém em suas margens
Matas que fornecem, então
Sombra em boa quantidade
E produtos de utilidade
Ao povo da região

A água no sertão faz tudo

Florescer e ganhar vida
Mas para isso é preciso
Que a turma reunida
Conserve a água bastante
Pra não faltar um instante
Deixando a margem florida

Para garantir a vida

Das pessoas, com certeza
Das criações e das plantas
Que trazem comida a mesa
Clima bom na região
Para toda população
E os bichos da natureza

Pois nessa região vive

Um povo trabalhador
Que sempre cultiva a terra
Demonstrando o seu valor
Sempre cria quando pode
Cabra, boi, carneiro e bode
Que faça frio ou calor

O povo sertanejo tem

Sua cultura ligada
As plantas e as criações
Da terra sem faltar nada
É um povo de coragem
Meio ferrenho ou selvagem
Mas sempre bom camarada

Todo ele é bom amigo

Depende da ocasião
Ele é manso e é valente
Tratado com atenção
Mas tratado com desdém
O mais mofino que tem
Dar bofete até no “cão”
Como o vaqueiro que enfrenta
O caatingal espinhoso
Atrás dum boi mandingueiro
Num terreno perigoso
Saltando moita de umbu
Favela e mandacaru
Mostrando ser corajoso

O Riacho faz com que

Existam matas que são
Diferentes da caatinga
E essas matas estão
Para falar a verdade
Prestando utilidade
Ao povo da região

As matas garantem água

E em boa quantidade
Mesmo que ela não seja
De primeira qualidade
Mas gera na região
Nas plantas e na criação
Um exemplo de bondade

A conservação das matas

Nas margens do rio, faz
A fonte ficar perene
Havendo água demais
Mas se houver desmatação
As águas da região
Se afastam de mais a mais

As árvores à margem do rio

Conservam o solo molhado
São as matas ciliares
Onde o caboclo “estudado”
Procura na região
Alguma alimentação
Quando está necessitado

Existem diversos tipos

De árvores pela ribeira
Como o Saboneteiro
Mulungu e Juazeiro
Na região ainda há
Baraúna e Trapiá
Angico e Pajeuzeiro
Existem Mari e Pau Ferro
Ali pela região
Juá-Mirim, Maniçoba
Serve pra fazer carvão
Feijão Bravo e Catingueira
Angico Preto, Faveleira
E Umburana de Cambão

Ainda tem Canafístula

Jurema Preta e Salgueiro
Ingazeira, Craibeira
Trapiá e Marizeiro
Carcarazeiro, Aroeira
Quebra-Faca, Quixabeira
Sete cascos e Umbuzeiro

É nas árvores onde cantam

A Patativa, o Sabiá
O belo Galo de Campina
O Sofrê, o Anumará
E às vezes, de manhã
Ouve-se a voz da Cauá
E do Sabiá Gongá

Tem o Casaca de Couro

Mostrando a sua beleza
E o Cabeça Vermelha
Outra ave de grandeza
Vê-se também o Anum
Pousado e cantando um
Mas alegra a Natureza

Existe a onça pintada

Onça vermelha e guará
E tem o gato do mato
Chamado Maracajá
Tem a onça canguçu
Cordoniz, paca e tatu
Raposa e tamanduá

Aquelas árvores, leitores

Ali, são boas e eu acho
Que ninguém deve cortá-las
Evitando o cambalacho
Pra garantir a presença
Do verde, a beleza imensa
E das águas do riacho

Aquelas árvores são úteis

Ao povo da região
E para o gado e os bodes
Servem de alimentação
Ninguém ali, vive a toa
E muitas dão madeira boa
Pra se fazer construção

Além das árvores servirem

Pra se fazer construção
Aconselho que o povo
Use com moderação
Corte na mata deserta
Somente a quantia certa
Na hora da precisão

Se não houver uma ordem

No Nordeste Brasileiro
Pra se conservar as matas
Vai ser grande o desespero
E vai se vê na ribeira
Que um palmo de madeira
Custa um metro de dinheiro

Pois sabemos que as matas

São a riqueza da terra
Fornecem medicamentos
Onde o caboclo da serra
Se cura na hora exata
Aos arvoredos da mata
Não se deve fazer guerra

Porque das matas se extrai

Madeira de construção
A de pouca utilidade
Serve pra fazer carvão
E de uma certa maneira
Folhas e frutas da ribeira
Servem de alimentação
Tem madeira que pode
Ser enterrada no chão
Outras dão caibros e ripas
E outros belos móveis dão
Já outra, da casca grossa
Serve pra fazer carroça
Carro de boi e mourão
Uma árvore medicinal
Conhecida é quixabeira
Pra cabos de ferramenta
É madeira de primeira
O angico é bom camarada
Serve pra gripe e pancada
E dar móveis, como craibeira

Para se comer na mata

Encontra-se Trapiá
Também Mari e Umbu
Quixaba e Jatobá
Ninguém não morre de fome
Isso tudo é o que se come
E o fruto do Juá
Nas terras do Pajeú
Existe a maior grandeza
As plantas medicinais
Engrandecem a redondeza
Que dão alimentação
Ao Caboclo do Sertão
Na fonte da Natureza

Tracei o cordel debaixo

Dum pé de mandacaru
Chupando quixaba doce
Mari, Trapiá, Umbu
No meu Nordeste sadio
O Riacho do Navio
Das terras do Pajeú.

José Costa Leite


RIACHO DO NAVIO - Luiz Gonzaga - 50 anos de chão 


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