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25 de março de 2014

IAG DA USP PROPÕE PROJETO DE MONITORAMENTO CLIMÁTICO NA REGIÃO DO SISTEMA CANTAREIRA

 

Sabesp recusa previsões para áreas específicas de seus sistemas


Responsável pelo fornecimento de água para quase 28 milhões de pessoas no Estado de São Paulo, a Sabesp não tem um serviço de previsão do tempo para monitorar áreas específicas de seus sistemas de abastecimento.
 
O principal deles, o Cantareira, tem um histórico de secas e cheias bruscas, que submeteram a Grande São Paulo a racionamentos (como os de 2001 e 2003) e a alagamentos devido à abertura de comportas (caso de Franco de Rocha, em 2011).
 
Hoje, o Cantareira passa pela pior crise da história, operando em torno dos 14,5% de sua capacidade e pondo em risco o fornecimento de água para 8,8 milhões de pessoas na região metropolitana.
 
A Sabesp afirma usar as previsões meteorológicas do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisa Espaciais), que "também é contratado por diversas outras empresas, inclusive pela imprensa".
 
A estatal defende que a situação no Cantareira é "excepcional" e que, no boletim emitido pelo instituto no início do verão, a previsão era de chuva sobre o sistema.
 
A Folha apurou que o informe do Inpe para os meses de verão indicava, na verdade, três situações na divisa entre São Paulo e Minas Gerais, onde ficam os reservatórios do Cantareira.
 
Segundo o boletim, havia 33% de possibilidade de chover muito, 33% de chover dentro da média e 33% de chover abaixo da média. Ou seja, chances iguais para os três cenários. Outras companhias, porém, trabalhavam com um panorama diferente.
 
"Desde meados de 2013, já sabíamos que haveria pouca chuva [no verão]", afirma Willians Bini, meteorologista da Somar, empresa privada que faz previsões meteorológicas a clientes do setor energético e de bebidas.
 
A Somar enviou à Folha informes divulgados no ano passado nos quais já projetava um cenário de seca sobre o Sudeste do país. Segundo os boletins, existe um fenômeno natural que altera o regime de chuvas nessa região a cada década.
 
Bini conta que, há três anos, a Somar montou um projeto específico para a Sabesp, para monitorar e gerenciar o desempenho do sistema Cantareira.
 
O contrato, que não foi fechado na época, custaria de R$ 5 mil a R$ 20 mil por mês, dependendo do pacote de análise contratado.
 
O IAG (Instituto Astronômico Geofísico), da USP, também fez um projeto de monitoramento climático. Segundo professor Augusto Pereira Filho, a proposta era combinar previsão do tempo com projeções de consumo.
 
"Se prevermos quando haverá mais chuva e mais consumo, podemos produzir mais água nesse momento e baratear os custos de produção com energia elétrica, por exemplo", diz Pereira Filho.
 
O projeto foi encaminhado em junho do ano passado à Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo), que tem uma linha de pesquisa vinculada à Sabesp. Ao custo aproximado de R$ 1,5 milhão, sua implantação daria mais segurança ao abastecimento, segundo o professor.
 
"Na Austrália, que tem estiagens severas, as companhias de saneamento têm seus próprios serviços de previsão do tempo. Toda região com escassez hídrica como São Paulo precisa de um, pois a meteorologia é estratégica nessa área", diz. 
 
 
EDUARDO GERAQUE/HELOISA BRENHA
DA FOLHA DE SÃO PAULO

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