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27 de novembro de 2013

NAS PRAIAS FLUVIAIS DO BRASIL, TURISTAS SÃO AS MAIORES VÍTIMAS DAS ARRAIAS



Arraia se 'camufla' na beira da praia (Foto: Joab Ferreira/G1)
Arraia se camufla na beira da praia. (Foto: Joab Ferreira/G1)
Joab FerreiraDo G1 Santarém




Sem saber do perigo, 




turistas são as maiores 





vítimas das arraias


A partir de setembro, maior concentração de arraias na beira é maior. 
De janeiro a outubro, 48 pessoas deram entrada no Hospital de Santarém.










Quem olha para a imensidão de águas esverdeadas e areias brancas que formam as praias ao longo do Rio Tapajós, nem desconfia dos perigos que estão escondidos nesse paraíso. A partir do mês de setembro, quando as águas dos rios começam a baixar, há uma maior concentração de arraias na beira. Bonitas, camufladas e perigosas, elas fazem dos turistas as suas principais vítimas.
“Com o nível do rio baixo, os turistas começam a visitar mais Alter do Chão e outras praias, então aumenta bastante a incidência de acidentes. Eles são os mais afetados, mesmo porque não tem nenhum tipo de informação alertando sobre o perigo das arraias”, diz o médico da Saúde da Família Frederico Neves, responsável pelo Posto de Saúde de Alter do Chão, localizado no município de Santarém, oeste do Pará.
Nesta época do ano o número de ferroadas aumenta, justamente por conta da maior movimentação de turistas. Em setembro ocorre o Festival do Sairé e em outubro começa a temporada de cruzeiros pela região, muitos com passagem obrigatória pela vila de Alter do Chão. São milhares de banhistas que exploram as praias sem se dar conta dos cuidados que devem tomar ao entrar na água.
“Nos finais de semana, em setembro e outubro, chegamos a atender três, quatro pessoas por dia. O ferimento causado pela ferroada de arraia é muito grave. Ele fica muito contaminado por bactérias, além do veneno, que tem o poder de desintegrar a carne, formando uma necrose muito grande. É uma das piores dores que o ser humano pode sentir”, explica o médico.
A arraia tem um ferrão serrilhado na cauda, que pode ser simples, duplo e até triplo. O ferrão entra fácil e sai rasgando, por isso machuca muito, e é coberto por um muco onde fica o veneno. “O acidente acontece quando as pessoas entram no rio, principalmente na parte mais rasa e onde há lodo. 
A pessoa pisa na arraia que,  para se defender, vira a cauda em direção à perna da pessoa enfiando o ferrão. O correto, em regiões onde elas se concentram, é entrar na água arrastando o pé”, diz o diretor do Instituto Butantan, Giuseppe Puorto.

Após a ferroada, é necessário fazer uma série de procedimentos, que vão impedir a ação do veneno, limpar o tecido morto e combater a ação das bactérias. Tem casos que levam até três meses para cicatrizar. Em muitas comunidades ribeirinhas, onde não há assistência médica, as pessoas acabam utilizando os mais diversos métodos para tentar amenizar a dor, que é muito forte.
A arraia tem ferrão serrilhado na cauda (Foto: Joab Ferreira/G1)A arraia tem ferrão serrilhado na cauda. (Foto: Joab
Ferreira/G1)
Arraias
As arraias ou raias são peixes fora do desenho tradicional, pertencem ao mesmo grupo dos tubarões, dos quais difere pelo formato achatado do corpo. Existem arraias de água doce e marinhas. As marinhas podem ser gigantescas. As de água doce vivem no fundo do rio, explorando as áreas de lodo onde ficam bem camufladas.
“O acidente com arraia é muito comum na região de Santarém, ficando atrás dos acidentes com serpentes e escorpiões”, finaliza Giuseppe Puorto.
Dados
O Posto de Saúde de Alter do Chão não possui dados atualizados sobre a incidência de ferroadas de arraia. Os últimos números ainda são de 2011. Segundo o médico do posto, os índices são altos.

A Secretaria Municipal de Saúde (Semsa) divulgou os dados de janeiro a outubro deste ano. Ao todo, 48 pessoas deram entrada no Hospital Municipal de Santarém, vítimas das arraias. As ocorrências só estão atrás de casos de picadas de serpentes e escorpiões. G1 - SANTARÉM
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