Evento antecede o Fórum Mundial da Água, a ser realizado na Turquia, em 2009
Mônica Pinto / AmbienteBrasil -EXCLUSIVO - 10/11/08
Um bilhão de pessoas não tem acesso à água potável. Dois bilhões e meio convivem com a mais absoluta falta de saneamento básico. A conseqüência deste cenário é, obviamente, trágica: oito milhões de mortos por ano, a metade crianças.
Um bilhão de pessoas não tem acesso à água potável. Dois bilhões e meio convivem com a mais absoluta falta de saneamento básico. A conseqüência deste cenário é, obviamente, trágica: oito milhões de mortos por ano, a metade crianças.
Conservar um recurso natural indispensável à vida, fazendo-o alvo de uma gestão 100% sustentável, deve ser o foco de preocupações e investimentos em uma escala planetária. Felizmente, ainda que de forma tardia, gestores públicos de todo o mundo começam a sistematizar ações e iniciativas que contemplam essa necessidade.
O Brasil será uma espécie de sede do cuidado com as águas no final deste mês. Entre os dias 23 e 27, na cidade de Foz do Iguaçu (PR), na tríplice fronteira, acontecem nada menos que quatro eventos cujo escopo é a conservação dos recursos hídricos.
O Fórum de Águas das Américas vai reunir autoridades, especialistas e delegados do continente. Dentre suas principais propostas, está a de consolidar um documento unificado, a ser exposto no 5º Fórum Mundial da Água, que acontecerá em Istambul, Turquia, em março do ano que vem. Este trabalho pretende agregar os encaminhamentos oriundos dos quatro encontros sub-regionais, realizados nas Américas do Norte, do Sul e Central e no Caribe.
O Fórum Sul-americano aconteceu em setembro passado, na capital do Uruguai, Montevidéu. Voltando à Foz do Iguaçu, no mesmo período, será realizado o Encontro do Centro de Saberes e Cuidados Socioambientais da Bacia do Prata, que integra os cinco países por ela banhados (Argentina, Bolívia, Brasil, Paraguai e Uruguai) em ações voltadas à sustentabilidade, especialmente no campo da educação ambiental, constituindo-se num espaço de diálogo entre suas diversas culturas, de modo a unir e valorizar conhecimentos científicos, tradicionais e populares (saiba mais na reportagem EXCLUSIVO: Cinco países se unem pela Educação Ambiental na Bacia do Prata).
“Para o Brasil, é uma oportunidade ímpar de, por meio das instituições relacionadas ao tema, divulgar políticas públicas e ações de sustentabilidade ora em curso, principalmente as vinculadas aos cuidados com os recursos hídricos”, disse a AmbienteBrasil o secretário executivo do Centro pelo Brasil, Marcelo Alves de Sousa.
Um dos projetos nesse sentido a debater e expor suas ações é o Cultivando Água Boa, que, na ocasião, promove seu quinto encontro. Programa socioambiental desenvolvido pela Itaipu Binacional desde 2003, nos 29 municípios da Bacia Hidrográfica do Paraná 3 (BP3), região de influência da usina hidrelétrica naquele estado, seu objetivo oficial é “sensibilizar, conscientizar, educar e mobilizar a comunidade regional para a correção dos passivos ambientais, com vistas ao desenvolvimento sustentável”.
Segundo Marcelo Alves, o Centro de Saberes e Cuidados Socioambientais da Bacia do Prata e o Programa Cultivando Água Boa são as principais ações que motivaram a Agência Nacional de Águas (Ana), responsável pela organização e realização do Fórum no Brasil, a promovê-lo na cidade de Foz do Iguaçu.Na seqüência do Fórum de Águas das Américas e do V Encontro Cultivando Água Boa, ocorrerá a reunião dos Governadores do Conselho Mundial da Água, entidade criada a partir da visão corporativa de profissionais da área de recursos hídricos, congregados na Associação Internacional de Recursos Hídricos, com forte participação de representantes dos diversos segmentos de mercado e com apoio de agências das Nações Unidas e de países desenvolvidos.
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