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29 de março de 2010

O REUSO DA ÁGUA NA ESCOLA POLITÉCNICA DA UFRJ

Escola Politécnica desenvolve programa para reutilização de águas

Texto e Foto: Diego Paes de Vasconcelos – AgN CT



Visando lidar com a problemática da escassez de água no mundo, o Departamento de Recursos Hídricos e Meio Ambiente da Escola Politécnica vem trabalhando no projeto “Águas de Reuso”. A iniciativa desenvolve o Centro Experimental de Saneamento Ambiental (Cesa/UFRJ), onde parte do esgoto sanitário produzido na Cidade Universitária é tratada e usada para irrigar jardins e canteiros ornamentais do campus, numa parceria entre o departamento e a Prefeitura Universitária.

O coordenador do Cesa, professor Isaac Volschan Júnior, ressalta que o objetivo maior do projeto é a universidade poder apresentar na prática um procedimento que requer conhecimento técnico-cientifico produzido internamente, atrelado ao conceito que vai ao encontro do que se prega hoje em dia sobre desenvolvimento sustentável. “Fazer o uso racional da água e conservá-la é um método que está começando a deslanchar todo um processo de conscientização”, afirma Volschan.

Outro aspecto importante da iniciativa é o grande envolvimento dos alunos nas instalações do Centro Experimental de Saneamento Ambiental. Provenientes dos cursos de graduação e pós-graduação dos departamentos de Engenharia Ambiental e Civil, os estudantes participam de pesquisas, auxílio técnico e treinamento em escala real, com o desenvolvimento das atividades de ensino no próprio laboratório.

O processo de tratamento

Segundo Volschan, grande parte do Cesa é dedicada a pesquisas de aprimoramento tecnológico para o tratamento de esgotos. Tecnologias de tratamento de esgotos já estão sendo implementadas para obtenção de esgoto com qualidade para descarte no meio ambiente. De acordo com o coordenador do Cesa, o padrão requerido para o uso de esgoto sanitário deve ser de melhor qualidade em comparação ao usual. “Esta eliminação só é possível se atendido determinado padrão de qualidade. Não se pode descartar qualquer água, tem que descartar uma água com qualidade melhor que a de esgotos sanitários”, elucida.

Este é o motivo pelo qual foram implantados procedimentos de tratamento de grau mais avançado. Ou seja, o esgoto que era tratado em nível secundário agora está num terciário por meio da filtração dos efluentes secundários. O professor explica que, “após essa filtração, a água passa a apresentar clarificação muito boa, com padrão de turvação na ordem de cinco unidades, o que representa uma água de excelente qualidade (a água potável tem padrão 1 de unidades de turvação). Contudo, trata-se de água que ainda não é isenta de organismos de contaminação provenientes de matéria fecal humana; portanto, ainda precisa ser desinfectada, principalmente para a proteção da saúde dos trabalhadores que lidarão com ela”, esclarece.

A etapa final desse processo é o armazenamento dos efluentes tratados num reservatório que abastece diariamente o caminhão-pipa da Cidade Universitária para a utilização da água nos canteiros do campus, numa parceria com o Horto da UFRJ. Isso possibilita a economia em torno de 24 mil litros de água potável, que eram utilizados anteriormente, e de aproximadamente R$ 80 mil, gastos anualmente.

Futuro sustentável

Volschan cita alguns grupos que realizam trabalhos semelhantes ao da UFRJ, como as companhias de abastecimento do Distrito Federal e dos estados do Rio de Janeiro e São Paulo, além da Universidade de São Paulo (USP) e Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Para ele, a viabilidade econômica desses planos de reuso ainda é uma grande barreira a ser transposta para a implantação do projeto como um todo. “Na verdade, a questão econômica é de fato grande indutor de um procedimento como esse, mas mesmo com altos custos os programas de reuso de água tornam-se indispensáveis na atualidade”, comenta.

O professor demonstra otimismo com o projeto. “Três projetos do laboratório foram aprovados no edital da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) em diferentes temas, como abastecimento de água, esgotamento sanitário e drenagem urbana. Vamos trabalhar com nosso custeio sendo feito com certa tranquilidade por dois anos”, afirma. Volschan também ressaltou a importância do projeto no momento de implantação do Plano Diretor 2020. “É uma prova de que todos os planos sustentáveis, que trazem conceitos modernos, podem ser realizados”, conclui

Poli/UFRJ apresenta projeto Águas de Reúso UFRJ

A apresentação do projeto “Águas de Reuso” foi realizada nessa quarta (30), no Centro Experimental de Saneamento Ambiental da UFRJ (CESA/UFRJ). A ideia é tratar parte do esgoto sanitário produzido pela Cidade Universitária e usá-lo para irrigar os jardins e canteiros ornamentais do campus, com a parceria da Prefeitura Universitária.

Vista da estação de tratamento

O início do evento contou com uma “mini-aula” para os alunos de Engenharia Ambiental, conduzida pela coordenadora do curso, professora Iene Christie Figueiredo. Foram apresentadas as etapas de tratamento e os processos físicos e químicos do esgoto.

O coordenador do projeto “Águas de Reuso”, prof. Isaac Volschan Jr., se mostrou otimista: “Nós fomos motivados a desenvolver um plano prático para a faculdade que pudesse gerar benefícios. Acreditamos que o projeto será uma referência e que a Universidade possa fazer bom uso dele”. Volschan também falou sobre a importância do projeto no momento de implantação do Plano Diretor 2020: “É uma prova de que todos os planos sustentáveis, que trazem conceitos modernos, podem ser realizados”.

O diretor da Escola Politécnica, Ericksson Almendra, aproveitou para parabenizar os alunos da Engenharia Ambiental pelo conceito obtido no Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade), o maior dentre os cursos da Poli. “Esse evento também é para comemorar o resultado de vocês”, disse ele. Fonte: Redação: Site da Escola Politécnica - Ricardo Porto (redacao@poli.ufrj.br)


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Um comentário:

  1. Excelente trabalho :a UFRJ trabanhando em consonância com os anseios da sociedade .

    Marcio Moraes Mendes

    ResponderExcluir

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