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10 de fevereiro de 2010

A DENGUE NO ESTADO DE SÃO PAULO: RISCOS E PROVIDÊNCIAS



Qual a situação de Dengue no Estado de São Paulo?


As regiões do Oeste do Estado de São Paulo tem se destacado na transmissão de dengue, sendo que em 2009 e inicio de 2010, as regiões de Ribeirão preto, São José do Rio Preto e Araçatuba concentram o maior numero de casos da doença. Isso se deve a um conjunto de fatores, dentre eles, às condições climáticas (alta temperatura e umidade) que favorecem a reprodução do mosquito transmissor, Aedes aegypti, circulação viral e deslocamentos humanos.


Este quadro atual sobre a dengue no Estado é motivo de preocupação?


Sim, devido a manutenção da circulação viral no estado ao longo dos anos aliada à infestação do mosquito transmissor da dengue, que aumenta nos meses de verão e a existência de população susceptível de contrair a doença temos as condições para estabelecer a cadeia de transmissão da dengue. Além disso, a doença apresenta um comportamento cíclico, com aumento de casos, a cada dois ou três anos.

O que há necessidade é de sensibilização de toda a sociedade para participação nas ações de controle numa parceria entre o poder público e a sociedade civil para evitar o adoecimento das pessoas.

O elo mais frágil nesta cadeia de transmissão é o mosquito. O melhor a fazer é não deixar o mosquito nascer, por meio da eliminação de seus criadouros.

No estado de SP já foram identificados três sorotipos do vírus da dengue, DEN 1, DEN2 e DEN 3. A exposição sucessiva da população paulista aos diferentes sorotipos aumenta o risco de apresentações graves da doença.

A partir de 2002, observa-se um importante incremento do número de casos de Febre Hemorrágica da Dengue e Síndrome do Choque da Dengue (FHD/SCD) no ESP.


Há preocupação com alguma localidade em específico? Por quê?

Sim, especialmente as regiões que apresentam condições climáticas muito favoráveis ao desenvolvimento e rápida proliferação do vetor.

Outra preocupação são os municípios que, apesar destas condições, não organizaram uma estrutura de recursos humanos, materiais e equipamentos para enfrentamento de situação de transmissão de dengue e nem a população está sensibilizada quanto à importância de sua participação nas ações de controle de dengue.

Neste sentido, Secretaria de Saúde, por meio da SUCEN e do Centro de Vigilância Epidemiológica, elaborou o Plano de Estruturação de Municípios de 10 a 100 mil habitantes para a intensificação de ações de controle e enfrentamento de epidemias de dengue, sendo treinados cerca de 2.000 servidores municipais, em 216 municípios paulistas entre julho a dezembro de 2009.


O que o Estado está fazendo?


As ações de vigilância epidemiológica e controle de vetor da dengue contidas no Programa de Vigilância e Intensificação das ações de controle da Dengue do Estado de São Paulo são desenvolvidos de maneira contínua.

A estratégia proposta prevê ações intersetoriais articuladas entre as áreas de vigilância e controle de vetor no nível central, regional e municipal a fim de reduzir a transmissão de dengue em municípios do Estado de São Paulo.

A Superintendência de Controle de Endemias - SUCEN, tem acompanhado os trabalhos de municípios destas regiões e assessorado tecnicamente em ações de intensificação do controle para reduzir as condições que favorecem a proliferação do mosquito como a eliminação de possíveis criadouros, reduzir o risco de ocorrência de casos de dengue, estímulo ao envolvimento e participação da população, a ênfase na mobilização social para dinamizar as ações de controle.

As ações de vigilância epidemiológica têm como objetivo detectar precocemente início da transmissão da doença e reduzir mortes. A fim de atingir esses objetivos a Secretaria de Estado da Saúde de SP, por meio do Centro de Vigilância Epidemiológica e o Instituto Adolfo Lutz, investiu, em 2009, em tecnologia diagnóstica em dengue disponibilizando o exame NS1 para detecção de casos positivos precocemente - até o 3° dia de início de sintomas. Mais de 1.500 profissionais da saúde foram treinados no 2° semestre do ano. Os treinamentos foram realizados regionalmente com objetivo de capacitar médicos no manejo clínico de suspeitos de dengue, enfermeiros dos serviços de saúde para estruturação e organização do atendimento e gestores para adequação dos planos municipais de contingência de dengue.

No período de julho a dezembro de 2009, a SUCEN, por meio de suas regionais atingiu as metas do Plano de Estruturação de Municípios de 10 a 100 mil habitantes para a intensificação de ações de controle e enfrentamento de epidemias de dengue, sendo treinados cerca de 2000 servidores municipais, em 216 municípios paulistas.

Na ultima quinzena dezembro de 2009 foram realizados encontros regionais com gestores em Ribeirão Preto, Araraquara, Barretos, S. José do Rio Preto, Jales e Araçatuba com a participação das equipes técnicas do Estado e representantes de municípios das regiões referidas com objetivo de discutir as dificuldades encontradas e novas estratégias de ações de controle e enfrentamento de epidemias. Foram avaliadas as atividades de controle vetorial, assistência médica, repasse de informações à vigilância epidemiológica e ações de comunicação e mobilização social.

Nestes encontros foram sugeridas ações para o aperfeiçoamento do controle de dengue objetivando evitar o avanço da doença nos próximos meses.


Quais as ações específicas?


Considerando a insuficiência de recursos humanos dos municípios para enfrentamento da situação e para conter o aumento da transmissão de dengue por toda a região foi realizado o deslocamento de equipes especiais para:

  • Atuação no município de Itápolis, região de Araraquara, a contar de 22/11/2009 por duas semanas.
  • Atuação no município de Jardinópolis, região de Ribeirão Preto, por duas semanas a contar de 19/01/2010
  • Atuação no município de Guararapes, região de Araçatuba por duas semanas a contar de 20/01/2010.

Além disso, a SUCEN desenvolve um trabalho em parceria com as Secretaria Municipais de Saúde com objetivo de realizar as ações de controle do vetor da dengue, de forma oportuna, em áreas com transmissão estabelecida ou em áreas com risco de transmissão da doença, incluindo o deslocamento de equipes regionais para uma ação em conjunto com os municípios.

Nestas situações é essencial que a informação do suspeito de dengue seja ágil, com um fluxo que possibilite desencadear as ações de controle, a partir do momento que a pessoa procura a assistência médica.

Por isso é muito importante que a pessoa com suspeita de dengue procure pelo serviço de saúde, não só para o cuidado de sua saúde, mas para que o serviço notifique a suspeita à vigilância municipal e esta ao controle de vetores que é responsável pela ação de bloqueio da transmissão no local de residência, de trabalho ou de estudo onde a pessoa, provavelmente, tenha se contaminado


Outras Ações


A Secretaria da Saúde (SUCEN e CVE) está acompanhando o trabalho de controle de epidemia nas regiões mais críticas, sem descuidar do monitoramento de outras regiões.

Em meados de janeiro de 2010, o Superintendente da SUCEN visitou a região da Baixada Santista e Campinas para discutir a situação e planejar com a regional da SUCEN, as estratégias de ação para controle de dengue.

Também convocou todos os Diretores Regionais para reunião técnica para discutir a situação de dengue no estado, por região, com objetivo de avaliar e propor ações preventivas e de intervenção de acordo com a situação com objetivo de redução do risco de epidemia de dengue.


Quais os resultados esperados?


A expectativa é evitar o avanço da doença para outras regiões do Estado nos próximos meses mediante ações preventivas e de intervenção.

Destaque deve ser dado à importância da comunicação social, das ações intersetoriais integradas e divulgação de informações, de caráter educativo, para a população, como por ex. municípios com a ocorrência da doença, sinais e sintomas da dengue, modo de transmissão, medidas de proteção individual e coletiva, ações preventivas, locais de atendimento médico, pois no período de férias espera-se um grande deslocamento de pessoas, principalmente para as regiões litorâneas.

Os feriados de carnaval e páscoa também merecem atenção pelo mesmo motivo (viagens, passeios, lazer etc.) favorecendo a disseminação do vírus.

Estas preocupações estão relacionadas à manutenção da circulação viral no estado, ao longo dos anos aliada à infestação do mosquito transmissor da dengue, que aumenta sua proliferação nos meses de verão e a existência de população susceptível de contrair a doença.



Documento elaborado por técnicos da Superintendência de Controle de Endemias e Centro de Vigilância Epidemiológica da Secretaria da Saúde.



Colaboração enviada pelo jornalista Dr. Mário Albanese - Diretor da CIPA/Cetesb e Drª Julia de Lima Krahenbuhl - Diretora Departamento de Atividades em Educação Ambiental - Coordenadoria de Educação Ambiental - Secretaria de Meio Ambiente do Estado de São Paulo

VOCÊ TAMBÉM É RESPONSÁVEL
Ajude a acabar com o mosquito da dengue, começando por sua casa e seu bairro! Aproveite o feriado do carnaval para fazer um mutirão de limpezas nos vasos, pneus, vidros, latas e outros utensílios que podem abrigar criadouros do mosquito. Lembre-se DENGUE MATA!


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