As atividades fazem parte da Jornada do Dia Internacional de Luta contra as barragens
Na próxima semana o MAB (Movimento dos Atingidos por Barragens) organizará acampamentos e assembléias em diversas regiões do país. O objetivo é reforçar o debate sobre os direitos dos atingidos e sobre o modelo energético brasileiro. As atividades fazem parte da Jornada do Dia internacional de luta contra as barragens, pela água, pelos rios e pela vida, comemorado no dia14 de março. Em nota, o Movimento convocou todas as entidades a participarem das ações da jornada.
Na região sul, serão organizados dois acampamentos, um na região serrana e outro na região oeste de Santa Catarina. Lá, será cobrado do INCRA o cadastramento e um plano de reassentamento para as famílias atingidas por barragens e que ainda não foram reassentadas. Além disso, os acampamentos irão pautar o projeto de recuperação das comunidades e municípios atingidos pelas sete barragens da bacia do Rio Uruguai que está sendo discutido com BNDES e Governo Federal. Os atingidos também reafirmarão a posição contrária às barragens de Itapiranga, Garibaldi e Paiquere, todas previstas para a região.
Já em Sobradinho (BA), participarão representantes de comunidades atingidas pela barragem de Sobradinho, que desde o final dos anos 70 lutam pela efetivação de seus direitos junto à CHESF, e famílias ameaçadas pela construção das barragens de Riacho Seco e Pedra Branca. Eles irão exigir, entre outras coisas, o cancelamento da construção das duas barragens e a suspensão imediata da transposição do rio são Francisco.
Em Tocantins, os atingidos pela barragem de Estreito reforçarão o acampamento iniciado em julho do ano passado. Eles farão uma grande assembléia de avaliação dos nove meses de acampamento e exigirão o reconhecimento de todas as famílias como atingidas, para que tenham os seus direitos reconhecidos, assim como aconteceu com os atingidos pela barragem de Lageado, também construída no Rio Tocantins, no sul do Estado.
Em Minas Gerais, serão organizados dois acampamentos, um em Aimorés e outro em Diogo de Vasconcelos. Eles irão cobrar que o governo e as empresas paguem a dívida social histórica aos atingidos por barragens e reassente todos que ficaram sem terra.
Em outros locais também haverá acampamentos importantes. Os atingidos pelas barragens de Santo Antônio, Samuel, Jirau e Tucuruí estarão mobilizados para exigir os direitos negados. O MAB alerta que as populações amazônicas, assim como os atingidos por barragens de todo o país estão cansados de esperar, sem serem atendidos, e isso pode acirrar os conflitos nessa região.
Recentemente, em audiência com o presidente Lula, o movimento alertou o governo para este risco, inclusive para o que pode acontecer em Altamira, caso o governo siga com o projeto da barragem de Belo Monte. “Com a jornada de lutas queremos o cancelamento dessa barragem, também pretendemos pressionar o governo para avançar nessa pauta, implementando políticas públicas para melhoria das condições de vida nas comunidades atingidas por barragens, já estamos cansados de esperar”, disse José Josivaldo Alves, da coordenação nacional do MAB.
Nota do MAB-Movimento dos Atingidos por Barragens, publicada pelo EcoDebate, 15/03/2010
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