Prefeitura de SP quer voo não tripulado para blindar mananciais
Notícias BolA ocupação irregular das áreas de mananciais e várzeas do rio Tietê --como os alagados bairros dos Jardins Pantanal e Romano-- será monitorada por aviões não tripulados, promete a Prefeitura de São Paulo.
A tecnologia é a mesma usada por Israel na fiscalização de suas fronteiras com a Palestina. A Polícia Federal pretende adotar um sistema semelhante para monitorar a entrada de drogas e armas na fronteira e para auxiliar em operações nas favelas do Rio e de São Paulo.
O secretário municipal de Segurança Urbana, Edsom Ortega, afirma que a ideia é usar o sistema para evitar a ocupação de áreas de controle ambiental, como as represas Billings e Guarapiranga, a Serra da Cantareira e parques que serão criados nas margens do rio Tietê e do Rodoanel.
A ação também pode ajudar a evitar transtornos causados pelas enchentes. O governo aponta a ocupação irregular das várzeas do Tietê estimulada por grileiros, especialmente no extremo leste de São Paulo, como uma das causas das cheias.
A prefeitura não vai comprar os aviões, mas contratar serviços de empresas que tenham os equipamentos. A licitação será aberta, segundo Ortega, quando a FAB homologar os aviões que já estão em testes no país.
"Nós não queremos cuidar da operação do aparelho, da manutenção, do piloto, nós queremos o serviço", diz o secretário.
Atualmente, a prefeitura já monitora cerca de 35 milhões de m2 de áreas em toda a cidade --o parque do Ibirapuera tem 1,6 milhão de m2-- e esse número vai aumentar quando o governo do Estado construir os parques nas margens do Rodoanel na região de Parelheiros (zona sul), obrigatórias como compensação ambiental por causa da obra do anel viário.
O monitoramento hoje é feito com helicóptero. "Nós acreditamos que com esse aparelho, com custo menor, nós vamos ser mais eficientes no controle", afirma o secretário da gestão Gilberto Kassab (DEM).
Equipamentos
O avião não tripulado tem cerca de 2 metros de envergadura (de uma asa a outra), pesa cerca de 1 quilo, pode ser controlado a uma distância de até 35 km e tem autonomia para até três horas e meia de voo.
O aparelho é equipado com câmeras digitais e sistemas que garantem que ele faça exatamente a mesma rota. Assim, as imagens podem ser comparadas por computador para que, em caso de diferenças, as autoridades possam atuar.
Se for construída uma nova casa em área proibida, por exemplo, a Guarda Civil Metropolitana pode derrubar. Se o nível do rio subir, a Defesa Civil poderá agir. E assim por diante. Os voos serão feitos com intervalos que podem ir de 2 a 15 dias, dependendo do risco.
A prefeitura conversa com o governo do Estado para fazer uma parceria para o uso dos equipamentos no monitoramento de áreas também na região metropolitana.
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